Rage Against the Machine foi um grupos que mais tiveram influência na minha adolescência. Naquele tempo eu ainda cultivava alguns ideais românticos e algumas idéias idiotas na cabeça e acreditava que a revolução não seria televisionada. Em tempos de Babado Novo no Planeta Atlântida, devo admitir certo orgulho em escutar sons que jamais rolavam no set list das grandes rádios da época, que impulsionadas pelo “jabá”, rodavam apenas uma programação absurdamente pasteurizada, idiotizada e incrivelmente bem digerida pelo público. Bons tempos pré internet, em que a garimpagem de sons inovadores em galerias no centro da cidade ou pelas rádios Ipanema e Felusp eram tarefas que ocupavam boa parte de nossa rotina.
Mas não foi somente a tecnologia o grande catalisador da mudança de comportamento musical. Não que esta não tenha sua importância, muito pelo contrário. Qualquer banda de garagem de hoje amanhã tem seu som disponibilizado na internet. Se por um lado, é possível o acesso ilimitado a todos os tipos de sons e grupos em todo o mundo, por outro lado perde-se aquela áurea que somente aqueles verdadeiros garimpeiros musicais detinham. Qualquer imbecil nerd ou mauricinho metido a antenado consegue, na hora em que desejar, músicas antes restritas apenas a um pessoal realmente antenado. Mas isso não é uma crítica, a tecnologia proporcionou a verdadeira revolução musical dos tempos modernos.
Mas lá vou eu perdendo o foco no texto. O que estava me questionando era porque o discurso de Zack de La Rocha hoje não desperta em mim o mesmo interesse, o mesmo fervor, a mesma indignação que despertava há 10, 15 anos atrás? Mesmo com a dissolução do RATM, os velhos e bons cds ainda continuam com a mesma sonoridade arrasadora, a guitarra de Tom Morello ainda pesa em meus neurônios, a voz de Zack de La Rocha ainda me soa como uma das melhores vozes para o som de rap adicionado com metal; som este inédito na época. Killing in the name, Bullets on the Parade, Freedom, Guerilla Radio, Bombtrack, a lista musical é maravilhosa. Enfim, escutar RATM ainda me é agradável, a sensação é a mesma. Por isto, concluo sozinho que meu gosto musical ainda é o mesmo. Mas a letra do RATM já não me agrada tanto assim...
E porque? Bem, eu mudei, o mundo mudou, todos mudamos e o RATM ainda bate na mesma tecla de crítica ao capitalismo, ao imperialismo, ao neoliberalismo global. A exaltação da luta Zapatista no México, o estilo discursivo de Zack de la Rocha, ao estilo Michael Moore. Confesso que esta ladainha já me encheu. E que este discurso pode ainda colar em adolescentes em busca de motivos para sua rebeldia, mas para mim, infelizmente, ou felizmente, já não cola mais. Como é sabido, nada mais fácil do que vender rebeldia e depressão para adolescentes. Gostava e ainda gosto do som de RATM, mas seu engajamento e suas letras politizadas tornaram-se para mim irrelevantes pelo seu conteúdo artificial. Mas os adolescentes do presente não tem do que se queixar. Não faltam à sua disposição no mercado fonográfico grupos “engajados” politicamente, e talvez a maior expressão atual seja o Green Day, grupo pelo qual já nutri certo apreço, mas hoje me soa indigesto. E me é indigesto pelo fato do grupo espertamente explorar a guerra no Iraque e criticar a política americana para fazer música e vender disco. Nada original. O último cd da banda, com o sugestivo nome de “American Idiot” está recheado de clichês anti-americanos, com críticas ao presidente Bush em especial. O grupo não se furta de frases de efeito como “ Não quero ser um americano idiota”, “ não quero uma nação se abaixando para a nova mídia”, “Eu quero ser a minoria”, frases que se fossem ditas por Avirl Lavigne seriam justamente ignoradas, mas ditas por Billy Joel ajudam a fomentar o mantra dos californianos. Neste caso, favor me acordarem quando Setembro ou esta bobagem terminar, o que vier primeiro, se é que vocês me entendem.
Já o RATM não existe mais, Há boatos de que Zack de la Rocha tornou-se guerrilheiro após o fracasso de sua carreira solo e Tom Morello hoje é o guitarrista da inócua banda Audioslave. Mas ainda me atenho às raízes, e entre a alegria insuportável de um show de uma Ivete Sangalo e a barulheira de um RATM, fico com a segunda opção.
Mas não foi somente a tecnologia o grande catalisador da mudança de comportamento musical. Não que esta não tenha sua importância, muito pelo contrário. Qualquer banda de garagem de hoje amanhã tem seu som disponibilizado na internet. Se por um lado, é possível o acesso ilimitado a todos os tipos de sons e grupos em todo o mundo, por outro lado perde-se aquela áurea que somente aqueles verdadeiros garimpeiros musicais detinham. Qualquer imbecil nerd ou mauricinho metido a antenado consegue, na hora em que desejar, músicas antes restritas apenas a um pessoal realmente antenado. Mas isso não é uma crítica, a tecnologia proporcionou a verdadeira revolução musical dos tempos modernos.
Mas lá vou eu perdendo o foco no texto. O que estava me questionando era porque o discurso de Zack de La Rocha hoje não desperta em mim o mesmo interesse, o mesmo fervor, a mesma indignação que despertava há 10, 15 anos atrás? Mesmo com a dissolução do RATM, os velhos e bons cds ainda continuam com a mesma sonoridade arrasadora, a guitarra de Tom Morello ainda pesa em meus neurônios, a voz de Zack de La Rocha ainda me soa como uma das melhores vozes para o som de rap adicionado com metal; som este inédito na época. Killing in the name, Bullets on the Parade, Freedom, Guerilla Radio, Bombtrack, a lista musical é maravilhosa. Enfim, escutar RATM ainda me é agradável, a sensação é a mesma. Por isto, concluo sozinho que meu gosto musical ainda é o mesmo. Mas a letra do RATM já não me agrada tanto assim...
E porque? Bem, eu mudei, o mundo mudou, todos mudamos e o RATM ainda bate na mesma tecla de crítica ao capitalismo, ao imperialismo, ao neoliberalismo global. A exaltação da luta Zapatista no México, o estilo discursivo de Zack de la Rocha, ao estilo Michael Moore. Confesso que esta ladainha já me encheu. E que este discurso pode ainda colar em adolescentes em busca de motivos para sua rebeldia, mas para mim, infelizmente, ou felizmente, já não cola mais. Como é sabido, nada mais fácil do que vender rebeldia e depressão para adolescentes. Gostava e ainda gosto do som de RATM, mas seu engajamento e suas letras politizadas tornaram-se para mim irrelevantes pelo seu conteúdo artificial. Mas os adolescentes do presente não tem do que se queixar. Não faltam à sua disposição no mercado fonográfico grupos “engajados” politicamente, e talvez a maior expressão atual seja o Green Day, grupo pelo qual já nutri certo apreço, mas hoje me soa indigesto. E me é indigesto pelo fato do grupo espertamente explorar a guerra no Iraque e criticar a política americana para fazer música e vender disco. Nada original. O último cd da banda, com o sugestivo nome de “American Idiot” está recheado de clichês anti-americanos, com críticas ao presidente Bush em especial. O grupo não se furta de frases de efeito como “ Não quero ser um americano idiota”, “ não quero uma nação se abaixando para a nova mídia”, “Eu quero ser a minoria”, frases que se fossem ditas por Avirl Lavigne seriam justamente ignoradas, mas ditas por Billy Joel ajudam a fomentar o mantra dos californianos. Neste caso, favor me acordarem quando Setembro ou esta bobagem terminar, o que vier primeiro, se é que vocês me entendem.
Já o RATM não existe mais, Há boatos de que Zack de la Rocha tornou-se guerrilheiro após o fracasso de sua carreira solo e Tom Morello hoje é o guitarrista da inócua banda Audioslave. Mas ainda me atenho às raízes, e entre a alegria insuportável de um show de uma Ivete Sangalo e a barulheira de um RATM, fico com a segunda opção.
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