segunda-feira, fevereiro 26, 2007

PFL: Conservador ou Liberal?


Partido Democrata. Eis o nome pelo qual será designado a partir de Abril próximo o PFL ( Partido da Frente Liberal). Tal designação faz parte da proposta de reformulação da sigla que se iniciará após a convenção do partido em Abril. Este movimento está sendo cuidadosamente planejado pela cúpula do partido, em especial pela ala de Jorge Borhausen. Até hoje a sigla PFL constava como provisória no estatuto do partido. Criado em 1985 para opôr-se ao PDS de Maluf ( hoje PP) na disputa pela Presidência da República, que naquela época era escolhido Câmara dos Deputados. Na época, a Frente Liberal derrotou Maluf no colégio eleitoral com Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse, vindo a falecer e dar lugar a José Sarney. Estas reformulações trazem a intenção do partido em lançar candidaturas próprias para prefeituras em todas as cidades brasileiras, principalmente no interior.

Duas observações: Primeiro; em meio a inúmeras possibilidades de nomes e siglas, o PFL consegue a proeza de escolher Partido Democrata, exatamente igual ao Partido Democrata americano, dos políticos Bill Clinton, Jimmy Carter, John Kennedy, entre outros. Já não bastasse a infeliz coincidência, ainda resta o antagonismo entre estas duas legendas. O PFL, pelo seu conteúdo programárico, nos Estados Unidos estaria muito mais para o Partido Republicano do que para o Partido Democrata. A nomenclatura escolhida foi, sem sombra de dúvida, equivocada, para dizer o mínimo.

Segundo; e talvez mais importante: O que vem por trás desta mudança? A palavra é: Renovação! Os dirigentes do PFL sabem que esta sigla há muito está desgastada perante a sociedade, principalmente no interior. O PFL freqüentemente foi associado à ditadura militar, ao coronelismo, ao conservadorismo. Em parte estas associações são verdadeiras. O partido sempre abrigou alguns ícones ditatoriais e coronelistas em suas fileiras. Por isso a necessidade latente de nomes jovens passarem a ter importância estratégica dentro do partido. Um afastamento do PSDB também faz parte dos planos do partido. Mas o PFL, mesmo com a safra de novos nomes, ainda peca em relação ao sentido de renovação. Explico. Quem são os novos expoentes pefelistas? Rodrigo Maia, filho de César Maia, prefeito do Rio de Janeiro. Antônio Carlos Magalhães Neto, cujo nome dispensa maiores informações. Não se trata de uma crítica aos nomes anteriormente citados, mas me parece mais do mesmo. E tenho certeza que o eleitor terá esta mesma percepção. O PFL não pode virar um feudo.

Para a sorte do partido, há outros nomes de peso para efetuarem esta transição, como por exemplo, o gaúcho Onyx Lorenzoni. E para nosso azar o PFL ainda está muito longe de ser um partido realmente liberal. Não basta apenas uma nova roupagem, é preciso ir mais fundo, inclusive nos estatutos do partido. O Brasil necessita urgentemente de vozes que defendam a livre iniciativa, o empreendedorismo, a desburocratização, o capital, os interesses individuais como primazia. O PFL poderia ocupar este nicho que ainda não foi preenchido, mas, ao que tudo indica, continuará vazio.

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