Tudo é uma questão de manter: a mente inquieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.
segunda-feira, outubro 09, 2006
A antagônica disputa Estadual
Felizmente a política gaúcha, ao contrário da nacional, não tem o poder executivo envolvido em denúncias de corrupção e fabricação de falsos dossiês ( ainda não), o que permitiu um debate mais franco entre Yeda Crusius e Olivio Dutra. Gostei do debate, este sim posso chamar de debate, dois conflitos antagônicos de idéias e ideais, ao contrário das emulações de debate que aconteceram no primeiro turno, em que o número excessivo de debatedores desqualificou o evento. Sobre as regras do debate, acho ótimo a inexistência de temas pré estabelecidos, o que engessaria demais o debate. Com temas livres, os candidatos conseguiram questionar e responder de forma direta o adversário. Faço apenas uma observação, no que diz respeito ao tempo da tréplica, de apenas 30 segundos, que é muito pouco. Os candidatos sequer conseguiam desenvolver algum raciocínio antes de ver seu tempo esgotado, e a tréplica num debate é de extrema importância, principalmente num debate entre apenas dois candidatos.
Os candidatos já estavam preparados por sua assessoria para todas as possíveis perguntas de seus adversários, e acredito que por isso mesmo Olivio Dutra não titubeou em responder o saldo do Caixa único do Estado, e tampouco sua serventia. A mesma coisa vale para Yeda, que defendeu-se bem das tentativas do ex governador em desqualificar seu vice, Paulo Feijó. Yeda imediatamente lembrou que as declarações de Feijó não tiveram respaldo de seu partido ( PFL ) e trouxe à tona a vice de Olívio, Jussara Cony, segundo a qual também possui um histórico polêmico.
Yeda tentou da forma mais didática possível, lembrando seus tempo de professora da UFRGS, explicar suas inovadoras propostas de governo. Aliás, propostas de gestão, como costuma dizer, deixando claro que a plataforma de governo está ancorado em sua gestão, e não o contrário. Afirmou que não irá privatizar as estatais gaúchas, tampouco o Banrisul, defendeu as privatizações do governo FHC, quando a quebra do monopólio estatal de determinado setor produtivo o deixou mais eficiente ( vide telefonia ). Cobrou de Olivio a partidarização política dentro de órgãos públicos, principalmente na Segurança, que mais criou do que resolveu conflitos no governo petista. Discorreu diversas vezes sobre o tema das finanças do Estado, o qual domina plenamente, com um desempenho superior ao do adversário.
Olivio Dutra tentou de todas as formas vincular Yeda ao governo FHC, mesmo que ela tenha sido ministra do governo Itamar Franco, tentou impor-lhe o rótulo de privatista, colaboradora da dilapidação do patrimônio público, cobrou coerência da candidata com a questão do Banrisul, acusando-a de que privatizará o banco quando assumir o governo. Ainda pensa que o Orçamento Participativo é o programa mais democrático do Brasil, esquecendo de que o mesmo não decide investimentos importantes, mas apenas a distribuição de alguns trocados do Estado.
Foram postas, frente a frente, duas visôes antagônicas a respeito do desenvolvimento político e econômico do Estado. Foi possível verificar a grande distância que separa o pensamento gaudério bairrista de Olivio Dutra com o forte teor das propostas econômicas e estruturais de Yeda. Em determinada pergunta, discorrendo sobre o crescimento econômico do Estado, em sua administração, Olívio lembrou e que deve-se incentivar o empreendedorismo do gaúcho, em beneficiar com linhas de crédito o pequeno empreendedor. Já a candidata tucana lembrou que o crescimento econômido do estado no governo Olivio deu-se muito mais em função do câmbio favorável da época, que favoreceu a política de exportações do Estado. Olívio não consegue ter a visão macro de Yeda, e isso é um defeito grave para quem postula o cargo de Governador.
Para resumir a distância que separa os candidatos, questionado sobre a eficiência do Estado, Olívio preferiu valorizar as empresas públicas e o funcionário público, através da ISONOMIA de salários do funcionalismo. Já Yeda afirmou que irá implantar um programa de incentivo aos funcionários de órgãos superavitários, onde haverá um plano de gestão para cada estatal, com metas e indicadores de resultados, que, se atingidos, terão 50% deste valor de volta à origem geradora deste recurso. Vejam vocês, a grande diferença de propostas, a diferença de visões para um mesmo problema. Um fala em ISONOMIA SALARIAL, um veneno dentro dos órgaõs públicos que permite que vagabundos recebam o mesmo salário daquele que realmente dedica-se no trabalho. Outra fala em metas, indicadores, incentivo ao indivíduo. Para mim, ficou estabelecido aí a grande diferença entre a visão coletiva, que pune o indivíduo em detrenimento do coletivo e a visão MACRO, como já coloquei anteriormente, que VALORIZA efetivamente aquele que produz mais, que estuda mais, que dedica-se mais. Pense bem, qual dos dois modelos você acredita realmente ser o mais eficiente, e principalmente, o mais JUSTO????
Olivo Dutra contunuará batendo em Yeda, pois esta é a única forma de tentar reverter a grande vantagem da cadidata tucana. Terá de continuar a proferir seu palavrório, que não baseia-se em propostas concretas, mas em dogmas partidários. Todas as forças para tentar subtrair a iamgem de Yeda, que a cada debate mostra-se realmente como a candidata melhor preparada que surgiu nos últimos anos para postular o cargo de Governadora.
Lula foi nocauteado em debate na Bandeirantes
Voto em Geraldo Alckmin. Nunca escondi minha opinião pessoal favorável ao PSDB, tentando me passar por "isento". Este blog pode ser tudo, exceto imparcial. Creio que consegui separar, neste artigo, minha torcida de minha análise. Minha simpatia ao candidato tucano não obstrui minha visão crítica dos fatos, e não raro o PSDB recebeu e continuará recebendo críticas neste blog. Principalmente quando for governo, que é o que acabará ocorrendo se continuarmos tendo debates iguais aos de ontem. Finalmente, tivemos um Alckmin avassalador, destruidor, totalmente implacável com o candidato Lula. E era isso que Alckmin deveria ter feito desde o início de sua campanha, cobrar o Presidente Lula por todos os escândalos ocorridos em seu governo. Chamou as coisas pelo nome, simples. Ladroagem é ladroagem. Corrupto é corrupto, não existe meio termo.
Nem Lula esperava tanta agressividade logo de saída. Alckmin, numa atitude surpreendentemente acertada cobrou o presidente a apuração do escândalo do dossiê fajuto contra Serra, questionou incisivamente qual a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Cobrou do presidente atitudes contra o descaso do governo boliviano com a Petrobrás, o pífio crescimento econômico do Brasil em relação aos seus pares, os ínfimos gastos com as forças armadas, em contrapartida aos gastos com viagens, a transparência com os gastos com o cartão de crédito da Presidência da República. Cabe aqui um esclarecimento; Os gastos presidenciais NÃO ESTÃO DISPONÍVEIS no site transparencia.org.br como fazem crer alguns, pois os mesmos estão protegidos por motivos de segurança nacional. Agora por motivos de Segurança nacional, Lula pode usar e abusar do meu dinheiro sem ter de me dar satisfação. Todas estas perguntas, ditas de forma clara, direta e objetiva, proferidas por um geraldo Alckmin tranquilo e sereno.
Já Lula era o inverso. O Presidente, que possui um forte viés autoritário, odeia ser contrariado e muito menos cobrado. Era possível identificar em seu semblante o quanto estava contrariado. Cada vez que Alckmin golpeava, Lula acusava o golpe e tornava-se cada vez mais irritadiço, ruborizado, com os olhos injetados. Aliás, percebi diversas vezes que Lula tentava, em vão, manter contato visual com seu oponente, pensando que assim talvez pudesse intimidá-lo. Acreditem, por vezes achei que o presidente não iria aguentar e iria embora do debate, chorar no colo de Marisa Leticia. Infelizmente, ele aguentou firme e não cometeu este suicídio político. Lula tentou de várias formas ligar Alckmin às suas denúncias, como na tentativa de enquadrar Barjas Negri ( secretário de Alckmin), com as denúncias dos sanguessugas, com a falsa notícia de que 60% dos prefeitos da máfia dos saguessugas seriam do PSDB/PFL, com a arquivamento das CPIs no governo de São Paulo, com a utilização de valerioduto pelo PSDB mineiro com Eduardo Azeredo, tentou comparar números da sua gestão com a de FHC. O presidente, que LEU suas perguntas, encontrou em Geraldo Alckmin um oponente bem mais preparado e capaz do que ele supunha, que o mandou não medi-lo por sua régua, a frase da noite.
Ao final do debate, todos declaram-se vencedores. Eu não gosto desta pecha, de declarar um vencedor em debate. Debate é uma forma de verificar projetos, idéias, soluções , enfim, diferentes formas de pensamento e o simples fato da necessidade de haver um "vencedor", aquele que está, teoricamente com a razão, implicando com um perdedor, o malvado imcpoetente. Não gosto de simplificações.
Fica aqui registrado. Geraldo Alckmin se eleito venderá o Aerolula e construirá 5 hospitais ( Que bom!) e que não irá privatizar o Banco do Brasil, a Petrobrás e os Correios ( Que pena!). Ele será cobrado neste blog por estas promessas, podem ter certeza. Para Lula, ficou o desgaste de uma disputa contra um adversário comprovadamente superior, intelectual, ética e politicamente. Lula foi o grande perdedor do debate, sem dúvida. Parece-me que funciona melhor num palanque. Está comprovado a causa do Presidente ter fugido dos debates anteriores, ele não aguenta o desgaste e não suporta ter de dar explicações, e isto é que ele deve ao povo brasileiro. Espero que os eleitores estejam atentos aos debates, pois como disse hoje Diego Casagrande, O Rei está nu!!!
Cabe a nós agora destroná-lo.
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