quarta-feira, abril 25, 2007

Fórum da Liberdade I


O tema do Fórum Liberdade deste ano é bastante oportuno : Propriedade e Desenvolvimento. Principalmente quando estamos efetuando este debate em um país como o Brasil, que possui uma visão distorcida a respeito da propriedade privada. Assim como o capital alheio, olhamos a propriedade privada ( grandes, médias ou pequenas), com receio, como se estas fossem causadoras da miséria de alguns em detrenimento da pujança de outros. Principalmente quando fazemos este debate em pleno mês de Abril, mês em que a sigla MST promove seus atos de vandalismo em maior expressão.

Infelizmente, o fórum deste ano não contou com a presença do economista peruano Hernando de Soto, notório especialista deste assunto, que já participou de fóruns anteriores. Recomendo a leitura de seu melhor livro “ O Mistério do Capital”, que é simplesmente esclarecedor. Para o autor, o principal obstáculo encontrado pelos países do Terceiro Mundo para se desenvolverem é o não conhecimento do processo conversor de ativos líquidos –no caso a propriedade - um capital que gera riquezas e se esconde detrás das leis de prosperidade. O autor chama este processo de "o mistério do capital", e mostra como é possível levar os benefícios capitalistas para o Terceiro Mundo. Recorda-nos que as nações desenvolvidas sofreram o mesmo tipo de crise que hoje enfrentam os países considerados do Terceiro Mundo, com os seus mercados negros, suas máfias ubíquas, pobreza disseminada e desrespeito flagrante à lei, oferecendo uma proposta construtiva para levarmos os benefícios do capitalismo àqueles até hoje considerados suas vítimas.

Agora imaginemos estes conceitos aplicados no Brasil. Imagine o impacto que tais medidas trariam na economia. Quando falo em propriedade, não estou falando apenas de propriedades rurais, mas de qualquer terreno, imóvel, construção. Imagine a legalização da propriedade de todas as favelas no Brasil. O brasileiro ainda não se acostumou a enxergar seu lar com ativo importante, pois estamos acostumados a ter a moradia como um direito sagrado e universal. Muito bonito na teoria, que concordo plenamente, mas no momento em que um bem imóvel, seja ele qual e onde for, legalizado, pagando tributos, gerando riquezas, participando efetivamente da economia de um país, podendo inclusive ser usado como garantia em empréstimos, com alta liquidez. O PIB brasileiro daria um salto, e o que é melhor, não seria necessário usar os artifícios que o governo usou na mudança de regra para o cálculo do PIB para “inchar” nosso crescimento.

Propriedade gera Desenvolvimento. Desenvolvimento gera prosperidade. Prosperidade para todos é a melhor maneira de realizar a distribuição de renda em prol da chamada justiça social.

Fórum Liberdade II


“Quanto maior a liberdade política, mais justa será a sociedade. E, quanto maior for a liberdade econômica, mais próspera ela será”. Foi com essas palavras ditas em sotaque espanhol pelo ex-primeiro-ministro José Maria Aznar, que iniciou hoje, 16, o circuito de debates do XX Fórum da Liberdade. Conhecido em todo o mundo pelas reformas que realizou na Espanha, Aznar expôs resumidamente sua experiência como governante na palestra de abertura do evento. Aznar destacou a importância da liberalização econômica para o desenvolvimento da sociedade. Com destaque especial para os países latino-americanos, afirmou que eles estão em uma “encruzilhada histórica” e possuem dois caminhos: “um é o que aponta para o crescimento, o liberal, e outro é baseado nas velhas idéias autoritaristas”, disse. Ainda em relação à América Latina, o ex-primeiro-ministro apontou os problemas que os países enfrentam para se desenvolverem e questionou o porquê desse crescimento não ser uniforme a todos. “O maior problema é que não se explora corretamente o grande potencial de crescimento dessas economias”, conclui. Aznar citou que os dois grandes problemas que encontrou ao tomar posse de seu mandato em 1996 eram o desemprego e a renda per capta. Segundo ele, a partir de um leque de propostas implementadas, que incluíam a baixa na tarifa de impostos, privatizações e acordos sociais, esse quadro foi modificado. “Foi a partir delas que a Espanha está onde está hoje, é a 8ª economia do mundo e possui mais postos de trabalho”. Defendeu em seu discurso também que a função de gerar postos de trabalho é das empresas, não do governo. E, segundo Aznar, cabe ao Estado incentivar a criação de empresas e, para isso, se deve facilitar os processos burocráticos envolvidos. Também destacou que o problema em relação às instituições públicas é que elas são hoje, na maioria das vezes, um monopólio.

Fórum da Liberdade III


Ressalte-se que o Fórum Liberdade respeita a liberdade de pensamento, inclusive com as quais não se identifica, convidando para os debates pessoas públicas como Miguel Rossetto e Frei Betto. Preciso fazer esta distinção pois lembro bem quando os “democratas” do FSM, que já não aceitaram inscrições do IEE ou Instituto Liberdade nos fóruns. E quando a juventude do PSDB armou sua barraca no acampamento da juventude foi em seguida expulsa de forma truculenta e selvagem pelos neandertais socialistas do acampamento; tudo isso aos berros de ordem: “ Liberal, aqui não entra nem a pau”.

E ainda tem a coragem de se intitularem a favor da diversidade e da democracia.

Fórum da Liberdade IV


O primeiro fórum a gente nunca esquece. Este foi meu primeiro Fórum da Liberdade, apesar de ter participado de outros eventos desta natureza. Inclusive, do midiático Fórum Social Mundial. onde participei apenas como um curioso.

Logo na entrada, uma pessoa com as vestes emulando a estátua da liberdade dava as boas vindas aos participantes. Como sou brasileiro, cheguei um pouco atrasado ( mas por motivos profissionais, hehehe). No guichê, a moça checa as informações e para minha surpresa me solicita o comprovante de pagamento, solicitação que não havia feito às pessoas na minha frente. Talvez para minha sorte, havia trazido toda a documentação por precaução. Por ser estudante e haver efetuado minha inscrição antecipadamente, paguei “apenas” R$ 40,00, diferentemente para quem chegava na hora, que precisava desembolsar R$ 150,00. E não era o acesso VIP. E depois não sabem porque a participação universitária é tão reduzida...

Cheguei ao auditório, que estava cheio, mas não lotado e procurei sentar rapidamente e sem chamar a atenção, logo numa cadeira em uma das pontas nas últimas filas. Sentei ao lado de um rapaz, alto, um pouco gordo, cabelos compridos. Cadeira confortável, enquanto escutava o discurso do competente José Maria Aznar, procurava ajeitar o material que rebecera na recepção – aliás, excelente material – na certeza de que escolhera um local suficientemente discreto, quando aparece não sei quem com um câmera a tira colo e fala: Ta ali o cara, dá uma filmada nele, apontando para o cara ao meu lado . Até hoje não descobri quem era o cara.

Terminada a primeira palestra, iniciou-se um pequeno intervalo, que aproveitei para retirar os fones com tradução simultânea e circular pelo salão. Diversos estantes de empresas patrocinadoras e apoiadoras: Coca Cola, Ipiranga, Gerdau, Abril, Itaú, Wal-Mart, CNI e eu me questionando sobre os R$ 150,00. Observei o caminhão queimado pelo sigla MST em uam das suas inúmeras invasões à Fazenda Coqueiros. No estande do Instituto Liberdade Liberdade encontro Rodrigo Constantino, economista carioca e liberal fervoroso. Está contando sua última briga com Olavo de Carvalho, aquela mesma que escrevi neste blog . E quem aparece e cumprimenta o cara com toda a intimidade? O caras que estava ao meu lado. Puxa vida, quem era esse cara? Pessoalmente, Constantino me pareceu mais baixo, mas simpatizei com a figura. Se falei com ele? Claro que não, vocês não me conhecem..

Na volta resolvi procurar um lugar mais à frente. Deram início á abertura oficial do Fórum. Todos de pé para a execução do hino nacional, cantado por uma barítona? É isso? Me desculpem a ignorância, mas não sei de tudo, hehehe. Começam as homenagens. Depois os sempre enfadonhos dircursos dos políticos locais. Finalmente iniciam-se os debates e o fórum efetivamente tem início. E eu lá, bastante interessado e tentando fazer pose de inteligente, de óculos e com a mãozinha segurando o queixo e tudo mais.

Ah, sim, pude participar apenas da primeira noite, pois no outro dia o fórum seria realizado durante meu horário de trabalho.

“Oh, vida de gado. Povo marcado esse, povo feliz”

Fórum da Liberdade V


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Cabe aqui estabelecer alguns comparativos entre a divulgação na mídia deste evento e o Fórum Social Mundial, quando realizado por estas plagas. O FSM era citado diariamente em reportagens no Jornal Nacional, RBS Notícias. Rádios cobriam ao vivo diversos eventos. E os dois grandes jornais à época, Zero Hora e Correio do Povo dedicavam generosos espaços na cobertura do evento. Em relação ao Fórum Liberdade, o que se ouviu a respeito? Pequenas inserções no RBS Notícias e rádios AM. Mais algumas poucas páginas nos jornais durante os dois dias do fórum.

O que dava a entender pela cobertura da mídia é de que este era um evento voltado para líderes políticos e empresários. Não é verdade. Não descarto logicamente a participação destes, mas este fórum não se destinava somente a este público – ao menos eu não penso assim – mas também a outro público, principalmente jovens universitários. E onde eles estavam? Apesar de ser realizado em uma faculdade, a participação de jovens universitários foi, pela minha percepção, muito, mas muito tímida.

E isto não me surpreende. Não é de causar espanto a ausência de qualquer informação deste fórum em rádios FM, segmentado para o público jovem. Têm estas rádios, inclusive, programas voltados para universitários, como o College Radio da rádio Ipanema, só para citar um exemplo. Diferentemente na época do FSM, quando diariamente, com boletins a cada uma hora, as rádios ajudavam a disseminar as informações a respeito do fórum. Inclusive, lembro bem, muitas delas estavam com seus comunicadores nos eventos do anfi-teatro Pôr-do-sol e como mediadores em alguns debates.

Agora tente imaginar o estudante universitário neste meio, somado a professores totalmente ideologizados, que não sentem-se constrangidos em trazer sua ideologia para a sala de aula, em um desrespeito à educação e á liberdade de pensamento, impor aos alunos suas visões particulares. Principalmente na área de humanas, como Literatura, Português, Geografia e principalmente História. Baseado nestes fatos é possível entender o porque do afastamento jovem do Fórum Liberdade.

Mas não é somente por isso.

Desculpem- me os organizadores, mas o Fórum Liberdade é segmentado sim, e em demasia. Admiro o IEE por sua coragem e competência em criar e manter este fórum há vinte anos, entretanto, O IEE conseguiu dar a este fórum um carácter exclusivista, mesmo que não intecionalmente. Até mesmo pela natureza do IEE, que é uma instituição que eu e você, meu caro leitor, jamais teríamos a oportunidade de participar. A não ser que você que está lendo este blog seja descendente de uma grande família empresarial ( Gerdau, Ipiranga, etc), ou seja um reconhecido líder na sociedade, seja lá o que isto signifique. O IEE é uma instituição fechada, e têm o direito de sê-lo, assim como exerço meu direito em criticá-los neste aspecto.


Que fique bem claro isto.