Tudo é uma questão de manter: a mente inquieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Democracia atropelada
Completam-se hoje cinco anos dos atentados terroristas patrocinados pela Al Qaeda contra os Estados Unidos, culminando com a colisão de dois aviões contra as torres gêmeas doWord Trade Center, um contra o Pentágono e outro que supostamente direcionava-se para a Casa Branca.
O mundo nunca mais será o mesmo, profetizavam alguns. O mundo todo eu não sei, mas os aeroportos, com certeza nunca mais foram . Mas o que me chamou a atenção foi a reação de grande parte da esquerda brasileira e mundial. A reação deste pessoal beirou a canalhice pura e absoluta. Tão logo as torres começaram a arder em chamas, estes pseudo-especialistas, com espaço nobre na mídia "independente e imparcial" iniciavam sua s análises: "Realmente é um absurdo, mas..." e daí pra frente dava-se o maior acúmulo de bobagens já visto. O "mas" era a senha. Valia de tudo. Estava liberada toda e qualquer distorção dos fatos, desde que estes incriminassem o grande vilão da história, o império do mal, o lado negro da força, o imperialismo norte-americano. Palavras contra os terroristas? Quase nada. Eram tratados como moleques levados que haviam praticado alguma traquinagem.
Cinco anos depois, a situação é ainda pior. Sim, pois em 2001 ainda que mesmo forçadamente, transmitiam algum pudor, algum respeito pelas vítimas. Hoje, nem isso. Numa data que deveria ser lembrada como um dos piores ataques á democracia no mundo, muitos colunistas se furtaram inclusive de pautar o assunto em suas colunas. Beatriz Fagundes, militante ardorosamente petista que possui uma coluna no jornal O Sul, preferiu comentar a sua interpretação peculiar da carta aberta de FHC. Quanta bobagem. Ela realmente acredita que FHC quer voltar à mídia? Justo ele, um dos poucos intelectuais políticos brasileiros com respaldo suficiente para uma carreira no exterior? E referente ao tema,nada. Nenhuma palavra. Pior fez a MTV americana, que em um anúncio misturou alhos com bugalhos. Explico. Exibia-se um anúncio com as Torres pegando fogo ao fundo, e em primeiro plano revezavam-se um menino pobre, um pedinte aidético e um sem teto. Junto com a foto destes aparecia um explicativo com os dados mundiais referente a sua tragédia, efetuando um comparativo com os números de mortos no Word trade Center. Logicamente, o número dos primeiros era bem maior. E a conclusão do anúncio era o pior. O mundo declarou guerra ao terrorismo, porque não declara guerra também contra a ( nome da calamidade). Existe manipulação maior? Talvez. A comissãode direitos humanos americana distribuiu um folheto em que comparava a democracia americana com a islâmica. num surto psicótico violento, consegue por no mesmo patamar a NBC e a Al Jazhira. Gostaria de ve-los questionando a "democracia" nos países do oriente médio. Ah, mas a cultura é diferente, dizem alguns. Então, que não se façam mais comparações.
Não sou, como pode parecer, um ferrenho defensor da guerra, daqueles que acham que o mundo se divide entre o bem e o mal. Mas faz-se necessário postar aqui esta lembrança desta fatídica data, em que uma nação foi humilhada em dobro. Primeiro, pelos seus inimigos e depois por parte de seu próprio povo, que teve a liberdade de criticar sua pátria mãe e conseguiu faze-lo justamente pela cultura libertária e aos valores democráticos que seu país possui e defende.
E no Brasil, o PCC já está fazendo a festa, pautando inclusive a maior emissora do país.
Um minuto de silêncio para ambos.
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