terça-feira, agosto 08, 2006

Estado x Educação



A vida não tá fácil mesmo. Não basta acordar cedo, trabalhar o dia inteiro e estudar à noite, a semana interinha. Em pleno Sábado à noite, no momento de meu ócio criativo ( hehehe, pobre Domenico de Masi), duas figuras de relevante importância nacional, Ana Maria Braga e Maria da Graça Meneguel, popularmente conhecida como Xuxa, sentiram-se no direito e dever de me passar um pito. Inacreditável, mas foi isso que ocorreu. Segundo nossas educadoras televisivas, não há qualquer distinção entre espancar os filhos, maltratá-los, impingi-los ao trabalho escravo e aquela palmada educativa quando necessária. Segundo nossas estrelas, a agressão é a mesma, pois a criança não entende ou não faz distinção entre uma situação e outra. Até me fez lembrar um projeto da nossa sempre prestativa deputada Maria do Rosário, que teve a audácia de apresentar um projeto de lei que proibia os pais de baterem nos seus filhos. Isto mesmo, o Estado deveria coibir os pais de usarem sua autoridade diante dos próprios filhos.

Das duas primeiras nem poderia esperar muita coisa. O que dizer da notória educação megalomaníaca que Sasha vem recebendo, sendo inclusive tema de debate entre educadoras. Insuportavelmente mimada, a menina que não ouve um "Não" da mãe tem mimos em excessos. E não é uma questão de invejar a prosperidade alheia, mas estamos falando de limites. Quando você tem um mundo artificial à sua volta, dentro do seu quarto, a percepção da realidade fica no mínimo alterada. E a outra que se limite ao seu programa matinal, fazendo o que faz de melhor, ou seja, ensinando receitas.

Agora, no caso de Maria do Rosário, a questão é diferente. Como diria José Genoino, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Aquelas duas sumidades intelectuais fazendo sermão pedagógico eu até poderia suportar, mas um deputado fazendo uso do mandato e criando leis para isso, forçando uma intervenção do governo no convívio familiar já é demais para o meu gosto. Se o Estado tem que se preocupar com a educação, deve preocupar-se em arranjar uma maneira de ser mais eficiente e fornecer uma educação de qualidade. Da minha família, cuido eu. Somente o pai e a mãe tem o direito de educar seus filhos de acordo com os seus valores morais, éticos e individuais. Cabe somente aos pais o direito de impor limites nossos filhos. Se existem pais que cometem abusos, e sei que existem, há leis específicas para isso, não sendo necessário a excrescência de Rosário.

Na mesma linha, o Fantástico apresentou uma matéria referente a proibição da circulação de menores de idade após 22 horas em Whashington. Eu preciso ser coerente e não posso aprovar esta lei também. Novamente acho errado o Estado intervir no MEU direito de impor limites e a minha maneira de educar meu filho. Apesar de achar a lei de Rosário mais abusiva, intrusiva, não concordo com nenhuma. Aliás, quanto menor for a interferência do Estado na minha vida, melhor. Eu jamis permitiria que o Estado controlasse totalmente a educação de meus filhos. O que eles querem afinal? Implantar a educação cubana, onde o governo assassino local é louvado desde cedo para a mente das crianças? Ou uma nova revolução cultural, ao melhor estilo Mao Ts-e tung? Estou exagerando? Será? Pois o primeiro para isso é a desautorização dos pais publicamanete perante seus filhos.

E não deixa de ser um alento uma pesquisa demosntrar que a maioria dos pais aprova a lei ( de Whashington, lógico). Em tempos de Supernanny, que educa mais os pais do que aos filhos destes, é salutar este movimento silencioso de alguns pais, no sentido de um endurecimento em relação aos filhos, uma nova busca de autoridade, sempre com amor, lógico, em contrapartida ao pai liberal, criação da juventude hippie dos anos setenta, que foi reprimida pelo regime militar, pela criação caduca de seus pais, e que achou que o melhor remédio para não incorrer nos mesmos erros era sentar com seu filho e puxar um fumo junto dele, no melhor estilo amigão. Todos os extremos são perigosos.

Mas a Maria do Rosário é mais