quarta-feira, março 21, 2007

Perdemos mais uma


O Rio Grande do Sul acaba de perder uma de suas principais companhias. O Grupo Ipiranga foi vendido neste final de semana por U$ 4 bilhões a um consórcio formado pela Petrobrás, Ultra e Brasken. Segundo analistas de mercado, o valor da transação demonstra o quanto foi bem avaliado o grupo Ipiranga, apesar dos problemas que envolviam sucessão e a governança do grupo.


A notícia da venda oficial foi anunciada somente na manhã de Segunda Feira, acarretando um aumento imediato de 30% nas ações do grupo. "Coincidentemente" os papéis da Ipiranga, que tem baixa liquidez na bolsa, tiveram um volume de negociações surpreendentemente alto na Sexta Feira anterior ao anúncio. Cabe agora à Bovespa e ao CVM investigar os possíveis beneficiados com as informações privilegiadas, caracterizando operações chamadas de "insider trading", operações estas consideradas ilegais no Brasil e no exterior. Nos Estados Unidos, tal procedimento é punido com prisão, vide os casos de Martha Stewart, famosa apresentadora de televisão que acabou presa justamente por efetuar este procedimento. A CVM já puniu recentemente dois casos semelhantes quando da tentativa de compra da Perdigão por parte da Sadia.


A operação ainda será discutida no CADE, pois a Petrobrás saltará de 33% para 38% na participação do mercado de venda de combustíveis.


Como gaúcho sinto-me entristecido por esta perda, principalmente naquela parte que vai para a Petrobrás, porque, mesmos sendo empresa mista, a Petrobrás ainda é, infelizmente, de controle estatal. Sinto calafrios só de pensar no que o grupo estaria disposto a fazer para ter o monopólio do setor, das refinarias aos postos de combustíveis. Assim é que a livre concorrência vai pro saco. E o Rio Grande do Sul também...

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