quarta-feira, agosto 29, 2007

Guinadas Estratégicas


As grandes corporações começam a vivenciar o início de uma nova fase no seu ambiente de negócios, e, por que não dizer, uma nova fase do capitalismo mundial. Nesta nova fase, em que grandes corporações concorrem diretamente por um crescente mas ainda reduzido números de consumidores, tendo a concorrência como um definidor de extrema importância para garantir a longo prazo a solvência das empresas. Neste ambiente de acirrada competição, é saudável percebermos o surgimento de um consumidor cada vez mais exigente, consciente e até engajado. Tal comportamento assumido por este consumidor era previsto na medida em que o sistema capitalista solidifica suas bases e sua natureza competitiva, e acaba por influenciar de maneira decisiva nas estratégias empresariais de qualquer organização.

Essa mudança comportamental por parte do consumidor tem refletido diretamente na atitude das empresas. Exemplos como a Nike, constantemente alvo de reclamações pela utilização de mão-de-obra escrava e muitas vezes infantil nas empresas terceirizadas de sua linha de produção, principalmente em países asiáticos. Tais procedimentos empresariais não condiziam com a imagem publicitária que a empresa buscava transmitir, causando grandes estragos em sua imagem. Em 2005, a empresa passou a identificar em seu balanço social todos os seus fornecedores, procurando desta forma dar maior transparência de suas ações com a sociedade, evitando, logicamente, aquelas empresas que utilizariam mão-de-obra infantil ou escrava em seus trabalhos. Tal procedimento ajudou a resolver parcialmente o problema, visto que a baixa remuneração dos trabalhadores nestas fábricas ainda persiste, e os custos com a melhoria de fornecedores foram automaticamente repassados aos produtos.

A General Motors, vislumbrando a nova tendência do “ecologicamente correto”, passou a utilizar tecnologias “limpas”( verdes) para reduzir o efeito estufa, dentro de um programa chamado Ecomagination, que obteve investimentos superiores a 1,5 bilhões de dólares. Como diz o vice-presidente mundial de GE: “Green is green”, ( verde é verde), numa alusão ao verde ecológico e o verde das notas americanas.

A Unilever na Índia recentemente lançou uma nova versão de uma marca de xampu, voltado para a classe de baixa renda. Tal projeto foi um sucesso absoluto, e vem de encontro aos ensinamentos do mais importante guru dos negócios modernos desde a morte de Peter Drucker, C.K. Prahalad, criador da corrente que utiliza a base da pirâmide ( classes baixas) como forma de crescimento e distribuição de seus produtos. Nada do que as Casas Bahia já não utilizem há décadas. O novo deste formato talvez seja a utilização do conceito de que permitir o acesso destes novos consumidores a produtos até então restritos a classe média constitui-se em uma inédita inclusão social por parte destas empresas, fornecendo a estes consumidores mais do que os benefícios do produto, mas também dignidade. Algo como um novo capitalismo inclusivo.

A rede varejista Wal-Mart, controladora no RS da marca BIG e Nacional; também entrou nesta nova tendência do mercado. Em uma de suas ações, anunciou a intenção de reduzir a emissão dos gases que causam o efeito estufa em até 20%, bem como a intenção de seguir uma linha de padrões sócio-ambientais, processo estendido aos seus fornecedores. A melhoria dos planos de saúde de seus funcionários também foram alvo de ações, visto que a empresa é constantemente criticado pelas más condições de trabalho de seus funcionários.

A rede de lanchonetes MC Donalds, que era alvo freqüente de “denúncias” por razão de seu cardápio ultra calórico, passou a adotar uma postura de livre escolha em suas lanchonetes, onde já é possível encontrar produtos como sucos naturais, frutas e saladas em seu cardápio.


Portanto, as organizações que terão mais chances de sobreviverem a este novo ambiente de negócios serão aquelas que, além de produzir ou executar produtos ou serviços de qualidade a preços que o mercado esteja disposto a pagar, o fizerem respeitando os direitos individuais do ser humano, sem ferir normas de conduta consideradas a aceitas como ética e responsáveis. Apesar destas atitudes serem vistas com reservas por seus críticos, como ONGS e acadêmicos, que reivindicam uma postura mais incisiva por parte das empresas nestas questões, colocando em dúvida o real comprometimento destas, no receio de que estes projetos sejam abandonados na primeira crise financeira por qual passem estas empresas.

Fica a questão. Estas práticas vieram para ficar ou serão apenas mais um modismo?



Obs: Análise efetuada a partir do texto "Guinadas Estratégicas"

Venezuela: Autoritarismo, RCTV e Atum


Já escrevi aqui que o presidente da Venezuela Hugo Chavez e seu colega boliviano Evo Morales eram ditadores disfarçados de democratas, e que estariam conduzindo seus países a uma inevitável ditadura. Pois bem, o presidente Hugo Chavez recentemente deu a maior prova disto. Através de uma justificativa esdrúxula ( o apoio ao golpe que depôs o presidente por um dia em 2002), a maior rede de televisão venezuelana, a RCTV não teve seu contrato de concessão renovado pelo governo chavista. Aqui no Brasil seria como se o presidente Lula fechasse a rede globo.

Não há justificativas para tal atitude. A briga entre RCtV e Chavez é antiga. E os motivos assinalados só teriam validade ( se é que teriam) se o presidente venezuelano fechasse a emissora na época da frustrada tentativa de golpe. Não me perguntem onde fica a liberdade de expressão neste caso. Penso que Chavez ainda não tivesse na época todo o poder que possui hoje na Venezuela, onde controla além do executivo, o legislativo e o judiciário, além de considerável apoio popular. Segundo a lógica chavista, aqueles que estão contra o governo estão contra o povo e a favor das oligarquias nacionais, que desde os tempos remotos exploram o povo da Venezuela...blá, blá, blá... , parece que já ouvimos isto por aqui, não?

Protestos foram realizados, estudantes, jornalistas, populares e outros manifestantes foram presos. Mas apenas aqueles que protestaram a favor da RCTV, os demais que apoiavam Chavez não tiveram qualquer problema. Hoje a liberdade de expressão na Venezuela é permitida desde que ela não interfira nos interesses do governo, hoje o grande censor da mídia. Lula tentou algo parecido, com a tentativa de criação da FENAJ, a tenta novamente com a comissão que irá definir a censura nos programas da televisão brasileira.

E com pesar que li há algum tempo um infeliz artigo do ex-deputado petista Marcos Rolim, que, adivinhem, defende a postura do governo da Venezuela. Aquele papo que estamos cansados de saber, que a tv é uma concessão pública, que tem que servir à sociedade, ser educativa, etc. Só falta combinar com o povo. Se o povo quisesse cultura, a Tv Futura e a TV Cultura bateriam recordes de audiência. Mas o povo não sabe o que quer, dizem os gênios, o povo é alienado, fruto da mídia burguesa que não quer que o povo pense. E o que eles querem? Na verdade, querem definir o que VOCÊ deve assistir. Porque você não teria condições de saber o que é bom e o que é ruim, apenas os iluminados sacerdotes da sabedoria por eles definidos ( e com eles afinados, se é que me entendem).

A democracia para estes canalhas é a democracia DELES. Se você não pensar como eles, ou você é burguês ou é alienado. Só falta agora criarem os gulags latino-americanos. Está em andamento a instalação da ditadura populista latina, chamado por eles de democracia socialista popular. Inicialmente na Venezuela e não se assustem quando aparecer por aqui.

Vamos ficar apenas assistindo. Até quando?

Isto é mais grave do que muita gente pensa



A propósito, recentemente o Peru foi abalado por um forte terremoto, e nosso sósia de Fidel enviou ao país uma ajuda humanitária; caixas de atum com a embalagem contendo a imagem de Chavez e HUmala ( seu aliado no Peru), em escancarada e inoportuna propaganda. Vejam vocês, esse pessoal não respeita nem as vítimas de uma tragédia.

quinta-feira, abril 26, 2007

Editorial : Fórum da Liberdade



Caros


Novamente envio para vocês este humilde e atrasado blog. Resolvi compartilhar com aqueles poucos que me lêem a fantástica experiência em aprticipar da última edição do Fórum da Liberdade. Acredito que muitos de vocês sequer tenham ouvido falar de evento tão importante, por isso acredito que qualuqer divulgação a respeito, mesmo neste insignificante blog, pode de alguma forma dar alguma contribuição a eventos tão importantes para o pensamento sócio-político nacional.


Melhor momento do fórum? Vários! Mas há um que foi pra mim inesquecível. Logo após o término do primeiro debate, o presidente do IEE, paulo Uebel, veio ao microfone informar que lamentava o fato de todos os políticos que estavam presentes na solenidade de abertura não mais encontravam-se no recinto, justamente quando iniciava-se os debates que tanto poderiam ajudar nossos ilustres representantes em seuas administrações. Perfeito. Foi bastante aplaudido.


De resto, procurei passar a vocês algumas impressões que tive a respeito deste fórum, boas ou más. Sçao meus pensamentos que divido com vocês. Espero que gostem. Os comentários são livres.



Até a próxima


Frases do Fórum

"Miséria, Sangue e Terrorismo"

Paulo Uebel - Presidente do IEE - referindo-se a nova nomenclatura da Sigla MST


" Hoje eu estou governo, mas não sou governo"

Paulo Feijó - Vice Governador - em alusão clara à Governadora Yeda Crusius, que o deixa isolado no governo.


" A ajuda internacional faliu a África. Prem de ajudar a África"

James Shikvati - economista queniano - referente ás ajudas internacionais que só ajudam a governos ditadores, tiranos e corruptos no continente africano


"Não queremos o Estado competindo com a iniciativa privada"

Salim Mattar - fundador da Localiza - refereindo-se à falta de preparo do Estado quando tenta ser empresário


" A propriedade é um direito importante, mas não é um direito absoluto"

Yeda Crusius - Governadora - lembrando oportunamente que a propriedade é privada até determinado ponto.


“O monopólio não é público nem privado, então deve ser eliminado para criar mais oportunidades”

José Maria Aznar - Ex- primeiro ministro espanhol - em um discurso repleto de sabedoria

quarta-feira, abril 25, 2007

Fórum da Liberdade I


O tema do Fórum Liberdade deste ano é bastante oportuno : Propriedade e Desenvolvimento. Principalmente quando estamos efetuando este debate em um país como o Brasil, que possui uma visão distorcida a respeito da propriedade privada. Assim como o capital alheio, olhamos a propriedade privada ( grandes, médias ou pequenas), com receio, como se estas fossem causadoras da miséria de alguns em detrenimento da pujança de outros. Principalmente quando fazemos este debate em pleno mês de Abril, mês em que a sigla MST promove seus atos de vandalismo em maior expressão.

Infelizmente, o fórum deste ano não contou com a presença do economista peruano Hernando de Soto, notório especialista deste assunto, que já participou de fóruns anteriores. Recomendo a leitura de seu melhor livro “ O Mistério do Capital”, que é simplesmente esclarecedor. Para o autor, o principal obstáculo encontrado pelos países do Terceiro Mundo para se desenvolverem é o não conhecimento do processo conversor de ativos líquidos –no caso a propriedade - um capital que gera riquezas e se esconde detrás das leis de prosperidade. O autor chama este processo de "o mistério do capital", e mostra como é possível levar os benefícios capitalistas para o Terceiro Mundo. Recorda-nos que as nações desenvolvidas sofreram o mesmo tipo de crise que hoje enfrentam os países considerados do Terceiro Mundo, com os seus mercados negros, suas máfias ubíquas, pobreza disseminada e desrespeito flagrante à lei, oferecendo uma proposta construtiva para levarmos os benefícios do capitalismo àqueles até hoje considerados suas vítimas.

Agora imaginemos estes conceitos aplicados no Brasil. Imagine o impacto que tais medidas trariam na economia. Quando falo em propriedade, não estou falando apenas de propriedades rurais, mas de qualquer terreno, imóvel, construção. Imagine a legalização da propriedade de todas as favelas no Brasil. O brasileiro ainda não se acostumou a enxergar seu lar com ativo importante, pois estamos acostumados a ter a moradia como um direito sagrado e universal. Muito bonito na teoria, que concordo plenamente, mas no momento em que um bem imóvel, seja ele qual e onde for, legalizado, pagando tributos, gerando riquezas, participando efetivamente da economia de um país, podendo inclusive ser usado como garantia em empréstimos, com alta liquidez. O PIB brasileiro daria um salto, e o que é melhor, não seria necessário usar os artifícios que o governo usou na mudança de regra para o cálculo do PIB para “inchar” nosso crescimento.

Propriedade gera Desenvolvimento. Desenvolvimento gera prosperidade. Prosperidade para todos é a melhor maneira de realizar a distribuição de renda em prol da chamada justiça social.

Fórum Liberdade II


“Quanto maior a liberdade política, mais justa será a sociedade. E, quanto maior for a liberdade econômica, mais próspera ela será”. Foi com essas palavras ditas em sotaque espanhol pelo ex-primeiro-ministro José Maria Aznar, que iniciou hoje, 16, o circuito de debates do XX Fórum da Liberdade. Conhecido em todo o mundo pelas reformas que realizou na Espanha, Aznar expôs resumidamente sua experiência como governante na palestra de abertura do evento. Aznar destacou a importância da liberalização econômica para o desenvolvimento da sociedade. Com destaque especial para os países latino-americanos, afirmou que eles estão em uma “encruzilhada histórica” e possuem dois caminhos: “um é o que aponta para o crescimento, o liberal, e outro é baseado nas velhas idéias autoritaristas”, disse. Ainda em relação à América Latina, o ex-primeiro-ministro apontou os problemas que os países enfrentam para se desenvolverem e questionou o porquê desse crescimento não ser uniforme a todos. “O maior problema é que não se explora corretamente o grande potencial de crescimento dessas economias”, conclui. Aznar citou que os dois grandes problemas que encontrou ao tomar posse de seu mandato em 1996 eram o desemprego e a renda per capta. Segundo ele, a partir de um leque de propostas implementadas, que incluíam a baixa na tarifa de impostos, privatizações e acordos sociais, esse quadro foi modificado. “Foi a partir delas que a Espanha está onde está hoje, é a 8ª economia do mundo e possui mais postos de trabalho”. Defendeu em seu discurso também que a função de gerar postos de trabalho é das empresas, não do governo. E, segundo Aznar, cabe ao Estado incentivar a criação de empresas e, para isso, se deve facilitar os processos burocráticos envolvidos. Também destacou que o problema em relação às instituições públicas é que elas são hoje, na maioria das vezes, um monopólio.

Fórum da Liberdade III


Ressalte-se que o Fórum Liberdade respeita a liberdade de pensamento, inclusive com as quais não se identifica, convidando para os debates pessoas públicas como Miguel Rossetto e Frei Betto. Preciso fazer esta distinção pois lembro bem quando os “democratas” do FSM, que já não aceitaram inscrições do IEE ou Instituto Liberdade nos fóruns. E quando a juventude do PSDB armou sua barraca no acampamento da juventude foi em seguida expulsa de forma truculenta e selvagem pelos neandertais socialistas do acampamento; tudo isso aos berros de ordem: “ Liberal, aqui não entra nem a pau”.

E ainda tem a coragem de se intitularem a favor da diversidade e da democracia.

Fórum da Liberdade IV


O primeiro fórum a gente nunca esquece. Este foi meu primeiro Fórum da Liberdade, apesar de ter participado de outros eventos desta natureza. Inclusive, do midiático Fórum Social Mundial. onde participei apenas como um curioso.

Logo na entrada, uma pessoa com as vestes emulando a estátua da liberdade dava as boas vindas aos participantes. Como sou brasileiro, cheguei um pouco atrasado ( mas por motivos profissionais, hehehe). No guichê, a moça checa as informações e para minha surpresa me solicita o comprovante de pagamento, solicitação que não havia feito às pessoas na minha frente. Talvez para minha sorte, havia trazido toda a documentação por precaução. Por ser estudante e haver efetuado minha inscrição antecipadamente, paguei “apenas” R$ 40,00, diferentemente para quem chegava na hora, que precisava desembolsar R$ 150,00. E não era o acesso VIP. E depois não sabem porque a participação universitária é tão reduzida...

Cheguei ao auditório, que estava cheio, mas não lotado e procurei sentar rapidamente e sem chamar a atenção, logo numa cadeira em uma das pontas nas últimas filas. Sentei ao lado de um rapaz, alto, um pouco gordo, cabelos compridos. Cadeira confortável, enquanto escutava o discurso do competente José Maria Aznar, procurava ajeitar o material que rebecera na recepção – aliás, excelente material – na certeza de que escolhera um local suficientemente discreto, quando aparece não sei quem com um câmera a tira colo e fala: Ta ali o cara, dá uma filmada nele, apontando para o cara ao meu lado . Até hoje não descobri quem era o cara.

Terminada a primeira palestra, iniciou-se um pequeno intervalo, que aproveitei para retirar os fones com tradução simultânea e circular pelo salão. Diversos estantes de empresas patrocinadoras e apoiadoras: Coca Cola, Ipiranga, Gerdau, Abril, Itaú, Wal-Mart, CNI e eu me questionando sobre os R$ 150,00. Observei o caminhão queimado pelo sigla MST em uam das suas inúmeras invasões à Fazenda Coqueiros. No estande do Instituto Liberdade Liberdade encontro Rodrigo Constantino, economista carioca e liberal fervoroso. Está contando sua última briga com Olavo de Carvalho, aquela mesma que escrevi neste blog . E quem aparece e cumprimenta o cara com toda a intimidade? O caras que estava ao meu lado. Puxa vida, quem era esse cara? Pessoalmente, Constantino me pareceu mais baixo, mas simpatizei com a figura. Se falei com ele? Claro que não, vocês não me conhecem..

Na volta resolvi procurar um lugar mais à frente. Deram início á abertura oficial do Fórum. Todos de pé para a execução do hino nacional, cantado por uma barítona? É isso? Me desculpem a ignorância, mas não sei de tudo, hehehe. Começam as homenagens. Depois os sempre enfadonhos dircursos dos políticos locais. Finalmente iniciam-se os debates e o fórum efetivamente tem início. E eu lá, bastante interessado e tentando fazer pose de inteligente, de óculos e com a mãozinha segurando o queixo e tudo mais.

Ah, sim, pude participar apenas da primeira noite, pois no outro dia o fórum seria realizado durante meu horário de trabalho.

“Oh, vida de gado. Povo marcado esse, povo feliz”

Fórum da Liberdade V


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Cabe aqui estabelecer alguns comparativos entre a divulgação na mídia deste evento e o Fórum Social Mundial, quando realizado por estas plagas. O FSM era citado diariamente em reportagens no Jornal Nacional, RBS Notícias. Rádios cobriam ao vivo diversos eventos. E os dois grandes jornais à época, Zero Hora e Correio do Povo dedicavam generosos espaços na cobertura do evento. Em relação ao Fórum Liberdade, o que se ouviu a respeito? Pequenas inserções no RBS Notícias e rádios AM. Mais algumas poucas páginas nos jornais durante os dois dias do fórum.

O que dava a entender pela cobertura da mídia é de que este era um evento voltado para líderes políticos e empresários. Não é verdade. Não descarto logicamente a participação destes, mas este fórum não se destinava somente a este público – ao menos eu não penso assim – mas também a outro público, principalmente jovens universitários. E onde eles estavam? Apesar de ser realizado em uma faculdade, a participação de jovens universitários foi, pela minha percepção, muito, mas muito tímida.

E isto não me surpreende. Não é de causar espanto a ausência de qualquer informação deste fórum em rádios FM, segmentado para o público jovem. Têm estas rádios, inclusive, programas voltados para universitários, como o College Radio da rádio Ipanema, só para citar um exemplo. Diferentemente na época do FSM, quando diariamente, com boletins a cada uma hora, as rádios ajudavam a disseminar as informações a respeito do fórum. Inclusive, lembro bem, muitas delas estavam com seus comunicadores nos eventos do anfi-teatro Pôr-do-sol e como mediadores em alguns debates.

Agora tente imaginar o estudante universitário neste meio, somado a professores totalmente ideologizados, que não sentem-se constrangidos em trazer sua ideologia para a sala de aula, em um desrespeito à educação e á liberdade de pensamento, impor aos alunos suas visões particulares. Principalmente na área de humanas, como Literatura, Português, Geografia e principalmente História. Baseado nestes fatos é possível entender o porque do afastamento jovem do Fórum Liberdade.

Mas não é somente por isso.

Desculpem- me os organizadores, mas o Fórum Liberdade é segmentado sim, e em demasia. Admiro o IEE por sua coragem e competência em criar e manter este fórum há vinte anos, entretanto, O IEE conseguiu dar a este fórum um carácter exclusivista, mesmo que não intecionalmente. Até mesmo pela natureza do IEE, que é uma instituição que eu e você, meu caro leitor, jamais teríamos a oportunidade de participar. A não ser que você que está lendo este blog seja descendente de uma grande família empresarial ( Gerdau, Ipiranga, etc), ou seja um reconhecido líder na sociedade, seja lá o que isto signifique. O IEE é uma instituição fechada, e têm o direito de sê-lo, assim como exerço meu direito em criticá-los neste aspecto.


Que fique bem claro isto.

terça-feira, março 27, 2007

Editorial : Fora Bush? O Brasil mostra sua estupidez


Eu sei que vocês nem perceberam, mas este blog está mais atrasado que salário de funcionário público. Mas a culpa não é minha. A culpa, na verdade, é ...do BUSH!!!


Sim, é claro. A culpa é deste estatudinense explorador. Quem esse cara pensa que é, ousar vir aqui e propor parcerias de desenvolvimento para o nosso país. E ainda por cima com investimentos ( U$) estrangeiros. Mas o que ele está pensando? Todos sabemos que dinheiro é algo em grande quantindade em nossa terra. E que somos desenvolvidos o suficiente para esnobar aquele povo idiota e imbecil, que apenas tem uma renda per capita muito maior que a nossa, sem falar que suas instituições realmente funcionam, e que lá originou-se a democracia, os direitos civis,... humm, deixa pra lá.



Hein? E o que o Bush tem a ver com o atraso do blog? Bem, na verdade, nada. Mas quero entrar na onda de culpar o Bush pelos meus problemas, então achei que ficaria bem mais fácil assim.


Ironias à parte, ainda estou com o estômago embrulhado em assistir ás patéticas cenas de protesto contra Bush. Estudantes que não limpam sequer seu quarto, que não conseguem sequer desenvolver raciocínios lógicos, ou escrever um texto em um português decente, se achando no direito, e o que é pior, se achando com inteligência suficiente para pensar e criticar o mundo moderno. Aqui pra vocês, tá bom? Vão se catar cambada de vagabundos inúteis. Vão pregar a idiotice intelectual de suas cabeças lá pra Manuela Dávila. Ela é a rainha dos baixinhos mentecaptos socialistas.



A propósito, não é uma atitude decente de um deputado levantar aquela faixa ridícula contra Bush em plena Câmara. vendo Luciana Genro e Manuela Dávila segurando aquela faixa juntas, parece-me que a indingência mental passa de geração para geração.



Além da perda de tempo, o que mais estes protestos podem ter gerado de últil para o Brasil?


Liberalismo x Conservadorismo




Nas últimas semanas, dois pensadores independentes identificados com a direita brasileira entraram em rota de colisão. De um lado, Olavo de Carvalho, 60 anos, católico, filósofo, escritor, pensador autônomo radicado nos Estados Unidos. De outro, Rodrigo Constantino, 30 anos, ateu, economista, administrador de portfólio, escritor. O motivo? Não poderia ser mais espinhoso, religião.

Tudo começou com um artido de Constantino em seu Blog sobre Fanastismo religioso, inspirado em Voltaire. Este artigo já havia provocado em alguns leitores de Constantino mais "conservadores" reações adversas. . Quando Olavo de Carvalho entrou em cena, o que tivemos foram uma profusão de artigos de ambos lados, em que não faltaram as críticas ao conservadorismo católico de Olavo de Carvalho e ao liberalismo ateu de Rodrigo Constantino.

Para mim, nem tanto ao céu e nem tanto à terra. Odeio isso, mas neste caso fico num meio termo entre um e outro. E fiquei satisfeito. Que comecem os debates nesse meio. Até ontem, o termo "direita" era associado indiscriminadamente à ditadura militar, torturas, corrupção, autoritarismo, conservadorismo. Tudo junto no mesmo cesto, conforme bel-prazer da esquerda.
Penso que já passou da hora de exterminar estes rótulos, que ainda hoje perduram em muitas mentes desavisadas.

Se a própria esquerda consegue ter infinitas subdivisões de pensamento, porque a direita não pode ter o mesmo direito? Nem todos os direitistas são iguais. E individualmente, identicando-me como direita, não possuo e não quero relações com admiradores de Pinochet, da Ditadura Militar, etc. Estes truques, esta empulhação imposta propositalmente pela esquerda mundial norteou por muito tempo as definições entre esquerda e direita.

Este embate marca uma grande divisão entre as "correntes" direitistas. Intitulou-se que o conflito era entre Liberais x Conservadores. Não tenho tanta certeza. Mas a boa notícia é que estamos quebrando o maior pau, e isto é maravilhoso, no sentido de que este debate poderá proporcionar uma melhor definição entre o que é ser de direita, e assim, expurgar o resto. Já não basta nosso sistema político fracassado que foge ao debate.




É o momento para que se possam esclarecer melhor as idéias daqueles que se sentaram à direita na Assembléia Francesa.

quarta-feira, março 21, 2007

Notícias do Estado


Yeda finalmente está conseguindo imprimir seu estilo de governo e começa a mostrar uma nova face. Em parceria com o empresário Jorge Gerdau Johannpeter assinou um termo de cooperação técnica visando melhorar a qualidade da gestão pública, isso tudo relacionado ao PGPQ ( Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade). E o melhor, sem custo algum para os cofres públicos.




Falando em custos, o governo Yeda está com uma verdadeira obseção em achar e cortar custos da máquina pública. Corte de custos é sempre um termo mal visto. Um remédio amargo, porém necessário. O corte de funções gratificadas e cargos de confiança são um bom exemplo disto.



Infelizente, estas medidas não são suficientes para aliviar o caixa do estado. A governadora já delcarou que os salários com vencimentos acima de R$ 2.400,00 serão pagos com atraso. Verdade seja dita, todos os candidatos a governador já sabiam disto antecipadamente, mas nenhum teve a coragem de expor isso à população, principalmente em época eleitoral. E o PT aproveita disso para criticar a governadora. Faz parte do jogo político.



Incoerências


Agora vejam como o mundo dá voltas. Os americanos, grandes defensores da livre iniciativa e do liberalismo não se furtam de impor barreiras aos produtos brasileiros mais competitivos em seu país, com altas taxas de importação ( vide laranja, aço, etc).


A culpa é do Bush! Eu sabia! Vamos protestar, diriam vocês. Não é bem assim que as coisas funcionam, entretanto. Como bem explicou o texano ao mal-informado Lula, estas mudanças não dependem do executivo e sm do legislativo americano, hoje dominado por democratas, aqueles mesmos que lutam em prol da ecologia, das causas sociais, mas que não abrem mão de um protecionismo das empresas locais. E um país sério, onde as instituições funcionam, decisões desta importância necessariamente passam pelo legislativo. Nada de governar através de medidas-provisória.



Vai daí ao Lula tentar achar o "ponto g" nas negociações entre os países.

Idiotas de Plantão


Este povo brasileiro sabe mesmo como fazer um protesto!!!
Nada é mais aborrecido do que ter que tratar com pessoas cuja ideologia obstrui toda e qualquer tentativa de comunicação. A ideologia esquerdista comunista consegue produzir em escala mentes obturadas e idiotizadas. É preciso recorrer à história, passando pela colonização brasileira até os dias atuais para tentar compreender a obstinação da população brasileira em encenar o papel de explorado. Na recente passagem do presidente norte-americano George W Bush pelo Brasil foi possível constatar até onde a cretinice pode chegar. Bandeiras americanas foram queimadas, além da falta de originalidade, parecemos ter esquecido do quanto ofende desrespeitar um símbolo nacional, vide o caso do apresentador que urinou na bandeira brasileira nos Estados Unidos.



Não faltaram protestos, todos mui indignados com o americano, o qual era culpado de todos os males que assolavam a humanidade. Há desemprego, a culpa é do Bush. Violência? Culpa dele. Faltam educação e saúde? Culpa desses americanos exploradores. Seu joanete está doendo hoje? Só pode ser culpa do Bush. Creiam-me, já tive uma aula na faculdade em que o professor fazia ligação entre a falta de respeito às regras e a invasão americana no Iraque. E assim passamos nós deitados em berço explêndido à espera de algum culpado por nossas mazelas. Nada mais cômodo.



O engraçado é que não ouvimos um pio quando o ditador da Venezuela Hugo Chavez passou por estas paragens. Questão de gosto.


Tirando estas bobagens de sempre, o que motiva a visista do presidente americano podem ser descritos em dois ítens:



1. Marcar presença na região e fazer o contraponto a Hugo Chavez, de grande influência sobre o bloco latino. Sua ascenção é motivo de preocupação na casa branca. Pior para Lula que achou que seria o grande líder latino americano.



2. Avançar nas negociações envolvendo o etanol. A idéia é formar uma cadeia de produção que garanta o fornecimento estável do álcool. Atualmente, Brasil e Estados Unidos, juntos, são responspáveis por 70% da produção e do consumo mundiais do etanos, mas, para garantir a ampliação da produção, os dois países devem fechar parcerias, com participação da iniciativa privada, para instalar usinas de etanol em países da América Central.



Alías, é sempre interessante lembrar que o financiador do populismo chavista na Venezuela é o petróleo. E o maior cliente dos venezuelanos são os americanos. Agora analisem esta situação: seu maior inimigo também é seu maior cliente e por consequência seu maior financiador. Quen não gostaria de ter um inimigo assim?





Perdemos mais uma


O Rio Grande do Sul acaba de perder uma de suas principais companhias. O Grupo Ipiranga foi vendido neste final de semana por U$ 4 bilhões a um consórcio formado pela Petrobrás, Ultra e Brasken. Segundo analistas de mercado, o valor da transação demonstra o quanto foi bem avaliado o grupo Ipiranga, apesar dos problemas que envolviam sucessão e a governança do grupo.


A notícia da venda oficial foi anunciada somente na manhã de Segunda Feira, acarretando um aumento imediato de 30% nas ações do grupo. "Coincidentemente" os papéis da Ipiranga, que tem baixa liquidez na bolsa, tiveram um volume de negociações surpreendentemente alto na Sexta Feira anterior ao anúncio. Cabe agora à Bovespa e ao CVM investigar os possíveis beneficiados com as informações privilegiadas, caracterizando operações chamadas de "insider trading", operações estas consideradas ilegais no Brasil e no exterior. Nos Estados Unidos, tal procedimento é punido com prisão, vide os casos de Martha Stewart, famosa apresentadora de televisão que acabou presa justamente por efetuar este procedimento. A CVM já puniu recentemente dois casos semelhantes quando da tentativa de compra da Perdigão por parte da Sadia.


A operação ainda será discutida no CADE, pois a Petrobrás saltará de 33% para 38% na participação do mercado de venda de combustíveis.


Como gaúcho sinto-me entristecido por esta perda, principalmente naquela parte que vai para a Petrobrás, porque, mesmos sendo empresa mista, a Petrobrás ainda é, infelizmente, de controle estatal. Sinto calafrios só de pensar no que o grupo estaria disposto a fazer para ter o monopólio do setor, das refinarias aos postos de combustíveis. Assim é que a livre concorrência vai pro saco. E o Rio Grande do Sul também...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Editorial: Sangue, suor e cerveja



Explode coração. Todo mundo pulou, bebeu, suou, bebeu, namorou, beijou, bebeu, gritou, sambou, cantou e bebeu mais um pouquinho pra saideira no final. Salve este povo alegre e feliz que adora brincar sob o sol dos trópicos. Vamos brindar nossa natureza, nossas praias, nossas mulheres e nosso IDH ( ìndice de Desenvolvimento Humano), onde ocupamos a 72a colocação do ranking.

Mas vamos relembrar alguns problemas que estavam em tona antes da festa de Momo. Ou alguém já esqueceu a trágica morte do menino João Hélio, arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro? A primeira semana teve uma repercussão impressionante, foi assunto pautado em plena novela das oito, confeccionaram uma faixa em um jogo no Maracanã, foram feitos protestos, passeatas, a comissão de frente da Mangueira também fez sua homenagem. Os criminosos, surpreendentemte, foram presos! Com certeza o julgamento trará uma severa punição, pois a repercussão nacional foi muito forte. Com exceção do menor, lógico. Pra este, segundo nossa legislação, não ultrapassará 3 anos sua pena. Mas eu sei, você sabe, as autoridades sabem que as chances destes assassinos morrerem na prisão são enormes. Justiciamento mesmo. Mas o que importa, qual o nome daquela rainha de bateria, mesmo?

A Câmara dos Deputados já escolheu seu novo presidente, mas o trabalho mesmo só começa no próximo mês. Pior ainda é o presidente Lula que ainda não definiu seu Ministério. Quando o governo começará a trabalhar ninguém sabe, mas os fogos exaltando o PAC já foram estourados, antes mesmo do plano ter início. Como é o começo daquela música da Ivete...

Falando em nossos ilustres políticos, 23 deles já trocaram de partido antes mesmo da festa começar. Para quem achava que não poderia ficar pior, esta Legislatura tem grandes chances de ser PIOR do que a anterior, que convenhamos, não foi brincadeira. BUM, BUM, BUM!

Até o final de Abril os cidadãos brasileiros devem entregar sua declaração e Imposto de Renda, esperando de alguma forma serem ressarcidos pelos valores já descontados na FONTE de seus rendimentos. Findo o mês de Abril inicia-se o mês de maio, onde encerra-se o período médio de trabalho do cidadão de classe média precisa trabalhar somente para o pagamento de impostos. Mas nada disso tira o nosso sono, nada é capaz de tirar o torpor, a letargia de nossa brava gente. Pra que se preocupar? Em Fevereiro, sempre tem carnaval...
Editorial da Semana
1. Sangue, Suor e Cerveja
2. Chinaglia presidente da Câmara. Lula diz: Eu já sabia!
3. Malandro é Político e Mané é o Povão
4. PFL: Conservador ou Liberal?
5. Rage Against the Machine: o fim de um sonho
6. MSTlândia
7. Mano Changes: Grande presença?
8. Duas Faces da mesma moeda
9> Frases

Chinaglia presidente da Câmara - Lula diz: Eu já sabia!


Arlindo Chinaglia foi eleito o novo presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro na hierarquia nacional. È uma vitória do PT, sem dúvida. Mas do PT paulista em especial. Aquela rapaziada gente boa do dossiê falso contra Serra, lembram? Pois é. O próprio Arlindo Chinaglia, mui digníssimo, já trocou alguns sopapos com o deputado Inocêncio Oliveira na mesma Câmara que agora vai presidir. E não tardará para ser posto em votação o indulto a José Dirceu, mentor de Chinaglia e cérebro do mensalão.
Sobra para o derrotado Aldo Rebelo o papel do bobo da corte. Aldo foi eleito presidente da Câmara quando foi conveniente para o PT, que na época estava em meio a diversos escândalos, quando Aldo caiu do céu para ser o bom moço do presidente Lula. Mas Aldo achou que poderia tentar a reeleição, e ainda contar com o apoio do PT, ou ao menos, de Lula. Lula cozinhou Aldo bonito, na verdade lhe prometeu apoio veladamente mas já articulava uma candidatura própria do PT, e quando esta ocorreu, o mesmo ficou dividido. Bastante conveniente. Lula sempre foi esperto, deve-se admitir. E Aldo sempre foi bobo. Agora ele obteve uma prova da relevância do seu nome e do PC do B junto ao governo

Malandro é Político e Mané é o Povão


Só para termos uma idéia da bomba que nos espera nesta nova legislatura em Brasília. Pasmem ( ou não ) com esta informação. Dos 513 deputados eleitos em Outubro, 23 já trocaram de partido antes mesmo do início do mandato. Ou seja, 4,48% do total. Metade destes migraram da oposição para a base governista. Ah, o poder...

Os nomes? Pois não:

Deputado

Armando Abílio – PB
Colbert Martins - BA
Homero Pereira - MT
Laurez Moreira - TO
Lucenira Pimentel - AP
Marcelo Guimarães Filho - BA
Neilton Mulim - RJ
Nelson Goetten - SC
Ratinho Junior - PR
Sabino Castelo Branco – AM
Veloso – BA
Vicentino Alves – TO
Damião Feliciano – PB
Jofran Frejat – DF
Jurandy Loureiro – ES
Lucio Vale – PA
Marcos Antônio – PE
Maurício Quintella Lessa – AL
Sandro Matos – RJ
Silas Câmara – AM
Takayama – PR
Waldir Maranhão – MA
Zequinha Marinho – PA

PFL: Conservador ou Liberal?


Partido Democrata. Eis o nome pelo qual será designado a partir de Abril próximo o PFL ( Partido da Frente Liberal). Tal designação faz parte da proposta de reformulação da sigla que se iniciará após a convenção do partido em Abril. Este movimento está sendo cuidadosamente planejado pela cúpula do partido, em especial pela ala de Jorge Borhausen. Até hoje a sigla PFL constava como provisória no estatuto do partido. Criado em 1985 para opôr-se ao PDS de Maluf ( hoje PP) na disputa pela Presidência da República, que naquela época era escolhido Câmara dos Deputados. Na época, a Frente Liberal derrotou Maluf no colégio eleitoral com Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse, vindo a falecer e dar lugar a José Sarney. Estas reformulações trazem a intenção do partido em lançar candidaturas próprias para prefeituras em todas as cidades brasileiras, principalmente no interior.

Duas observações: Primeiro; em meio a inúmeras possibilidades de nomes e siglas, o PFL consegue a proeza de escolher Partido Democrata, exatamente igual ao Partido Democrata americano, dos políticos Bill Clinton, Jimmy Carter, John Kennedy, entre outros. Já não bastasse a infeliz coincidência, ainda resta o antagonismo entre estas duas legendas. O PFL, pelo seu conteúdo programárico, nos Estados Unidos estaria muito mais para o Partido Republicano do que para o Partido Democrata. A nomenclatura escolhida foi, sem sombra de dúvida, equivocada, para dizer o mínimo.

Segundo; e talvez mais importante: O que vem por trás desta mudança? A palavra é: Renovação! Os dirigentes do PFL sabem que esta sigla há muito está desgastada perante a sociedade, principalmente no interior. O PFL freqüentemente foi associado à ditadura militar, ao coronelismo, ao conservadorismo. Em parte estas associações são verdadeiras. O partido sempre abrigou alguns ícones ditatoriais e coronelistas em suas fileiras. Por isso a necessidade latente de nomes jovens passarem a ter importância estratégica dentro do partido. Um afastamento do PSDB também faz parte dos planos do partido. Mas o PFL, mesmo com a safra de novos nomes, ainda peca em relação ao sentido de renovação. Explico. Quem são os novos expoentes pefelistas? Rodrigo Maia, filho de César Maia, prefeito do Rio de Janeiro. Antônio Carlos Magalhães Neto, cujo nome dispensa maiores informações. Não se trata de uma crítica aos nomes anteriormente citados, mas me parece mais do mesmo. E tenho certeza que o eleitor terá esta mesma percepção. O PFL não pode virar um feudo.

Para a sorte do partido, há outros nomes de peso para efetuarem esta transição, como por exemplo, o gaúcho Onyx Lorenzoni. E para nosso azar o PFL ainda está muito longe de ser um partido realmente liberal. Não basta apenas uma nova roupagem, é preciso ir mais fundo, inclusive nos estatutos do partido. O Brasil necessita urgentemente de vozes que defendam a livre iniciativa, o empreendedorismo, a desburocratização, o capital, os interesses individuais como primazia. O PFL poderia ocupar este nicho que ainda não foi preenchido, mas, ao que tudo indica, continuará vazio.

Rage Against the Machine - o fim do sonho



Rage Against the Machine foi um grupos que mais tiveram influência na minha adolescência. Naquele tempo eu ainda cultivava alguns ideais românticos e algumas idéias idiotas na cabeça e acreditava que a revolução não seria televisionada. Em tempos de Babado Novo no Planeta Atlântida, devo admitir certo orgulho em escutar sons que jamais rolavam no set list das grandes rádios da época, que impulsionadas pelo “jabá”, rodavam apenas uma programação absurdamente pasteurizada, idiotizada e incrivelmente bem digerida pelo público. Bons tempos pré internet, em que a garimpagem de sons inovadores em galerias no centro da cidade ou pelas rádios Ipanema e Felusp eram tarefas que ocupavam boa parte de nossa rotina.

Mas não foi somente a tecnologia o grande catalisador da mudança de comportamento musical. Não que esta não tenha sua importância, muito pelo contrário. Qualquer banda de garagem de hoje amanhã tem seu som disponibilizado na internet. Se por um lado, é possível o acesso ilimitado a todos os tipos de sons e grupos em todo o mundo, por outro lado perde-se aquela áurea que somente aqueles verdadeiros garimpeiros musicais detinham. Qualquer imbecil nerd ou mauricinho metido a antenado consegue, na hora em que desejar, músicas antes restritas apenas a um pessoal realmente antenado. Mas isso não é uma crítica, a tecnologia proporcionou a verdadeira revolução musical dos tempos modernos.

Mas lá vou eu perdendo o foco no texto. O que estava me questionando era porque o discurso de Zack de La Rocha hoje não desperta em mim o mesmo interesse, o mesmo fervor, a mesma indignação que despertava há 10, 15 anos atrás? Mesmo com a dissolução do RATM, os velhos e bons cds ainda continuam com a mesma sonoridade arrasadora, a guitarra de Tom Morello ainda pesa em meus neurônios, a voz de Zack de La Rocha ainda me soa como uma das melhores vozes para o som de rap adicionado com metal; som este inédito na época. Killing in the name, Bullets on the Parade, Freedom, Guerilla Radio, Bombtrack, a lista musical é maravilhosa. Enfim, escutar RATM ainda me é agradável, a sensação é a mesma. Por isto, concluo sozinho que meu gosto musical ainda é o mesmo. Mas a letra do RATM já não me agrada tanto assim...

E porque? Bem, eu mudei, o mundo mudou, todos mudamos e o RATM ainda bate na mesma tecla de crítica ao capitalismo, ao imperialismo, ao neoliberalismo global. A exaltação da luta Zapatista no México, o estilo discursivo de Zack de la Rocha, ao estilo Michael Moore. Confesso que esta ladainha já me encheu. E que este discurso pode ainda colar em adolescentes em busca de motivos para sua rebeldia, mas para mim, infelizmente, ou felizmente, já não cola mais. Como é sabido, nada mais fácil do que vender rebeldia e depressão para adolescentes. Gostava e ainda gosto do som de RATM, mas seu engajamento e suas letras politizadas tornaram-se para mim irrelevantes pelo seu conteúdo artificial. Mas os adolescentes do presente não tem do que se queixar. Não faltam à sua disposição no mercado fonográfico grupos “engajados” politicamente, e talvez a maior expressão atual seja o Green Day, grupo pelo qual já nutri certo apreço, mas hoje me soa indigesto. E me é indigesto pelo fato do grupo espertamente explorar a guerra no Iraque e criticar a política americana para fazer música e vender disco. Nada original. O último cd da banda, com o sugestivo nome de “American Idiot” está recheado de clichês anti-americanos, com críticas ao presidente Bush em especial. O grupo não se furta de frases de efeito como “ Não quero ser um americano idiota”, “ não quero uma nação se abaixando para a nova mídia”, “Eu quero ser a minoria”, frases que se fossem ditas por Avirl Lavigne seriam justamente ignoradas, mas ditas por Billy Joel ajudam a fomentar o mantra dos californianos. Neste caso, favor me acordarem quando Setembro ou esta bobagem terminar, o que vier primeiro, se é que vocês me entendem.
Já o RATM não existe mais, Há boatos de que Zack de la Rocha tornou-se guerrilheiro após o fracasso de sua carreira solo e Tom Morello hoje é o guitarrista da inócua banda Audioslave. Mas ainda me atenho às raízes, e entre a alegria insuportável de um show de uma Ivete Sangalo e a barulheira de um RATM, fico com a segunda opção.

MSTlândia


Importantíssima a matéria a Zero Hora deste último Domingo. Surpreendente também, pois a Zero Hora, depois de anos de pressões, agressões e até invasões, havia cedido generoso espaço aos petistas no jornal, e por isso, estava chapa branca em demasia. . Por isso meu espanto com a matéria assinada por Humberto Trezzi denominada “ O enclave do MST”. A chamada de capa é ainda mais provocativa: “ MSTlândia”. Luiz Fernando Veríssimo deve ter ficado fulo.

Resumindo, trata a reportagem sobre as ações do MST, especificamente no norte do Estado, e em especial a guerra declarada entre o movimento e o proprietário da fazenda Coqueiros, Félix Guerra. Briga por 7 mil hectares de terra, uns 200 parques da Redenção. Que a fazenda Coqueiros é produtiva, isso já foi provado. Ocorre que para o MST esta disputa não é agrícola, no sentido técnico, e sim ideológica. O próprio líder do MST no local, Ivanir Loureiro, define por conta própria que “ Ninguém pode ser dono de uma área desse tamanho”. Ah, não? E quem pode? O MST? O MST como uma associação de agricultores possui uma quantidade muito maior de terras do que a fazenda Coqueiros, e , convenhamos, com uma produtividade bastante inferior. Basta comparar o fracasso produtivo dos assentamentos na fazendas Itamaraty, do antigo dono Olacyr de Moraes, ex-rei da soja e Sepé Tiarajú. Leiam artigo http://www.ternuma.com.br/assentamento.htm. Mas viver de cesta básica não parece impecilho para o MST literalmente cercar a propriedade de Guerra, para em nome de sua batalha ideológica, promover saques, destruições, abate de animais, etc.

Interessante também a descoberta da reportagem de um estrangeiro no comando de algumas ações do MST, um tipo chamado Hugo Castelhano que liderou diversas depredações em patrimônio privado, crime punido com expulsão do país. Este fato apenas reforça a idéia de que o MST não é e nunca foi um movimento de agricultores em busca de terras para produzir. O que na verdade move o MST é a proposta ideológica de promoção do Socialismo através de ações coodernadas no campo e com apoio de diversas ONGS ( muitas delas internacionais), explicando assim a presença de estrangeiros em suas fileiras.
Se até hoje você simpatizava com a causa do MST e achava um absurdo aquele monte de “agricultores” sem ter onde produzir, sugiro a leitura desta matéria, que mesmo tardiamente, reforça a idéia da farsa que é o MST

Mano Chanes - grande presença?


Outra matéria interessante na Zero Hora de Domingo foi na reportagem sobre jovens políticos gaúchos. Um fato indiscutível: o jovem ainda tem uma participação política pífia. No Congresso nacional, apenas 20 dos 513 deputados situam-se na faixa dos 21 a 30 anos. Em entrevista, a nova vedete da Câmara Manuela Dávila ( sempre ela) discorre sobre este assunto com uma suposta autoridade que não possui. Cobra maior participação dos jovens na política ( concordo), estagiários cadastrados na Previdência social ( hummm, discordo), além de informar que o PAC é uma boa alternativa para inserção de políticas destinadas aos jovens( sem comentários). Mas não vou falar de Manuela, mas sim de outro deputado gaúcho com políticas voltada para os jovens. Trata-se de Diogo Bier, o vocalista ( ainda é?) da banda Comunidade Nin Jitsu. Não possuo elementos para ter alguma opinião sobre o rapaz, e por isso tenho que me basear no que o mesmo tem dito ( e cantado) nos últimos anos:



Sobre sexo entre adolescentes

Beijo na boca é coisa do passado
A onda do momento é o namoro depravado

Amor Amor o que eu quero é transar
Amor Amor se eu pedir tu me dá

Sobre bebidas

Bebida bandida, deixa as mina muito louca
Vai descendo docinho, dá beijinho na boca
Bebe mais um pouco que eu tiro a sua roupa


Pra ficar do seu lado
Só se for aperitivado


Sobre Drogas

Ta na hora de acordar pra vencer
Um baseado apenas por lazer
Vou fazer a cabeça, tudo vai melhorar
Vou fazer a cabeça, pior não vai ficar

Parceiros e corteses são os manos
Que comigo tomam heroína pelos canos


Procurando uma ervas eu já sei onde encontrar
Vou lá no primo morango e ele bota um pra fumar


Sobre Política Internacional
Ah, eu só vim pra buscar
Um carregamento e depois me mandar
Ah, como é boa a fronteira: Amazônia e Colômbia
Que eu vou atravessar


Será que alguém realmente sente-se representado politicamente por Mano Changes ou Manuela Dávila?

Duas faces da mesma moeda


Quando adolescente, sempre me questionava até onde ia o poder cultural e massificador da cultura americana. Que Hollywood não tem concorrentes na questão de projeção cultural, isso me parece óbvio. Mas algo que sempre me intrigava era a visão única que predominavam nos filmes de guerra. Por isso sempre imaginei porque nenhum diretor e roteirista se interessaram em realizar o filme com um roteiro simples, tampouco original:

“ Era uma vez uma pequena japonesinha, vamos chamá-la de Yoko. Yoko era uma linda e delicada jovem da alta sociedade japonesa. Seus pais são atenciosos e lhe dão amor, mesmo que seja de seu jeito peculiar. Mas Yoko não se importa. No seu aniversário de 16 anos, Yoko se apaixona por Nakao, um pequeno e honrado agricultor. Florescida a paixão, o roteiro giraria em torno da luta dos dois amantes pelo seu amor. Juntos concebem um filho e decidem fugir para viver seu amor. Mas antes de fugir, Nakao é convocado a lutar na 2a Guerra. Mesmo relutante em deixar seu amor, Nakao serve com orgulho seu país. Yoko chora anos a fio na esperança de que Nakao volte vivo, o que realmente acontece, mas com um pequeno problema: Nakao volta com as pernas amputadas e deprimido. Yoko, que estava morando em uma pequena propriedade afastada com o filho de Nakao, sai à procura do mesmo para contar-lhe a respeito do filho. Após incessante e angustiante procura, ambos de reencontram e o amor floresce novamente. Nakao comove-se ao descobrir que tem um filho. Ambos se amam e prometem viver até o final da vida juntos. Infelizmente, no dia posterior o Japão é bombardeado e devastado. Nakao e Yoko morrem. Seu filho, hoje com 45 anos é quem nos conta a história, que só foi possível graças às cartas que Yoko escrevia. Mas o rapaz exibe seqüelas do desatre, sua pele é Albina e sem pelos e não raro o mesmo apresenta convulsões inexplicáveis, até hoje não explicadas pela ciência. Também não poderá ter filhos, e por isso decide criar um orfanato com o nome de Yoko e Nakao, além de tornar-se um respeitável estudioso em favor da Paz Mundial. O final o filme mostra o filho recebendo condecoração na ONU. O rapaz chora. Aparece uma frase de efeito em favor da paz. Sobem os letreiros com a música “Imagine” de John Lenonn ao fundo.Fim. “

Fácil, não?

Por isso tive a grata satisfação de assistir não a um, mas dois filmes de Clint Eastwood, meu rabugento favorito. Dois projetos de suma importância, dois filmes que tratam do mesmo tema e do mesmo acontecimento. A sangrenta batalha entre americanos e japoneses na ilha de Iwo Jima . O primeiro filme, A Conquista da Honra, mostra estes acontecimentos sob a ótica americana. Quando os americanos conquistam determinada área da ilha, não perdem a oportunidade de fincar a bandeira americana no solo japonês. Esta imagem foi fotografada e correu pela américa, elevando seus simplórios participantes ( que não eram os mesmos da primeira bandeira, e sim de uma segunda) a heróis da liberdade. Ou seja, ótimos garotos propaganda para angaria fundos para a guerra.

Já Cartas de Iwo Jima me parece mais ambicioso e mais intimista. A história narra o trabalho do general japon~es para defender a todo custo, ou ao menos retardar a derrota japonesa na ilha. Para isso, tem de enfrentar, além do maior poderio inimigo, a honra japonesa que não adimite outra punição para derrota que não a própria vida.

O grande trunfo destes filmes é mostrar que todos os fatos históricos, atuais ou não, dependem do ponto de vista do narrador. Se no primeiro nos deparamos com temerosos soldados americanos entrando em território desconhecido, do outro lado vemos os também temerosos japoneses com a aproximação do inimigo melhor preparado belicamente. Não há heróis, não há vilões, todos são humanos. Apesar do filme ainda criar alguns estereótipos, é formidável notarmos que é possível sim que qualuqer acontecimento tenha dois lados. Nós mesmos já fomos odiados e amados, e não somos melhores nem piores que outrem. Somos únicos, com nossa individualidade, costumes, acertos, erros, preconceitos. E isso o filme retrata muito bem.

Frases

"Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio."

Provérbio Indiano


"Empreendedorismo não é uma ciência, nem arte. É uma prática."

Peter Drucker


"Não confio em produto local. Sempre que viajo, levo meu uísque e minha mulher."

Fernando Sabino


"Não há vivos, há os que morreram e os que esperam a vez."

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Editorial




Mais uma semana vindoura e mais um bloguinho enviado por e-mail, hehehe. Vocês eu não sei, mas eu estou curtindo bastante. Tivemos uma semana bastante movimentada em torno de temas econômicos em relação ao PAC. Pautar um blog em torno de temas econômicos requer uma capacidade além da minha. E ainda ficaria muito chato. Mas o PAC aparece em seguida. Deveria ser a primeira matéria. Digo deveria porque acrescentei na última hora como vocês poderão ver a notícia do americano que urinou na bandeira nacional. Fazer o que, temos que conviver com cretinos, e eles estão em todas as partes do mundo. Continuo mesclando alguns assuntos mais diversos no blog. Destaque também para a Revista Piauí, indicação do site. Leiam e me cobrem depois.




Ah sim, temos também uma nova participante deste blog. Nossa querida amiga Patricia que começará a dar as caras por aqui. Porque o Elio Gaspari pode criar o Eremildo, o Idiota e eu não posso criar a Patrícia, a bolivariana? hehehe




Abraços








Editorial da Semana




1. Urina na bandeira


2. PAC, Lula e JK. Vamos pagar mais esta conta?


3. Manual do Perfeito Idiota latino Americano


4. Rápidas Lulistas


5. O Metrô,a cratera e a cara de pau


6. Saia Justa


7. Indicamos - Revista Piauí


8. Frases




Urina na Bandeira







No site Terra.


Programa de Televisão nos Estados Unidos provocou a indignação da comunidade brasileira no país. Cristopher Antal, conhecido como "O Gambá", aparece no programa arrancando uma bandeira do Brasil, jogando-a no chão e urinando sobre ela. De acordo com imagens apresentadas no Fantástico, ele também aparece ofendendo os brasileiros.
Gambá tem um programa mensal, que é reprisado três vezes por semana, em um canal a cabo na cidade de Marlboro, perto de Boston, lugar onde vivem muitos imigrantes brasileiros. As ofensas à bandeira do Brasil foram gravadas no programa que foi ao ar durante o mês de janeiro.
Em 2001, Gambá tentou se eleger prefeito com uma plataforma contra os imigrantes do Brasil. A Associação Americano-Brasileira de Framingham, uma cidade próxima, pediu que o canal parasse de exibir o programa. No entanto, a direção da emissora alegou que, como a constituição americana protege o direito à livre expressão, o canal não pode censurar o programa
No Brasil, o Ministério de Relações Exteriores informou que já teve conhecimento do incidente, mas não vai se manifestar sobre o assunto



O que pensar de um caso destes? Primeiro, realmente me incomoda esta atitude do sujeito. Não é legal, humilha e atinge a todos os brasileiros. Mas eu tenho que saudar a democracia americana, que protege o direito à liberdade de expressão, e este conceito é levado a sério. Assim como toda a constituição americana. Bem diferente do que acontece no Brasil. Não temos a cultura de tolerância para opiniões divergentes Mesmo opiniões vindas de um cretino que utiliza o nome artístico de Gambá. Somos os primeiros a pedir a cabeça de quem discordamos, seja ele quem for. Nossa liberdade de expressão é tolerada apenas para aqueles que concordamos, ou para aquelas discordâncias leves.

No Brasil a bandeira é um dos símbolos da pátria, portanto a atitude do sujeito em terras brasilis seria passível de prisão. Mas devemos tentar entender a tolerância com que este ato foi tratado pelos americanos; cabe lembrar que diariamente assistimos na televisão bandeiras americanas queimadas.



A única atitude sensata seria um protesto organizado. Quando determinado grupo sente-se ofendido, sejam latinos, gays, católicos, etc; utilizam-se de embargos aos produtos relacionados com o seu desagravo. A comunidade brasileira pode protestar contra os anunciantes do programa ( se houver algum), os produtos da empresa ( no caso, a emissora). Esta seria a única forma de protesto organizado para a situação. Quando acontece com os outros, não parece tão ruim, não é mesmo?

domingo, janeiro 28, 2007

PAC, Lula e JK. Vamos pagar mais esta conta?


Este é o PAC... PAC MAN
Nesta semana foi anunciado o PAC ( Programa de Aceleração de Crescimento), novo programa econômico do governo Lula para a economia nacional, visando, como o próprio nome indica, um maior crescimento da economia nos próximos anos. O PAC foi a principal pauta de todos os veículos de comunicação durante a semana. Jornalistas, economistas, políticos, sindicalistas, empresários, todos tiveram a oportunidade de tecer opiniões a respeito do programa. Não cabe a este blog ter a pretensão de efetuar uma análise profunda e fundamentada deste programa, por absoluta falta de competência para tanto, admitimos. Entretanto, por tratar-se de um blog de opinião ( e qual blog não é?), não podemos deixar de dar alguns pitacos. Podemos relacionar o PAC em três itens distintos, sejam eles:

1. A medida do PAC vem de encontro a mais um programa do governo petista anunciado com todo o aparato de pompa e marketing, vide Fome Zero, por exemplo. O Fome Zero, como é sabido por todos, foi um programa que fracassou integralmente como programa social. Criou-se um programa baseado tão somente na arrecadação de alimentos focado no apelo social do mesmo, deixando em segundo plano toda a sua operacionalidade para armazenar os alimentos, identificar os contemplados com o programa e a distribuição a estes.


2. O pífio crescimento econômico do Brasil nos últimos anos é motivo de preocupação tanto para o governo como para o empresariado. Em 2005 a economia brasileira cresceu 2,3%; percentual irrisório se comparado aos seus pares no BRIC ( Brasil, Rússia, Índia e China), denominação dada por analistas econômicos aos países emergentes da economia global. Só para efeito de comparação, a economia da Rússia cresceu 6,4% no mesmo período, a da Índia 8,5% e a China 9,5%. Como se vê, o Brasil não consegue crescer no período de maior pujança econômica mundial dos últimos trinta anos.
Por isso a necessidade de um crescimento econômico maior nos próximos anos. E como faz isso? Como soi acontecer em governos populistas ( não confundir com popular), o governo é o grande motor da economia. Num estilo nada original, Lula encarna uma espécie de JK e anuncia gastos maciços das estatais para sair da estagnação econômica. Como disse a Ministra da Casa Civil Dilma Roussef, o PAC é dinheiro público na veia. A velha fórmula de governos atuando diretamente na economia em detrenimento do empresariado não é nova, pelo contrário. Trata-se de uma prática comum e comprovadamente ineficaz, endividando o governo no futuro. Aliás, o dinheiro que será aplicado no PAC já estava previsto no orçamento, portanto, onde está a atuação do governo como facilitador, desconsiderando o marketing?


3. Por último, qualquer programa econômico que não esteja relacionado a um severo ajuste nas contas do governo, que necessariamente passaria por um profundo corte de gastos, está fadado ao fracasso. Um plano para ser possuidor de seriedade precisa ir mais fundo. Antes de mais nada, é ncessário desengavetar as reformas tributária, trabalhista e previdenciária. Sem estes pré-requisitos, nenhum programa, por melhor que seja, consegue decolar. Serve apenas para purpirina e marketing.

Manual do Perfeito Idiota Latino Americano


Patrícia é uma jovem estudante universitária da UFGRS. É altamente politizada e sensível às causas sociais. Participou de todas as edições do Fórum Social Mundial, onde inclusive pode atuar como tradutora em algumas ocasiões, como no caso daqueles canadenses que não achavam o local do seu fórum de discussão. Desapegada às coisas mundanas, fez questão de participar do acampamento da juventude, dormindo em barracas e tomando banhos públicos, num ato que ao seu entendimento, teve forte conotação libertária.

Militante desde a adolescência, iniciou sua luta no início do Ensino Médio ( antigo segundo grau), época em que estudou no Colégio Júlio de Castilhos, o famoso Julinho, reduto da política estudantil porto-alegrense, hoje controlado por movimentos de esquerda. Já foi filiada ao PT, depois dos escândalos do mensalão mudou-se para o PSTU. Fez campanha para o surgimento do P-SOL, partido que está até hoje, mas já está em movimento para a filiação do novo Partido Bolivariano criado este ano no Rio de Janeiro, após a visita de Hugo Chavez.

Esta nossa personagem será presença constante neste blog. Hoje sua participação encerra aqui, pois a mesma negou-se a dar entrevista para o que classificou como “ blog nojento, liberal e burguês, a serviço dos estadudinenses”. Não conseguimos entender bem o que ela quis dizer com isso, mas quando fomos questioná-la a mesma já havia tomado um táxi para a sua casa no conhecido bairro “proletário” do Moinhos de Vento, onde mora com os pais, um cachorro, um gato e cinco peixes, ele empresário, ela juíza, ela estudante revolucionária bolivariana. No outro dia recebemos uma ligação da mesma prontificando-se a dar uma entrevista, desde que não fosse editada. A entrevista ficou marcada para Sexta-Feira, local a combinar, mas terá de ser depois da aula de Ioga e antes da balada, porque afinal, ninguém é de ferro.

Rápidas Lulistas


Lula, quem te viu e quem te vê I

Quem lembra o candidato-presidente Lula nos debates presidenciais, quando “acusava” Geraldo Alckmin de privatista e alertava para o “perigo” do PSDB na presidência em retornar o programa de privatização?

Pois bem, este mesmo que acusava Alckimin de privatista anuncia um programa econômico em que estatais injetarão dinheiro na economia. E qual a origem destes recursos? Da emissão e venda de ações das mesmas estatais que o mesmo jurava que não ia vender? Quem te viu e quem te vê...

Questionada sobre situação, Patrícia alegou que Lula não mais representa os reais interesses do povo proletário.



Lula, quem te viu e quem te vê II

Em 2003 o então presidente em início de mandato Lula foi recebido nos braços dos participantes do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, onde fez um inflamado discurso contra as desigualdades sociais e contra os países do primeiro mundo.

Já em 2005 o mesmo presidente, mas no meio de seu mandato e no início de alguns escândalos do seu governo foi vaiado no ginásio Gigantinho pela mesma platéia que o aplaudiu em 2003. O público já escolhera seu novo-líder: Hugo Chavez.

Agora em 2007 , o presidente reeleito Lula discursa no Fórum Econômico de Davos e ignora o Fórum Social Mundial, este ano realizado no Quênia e com o prestígio em baixa.


Vamos de Mano Brown; “ Nada como um dia, após o outro dia...”

O Metrô, a cratera e a cara de pau


Vocês sabem aquele buracão que abriu em uma avenida em São Paulo? Esse mesmo, que virou o maior zona de conflito político naquele Estado. O PT já anunciou que pretende instalar uma CPI para apurar se houve ou não negligência na execução dos serviços ( negligência houve, mas de quem? A saber ). O PSDB já está movendo-se para tentar barrar a CPI. Nesse meio tempo, o governador de São Paulo já anunciou que vai indenizar às famílias das vítimas e vai reter este valor do pagamento das empreiteiras. Inclusive já foi firmado acordo com uma família. No meio desta muvuca toda, algum gênio marqueteiro achou que seria uma grande idéia mandar distribuir a bebida Red Bull para os bombeiros enquanto os mesmos tiravam alguns corpos soterrados. Melhor analogia, impossível.

Saia Justa


Esta aconteceu num famoso programa de auditório no Sábado. Não que eu perca tempo com estas coisas, mas o destino quis que eu presenciasse a cena que descrevo abaixo:

Apresentador: E esta tatuagem, é o nome de quem?

Dançarina: Da minha filha

Apresentador: Qual o nome que está escrito aqui? ( olhando a tatuagem)

Dançarina: Dyjulyah ( Júlia, para quem escreve português)
( Silêncio)

Apresentador: Ah... E esse nome logo abaixo?

Dançarina: Fulano de tal. ( Acho que era Rui, não tenho certeza)

Apresentador: Legal, tatuou o nome da família. Este é o nome da pai da Julia né?

Dançarina: Não... ( Risinhos )
Apresentador : Abaixa a cabeça
(Silêncio)

Quem mandou mexer onde não deve. hehehehe

Indicamos - Revista Piauí



Comento com certo atraso ( sempre), o lançamento de uma nova publicação no mercado. Trata-se da revista Piauí, interessante projeto do cineasta João Moreira Sales. Adianto: trata-se de uma revista para quem realmente gosta de ler! O próprio formato da revista, "New York Review of Books", é um formato maior do que as revistas usuais, que permite um melhor acomodamento de textos longos e bem elaborados. As figuras nas matérias são escassas, com exceção das sessões onde a imagem é o centro da discussão, como por exemplo a coleção de livros com títulos bizarros.

A revista, que tem o nome do estado do Piauí mas é feita no Rio de Janeiro, é escrita de forma simples e despretensiosa, mas sem que estes adjetivos subtraiam a qualidade dos escritos. Qualquer tema pode ser objeto de uma matéria. A rotina de uma atriz profissional ( mas não famosa), acompanhado durante uma semana pode ser lido prazerosamente quanto uma reportagem sobre uma luta de vale tudo de GLS. Ficção e Literatura juntos. O importante mesmo são as histórias serem bem escritas. E elas são, podem acreditar. Ai está o prazer da revista.

Piauí rejeita o rótulo de revista de opinião, reforçando esta imagem por ser uma revista sem colunistas. O projeto gráfico junto dos textos é artisticamente bem elaborado. Apenas faço uma ressalva para a qualidade das páginas, no meu juízo de qualidade inferior.

Mas se você, assim como eu, é um garimpador de revistas, Piauí é uma boa opção de leitura. Ao menos, a edição que caiu em minhas mãos, de número 4.

Como é aquele slogan? Experimenta... Experimenta...

Frases














"O que eu espero senhores, é que depois de um razoável período de discussão, todo mundo concorde comigo. "

Winston Churchill



"O que é ser de direita? É você não esperar que o Estado venha solucionar a sua vida. É tomar sus decisões pessoais e arcar com a responsabilidade por elas. Muitas pessoas são assim e não se dão conta de que têm um atitude de direita. Isso por conta de uma imprecisão histórica. O que se chama de direita no Brasil foram forças retrógradas, coronelistas. Não é a isso que me refiro. É uma direita que existe nas democracias modernas, que dá mais força ao mercado, à competição a às liberdades individuais".


Patrícia Andrade - Diretora do Instituto Millenium - Revista Veja



"Sempre que alguém fala em “democracia participativa”, convém deitar a mesa ao chão e colocá-la contra a porta, antes que a arrombem".

Reinaldo Azevedo - Articulista político


"Apesar de termos 1,5 milhão de formados em administração pública e privada, nosso governo continua a ser gerido por gente sem a devida formação profissional em administração, no exercício ilegal da profissão de administrador público."

Stephen Kanitz - Administrador - Revista Veja

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Ano Novo, Blog Novo



Bem, meus caros, mudamos. Aliás, estamos mudando. Comigo é assim, qualuqer mudança tem que ser digerida aos poucos, lentamente. Ano novo, blog novo. Ou diferente. Tanto faz. Estou fazendo algumas mudanças experiementais neste blog, pra dar uma recauchutada. A primeira mudança vocês devem ter percebido, agora ele será enviado por e-mail. Não que não possa ser acessado, pode sim. Mas assim meus fiéis ( 5 ou 6) leitores ficam sabendo na hora quando ele é atualizado. A segunda mudança é que o blog passa a ser semanal. Sei que é uma incoerência enviar um blog semanalmente. A grande força dos blogs reside no fato de ser uma mídia on-line, atual, em tempo real. Mas deixemos isto para os grandes blogueiros, eles tem tempo para isso e afinal, vivem disso. Não é o meu caso. Além de postar este blog somente nas horas vagas, preciso manter alguma ( mínima ao menos ) qualidade das postagens, fazer algumas revisões, pautar algum tema, enfim, fazer a coisa toda ter algum sentido, e do jeito que estava não seria possível.

Outra mudança que lentamente ( sempre) estou efetuando é em relação aos temas deste blog. Não que deixaremso de falar de política, muito pelo contrário. Este ainda será o principal assunto deste blog. Mas vamos tentar mesclar um pouco com outros temas, outros enfoques. Alguns temas serão abordados mais profundamente, em textos mais longos. Outros serão apenas noticiados.

Deixo claro que se alguém que recebeu este blog por e-mail e por algum motivo ou memso sem motivo não pode recebe-lo em seu e-mail, basta apenas enviar um e-mail conforme consta ao lado que imediatamente será retirado da lista, sem problema algum. Porque endurecemos sim, mas sem perder a ternura, hehehe.

De resto peço que aqueles que gostarem, que participem. Mi casa, su casa. Os comentários são livres e não possuem moderação. Apenas pede-se que se evitem palavras de baixo calão e ofensas pessoais. De resto, sintam-se à vontade; inclusive para indicá-lo a alguém. O procedimento para receb~e-lo por e-mail é o mesmo para a retirada da lista. Apenas enviem um e-mail para dccap@ig.com.br, e escrevam que querem recebê-lo ou não. Ou mesmo não escrevam anda, só enviem o e-mail.

Então é isso, meus caros. Enjoyng !!!!

E Feliz 2007!


Editorial desta semana

1. Ano Novo, Blog Novo
2. Rio de Janeiro, chuva e dor de dente
3. Pequenas considerações sobre uam grande cidade
4. E as favelas?
5. Yeda - Erros e Acertos
6. PSDB e Latrinas
7. Fórum Liberdade
8. Bolivia e Venezuela - Ditaduras latinas
9. Estado Executor? Não, obrigado!
10. Frases

Rio de Janeiro, chuva e dor de dente














Hino à dor

Dor, saúde dos seres que se fanam,
Riqueza da alma, psíquico tesouro,
Alegria das glândulas do choro
De onde todas as lágrimas emanam..


És suprema! Os meus átomos se ufanam
De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro
Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
De que as próprias desgraças se engalanam!


Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstrato.
Com os corpúsculos mágicos do tacto
Prendo a orquestra de chamas que executas...


E, assim, sem convulsão que me alvorece,
Minha maior ventura é estar de posse
De tuas claridades absolutas!


Esta ode á dor deliciosamente escrito pelo poeta Augusto dos Anjos vem de encontro ao início do que seriam minhas férias. Sim, meus caros; dor. Muita dor. Dor de dente. E aqueles que já padeceram deste mal hão de solidarizar-se comigo. E aqueles que tem a sorte de não padecerem também devem prestar seu pesar a minha pessoa pelo fato de passar o reveillon com dor de dente. Nada de fogos em Copacabana, o reveillon perfeito foi no Hospital Municipal Salgado Filho, no bairro do Méier, juntamente com os acidentados do reveillon. Como se vê, melhor impossível.

Os dentes formam uma classe unida em nosso corpo. Exigentes, não são negociadores, exigem tudo e na hora em que determinam. Você sempre pode negociar com o estômago a respeito daquela azia, aquela tosse insistente com o pulmão, aquela enxaqueca com a cabeça. Até mesmo o coração tem se mostrado flexível a ceder um pouco em virtude dos recentes avanços da medicina em troca de uma alimentação saudável ( apesar do mesmo ainda realizar manifestações repentinas que não acabam bem). Mas os dentes são inflexíveis. Se nosso corpo fosse o Congresso, os dentes seriam o chamado “ grupo dos trinta” que tenta trazer um pouco de respeito a Casa, sem abertura para acordos e conchavos. . Cada terminação nervosa enviava ao cérebro sinais de que a coisa não estava bem. O nervo reclamava do ambiente fechado devido à obturação antiga e os demais dentes se encarregavam de levar adiante as reivindicações. Com os dentes é assim, numa forma popular, “ mexeu com um, mexeu com todos”. Até o ouvido resolveu aderir ao protesto. Com um movimento organizado destes, como não aderir aos fortes, e grife-se o forte, apelos e efetuar um tratamento de canal na cidade maravilhosa?

A grande invenção moderna da humanidade não foi a energia elétrica, tampouco o veículo motorizado, a televisão ou os Reality Shows. Nada disso. A grande invenção moderna foram os inibidores de dor. Com o surgimento da morfina, o homem realmente ganhou qualidade de vida. Soldados saiam confiantes de seus países para enfrentar seus inimigos nos campos de batalha sem se importarem em perder uma perna, ter o rosto deformado ou algo do gênero. Nada disso era problema. Desde que a dor fosse inibida, a vida seria suportável. Cirurgias complicadíssimas passaram a ser realizadas em pacientes anestesiados e inertes nas camas dos hospitais. Enfim, a vida tornou-se suportável e a caminhada mais fácil. A gente não quer só comida, diversão e arte. Nós não queremos é sentir dor!

Simplificando, a vida é mais ou menos desta forma, se não doer, já é um prazer. Ou não?