Tudo é uma questão de manter: a mente inquieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.
domingo, dezembro 17, 2006
A Cidade Perdida
Você conhece ou já ouviu falar a respeito do filme A Cidade perdida, dirigido e estrelado por Andy Garcia? Não? Nenhuma divulgação na mídia? Mas com certeza você conhece e já leu a respeito do filme Diários da Motocicleta, do brasileiro Valter Sales, não é mesmo? A mídia especializada não absteve-se de insuflar de elogios a saga do médico argentino Che Guevara e suas experiências na viagem realizada na América do Sul, onde foi possível constatar seu ato heróico e seu desprendimento, chegando ao ponto de atravessar a nado um rio para ficar junto de algumas pessoas que sofriam de lepra. Ao final da exibição, tinha-se a imagem de um Che Guevara meigo e sensível com as causas humanitárias e sociais. Um exemplo de cidadão latino-americano.
Podemos citar outros filmes. A lista é interminável. Quantas pessoas não saíram satisfeitas com as críticas ao American Life de Beleza Americana? Ou os filmes críticos de Oliver Stone ou Spike Lee? A última polêmica cinematográfica está em torno do filme Turistas, uma película de extremo mau gosto filmada por cineastas americanos do segundo escalão no Brasil, onde jovens turistas americanos sofrem na mão dos habitantes locais, tais como assaltos, tráfico de órgãos, etc. Tudo regado a muita caipirinha. Não tardaram em circular pela internet diversos protestos com o intuito de boicotar a exibição do filme no Brasil.
A mesma publicidade não é dada ao filme de Andy Garcia, que sofreu e ainda sofre um boicote silencioso por parte da mídia, artistas e intelectuais. Segundo palavras do próprio Andy Garcia, ‘‘As pessoas não querem ver a imagem de Che Guevara arranhada. O consideram um salvador, o que é uma bobagem. Mas, como ele ainda tem muitos defensores ao redor do mundo, isso vai continuar a acontecer’’.
O drama político filmado por Andy Garcia foi pago do seu próprio bolso e conta a história de uma tradicional família cubana no ano de 1958, ás vésperas da revolução cubana liberada por Fidel Castro e Che Guevara. O filme é de uma transparência ímpar, por isso mesmo furtou-se de “maquiar” qualquer personagem histórico que o filme faz referência. O ditador Fulgêncio Batista é mostrado como um ditador megalomaníaco. Che Guevara também é mostrado como um revolucionário frio e calculista, muito longe do idealizado por Valter Sales. O filme tem diversos momentos marcantes, destacacam-se por exemplo cenas em que o clube noturno dirigido por Fico ( Andy Garcia) sofre uma intervenção do Sindicato dos Músicos, onde o mesmo proíbe o uso do saxofone, por tratar-se de um instrumento de imperialistas, mesmo o dono do cabaré lembrando que o instrumento fora inventado na Bélgica. Há ainda a cena em que um proprietário de terras recebe a visita do sobrinho e lhe relata sua intenção de deixar suas terras de herança ao sobrinho e irmãos quando de sua morte, quando o mesmo lhe comunica que as terras serão desapropriadas pela revolução. A execução sumária de opositores do regime Fidelista, sem qualquer possibilidade de julgamento é ato freqüente no filme, contribuindo para desmistificar certos mitos.
O filme é um convite à reflexão. Podemos perceber e nos surpreender como a burrice da ideologia coletiva pode levar ao desmoronamento de um país e todas as suas instituições, inclusive e principalmente a familiar. E se o objetivo dos revolucionários era a instalação de um governo democrático, quarenta e cinco anos depois podemos afirmar que tal propósito não foi alcançado. Trocou-se de ditador, mas a tirania continuou. A última coisa que existe em Cuba é democracia. O país tem apenas um jornal, de “opinião” governista, apenas uma rede de televisão, também na mesma linha do jornal. Não há oposição, inexiste liberdade de expressão, muitos opositores foram fuzilados, outros milhares refugiaram-se no exterior, como é o caso de Andy Garcia e do escritor Guilhermo Cabrera Infante, autor deste roteiro. Cuba sobreviveu durante anos graças à esmola soviética, mas com o fim do Socialismo soviético o país é uma ilha isolada do mundo, onde falta tudo, de comida à roupas. Por incrível que possa parecer, esta ditadura tem defensores em todo o mundo, muitos no Brasil, como Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo, só para citar alguns.
Cuba hoje vive na expectativa do fim do regime ditatorial de Fidel Castro. Se Che Guevara morreu cedo e talvez por isso se explique em parte o fascínio que exerça em algumas mentes desavisadas, o mesmo não pode-se afirmar de Fidel, que instituiu em Cuba uma ditadura sanguinária e cruel, e a exemplo de Pinochet, aguarda a derrocada de seu regime totalitário ao final da sua vida
Pinochet e Friedman - Favor não misturar
Pinochet e Milton Friedman. Esta mistura não tem como dar certo. A morte destas duas personalidades históricas fez com que algumas pessoas ligadas à esquerda ligassem os dois nomes. Vamos com calma. Não se misturam água e óleo. Pinochet foi um ditador assassino. Seu regime matou em torno de 3000 chilenos. Não gosto e não creio ditaduras. Sou pois, um democrata. Não preciso e não sou como certos esquerdistas que procuram encontrar subterfúgios para defender a ditadura de Fidel Castro. O que o Chile representa hoje em termos de economia e liberdade seria plenamente alcançável sem Pinochet.
Se há uma pessoa que mereça este mérito, esta pessoa seria Milton Friedman, um dos maiores e mais influentes, se não o maior, pensador econômico contemporâneo. Suas idéias serviram de base para as reformas de Margaret Thatcher, que por sua vez utilizou o Chile como uma espécie de laboratório. Milton Friedman com suas idéias liberais, defensor da iniciativa privada, onde condenou governos deficitários ao afirmar que ninguém gasta o dinheiro de outra pessoa como gasta o seu, contribuiu de forma marcante e decisiva para solidificar as bases do Liberalismo Econômico. Tornou conhecido também a Escola de Chicago, desiginação para os economistas desta universidade e que foram influenciados por suas ideais.
Para o Brasil, ainda nos falta muito para compreendermos a importância que Milton Friedman teve como pensador econômico, político e social. Mas não nos confundam, ou pelo menos não confundam este blog. Estamos mais para Milton Friedman do que para Pinochet. Parafraseando Reinaldo Azevedo, podemos viver sem um ditador para chamar de nosso. E a esquerda, pode?
sábado, novembro 18, 2006
Manuela na Playboy! E na Victória's Secret também!
Manuela Dávila está na Playboy deste último mês. Respondendo a 20 perguntas em um sessão da revista ( para desagrado de alguns). Bobagem pura. Leiam e confirmem, não há absolutamente nada de relevante na entrevista. Manuela tem mais atenção do que conteúdo, continua proferindo seu discurso fácil e manipulador. Quer dizer que não existe nenhuma experiência comunista no mundo para servir de parâmetro? E Cuba é o que? E a China? E o Camboja? Pra criticar o liberalismo não faltam exemplos, inclusive, acreditem, citam o Brasil como Liberal. Essa gente é engraçada mesmo. Essa raça, como diria Borhausen, é de uma esperteza ímpar. Esta é a ( nossa ) deputada que o povo gaúcho elegeu, uma comunista consumidora dos cremes Victória Secret. É o comunismo a favor do capitalismo mundial. Lógicamente que estes fatos são incoerentes entre si, quando você toma partido de determinada ideologia, você tem que abrir mão de alguma coisa. Eu, por exemplo, como defensor do estado mínimo estaria sendo incoerente see me dedicasse para entrar no serviço público. Portanto, uma deputada que estampa a foice e o martelo é extremamente incoerente em consumir produtos de uma multinacional, relacionados à beleza e bem estar. Porque não dá para ser crítico e beneficiário de algo ao mesmo tempo e Manuela tem que entender isso. E entender também que as cobranças serão cada vez maiores, não porque ela é uma defensora dos orpimidos que travará uma luta contra a mídia burguesa, mas porque foi a deputada federal mais votada de um importante estado da federação, e está na hora de conhecermos sua plataforma e principalmente cobrarmos eficiência em seu mandato.
Em uma propaganda na tv, creio que da Embratel, uma moça nos apresenta a alguns pontos turísticos em Paris. Achei interessantíssimo a temática de um bar, se não me engano chamava-se Tootsie. O cardápio do bar funciona como uma espécie de bolsa de valores. Todas as bebidas tem seu valor modificado de acordo com a sua demanda naquela noite. Se uma bebida está sendo consumida em grandes quantidades, seu preço aumenta, se for o contrário o preço dimunui para estimular o consumo desta bebida. Somente uma forma descontraída e inteligente de lidar com um público extremamente exigente.
Agora, imaginem este mesmo bar no Brasil. Não tardaria em aparecer um projeto que, na justificativa de defender o direito do povo, do consumidor, criaria uma lei ridícula a autoritária, que proibiria o bar de promover esta dança de preços. Tudo isso, claro, visando defender o consumidor, o estudante. E não faltariam pessoas para aplaudi-la. Aqui Manuela já criou a meia-entrada, com a ajuda de outros vereadores, é verdade. Mas somente Manuela usou esta lei como plataforma de campanha, e é uma lei nociva á liberdade de empreendorismo, que tanta falta faz ao nosso país.
Será que as mais de 270.000 pessoas que votaram em Manuela fizeram-se esta pergunta? Creio que não.
E desculpem minha fixação por Manuela, mas cada um escolhe seu adversário de acordo com o seu tamanho. E o tamanho deste blog é suficinete para Manuela, não a Playboy.
Segue link para ler entrevista
http://playboy.abril.com.br/revista/edicoes/377/aberto/20perguntas/conteudo_186224.shtml
Liberdade de Expressão. Qual o limite?
Este que vos escreve participou algumas semanas atrás da sessão de autógrafos do livro Vanguarda do Atraso, esclarecedor livro do competente jornalista Diego Casagrande. Estão reunidas no livro diversas entrevistas com jornalistas, profissionais de opinião, radilaistas e outros que ousaram divergir do senso comum predominante na época do desastroso governo Olívio Dutra no estado. É um livro bastante esclarecedor, na medida em que joga luz em fatos que antes só eram conhecidos por profissionais do meio jornalístico. A censura que o governo Olívio submeteu estes profissionais que tinham opiniões divergentes foi algo de extremo autoritarismo, chegando até mesmo a ser perverso, lembrando bem o Stalinismo na época da antiga União Soviética. Profissionais eram humilhados, sofriam processos, chegando inclusive a integrar uma lista negra na Comunicação Social do Estado, que negava-se a enviar a estes profissionais o release com as notícias do governo. As pressões eram exercidas também diretamente sobre a diretoria dos veículos de informação que publicavam opiniões divergentes do governo, com a clara sugestão de suspensão das verbas publicitárias para estes veículos se os mesmos mantivessem sua linha editorial, ou mantivessem determinado jornalista sem qualquer censura. Este era o "governo democrático e popular" conforme anunciava a saudação telefônica do Plácio Piratini na época. Vale a leitura para relembrarmos fatos lamentáveis daquele governo, como a conivência com a destruição do relógio comemorativo aos 500 anos do descobrimento da Rede Globo, a tentativa por alguns membros do partido em invadir o jornal Zero Hora e a expulsão da Ford do Estado, fato este que até hoje repercute negativamente na economia gaúcha. Leiam a entrevista com Gilberto Simões Pires que exemplifica bem esta situação. Recomendo.
Ainda sobre Liberdade de Expressão
As últimas semanas foram bastante movimentadas em relação a este delicado tema. Até onde vai a liberdade de expressão de cada um? Qual o limite entre a opinião do crítico e a ofensa? Como não sou profissonal da área de comunicação, não tenho interesse em debater estes pormenores profundamente.
Quem andou levando a pior foi Emir Sader, conhecido professor da USP e UFRJ, que escreveu uma crítica contra o senador Jorge Borhausen. Para resumir a história, Borhausen afirmou em um entrevista que gostaria de se ver livre desta raça ( referindo-se a petistas). Neste caso, o conceito de raça é plenamente aplicável para designar os militantes do partido dos Trabalhadores. Está no dicionário. O texto era desprovido de preconceito racial, como ele fez entender em sua resposta ao senador. O fato é que Emir Sader passou da conta, além da sua interpretação pessoal das palavras de Borhausen, o mesmo não furtou-se de desqualificar o senador com palavras depreciativas como "racista, assassino, uma das pessoas mais repulsivas da burguesia brasileira, facista, dono de uma mente suja, explorador, repulsivo, pessoa abjeta", entre outras meiguices. O resultado disso foi um condenação dura ao professor Uspiano, que teve prisão decretada, além de perder seus cargos de professor nas instituições em que trabalhava. Falo em condenação dura porque acredito na liberdade de expressão, não fosse por isso não escreveria em um blog. Sempre torci o nariz quando ouvia a frase "interpelação judicial". Logicamente que reconheço o direito de uma pessoa em recorrer á justiça quando sentir-se injustiçada, caluniada ou injuriada. Mas o que ocorre hoje são enxurradas de processo - na maioria imbecis - de calúnia e difamação. Penso que a sentença foi dura com Emir Sader, mesmo reconhecendo a legitimidade de Borhausen em recorrer á justiça neste caso. A perda do emprego de uma figura menor na crítica política brasileira, que é o status de Emir Sader, só colabora para atos como o patético abaixo assinado a favor da liberdade de expressão, que condena a decisão da justiça, assinado inclusive por alguns "intelectuais" brasileiros, como Chico Buarque ( sempre ele). Eu até toparia em assinar o manifesto. Não que minha assinatura tivesse algum valor, não é isso. Eu e todos aqueles que tivessem assinado este abaixo assinado assinaríamos outro, reclamando da falta da liberdade de expressão em Cuba, que inclusive é crime punido com cadeia, e, em muitos casos, pena de morte. Porque a regra tem que valer pra todos, não é mesmo?
Emir Sader também está envolvido em outros processos. No site do colunista Reinaldo Azevedo há a informação de uma licitação fraudulenta com dinheiro público para a produção de um livro que era coodernado por César Benjamin ( vice na chapa de Heloisa Helena neste ano), que solicitou afastamento dos trabalhos por pressões sofridas diretamente por Emir Sader. E não é calúnia, não. Cesar benjamin tem todas as informações documentadas enviadas por e-mail para Emir Sader em sua caixa eletrônica. Só para se ter uma idéia do tipo de pessoal que estamos falando.
Há também outra sumidade intelectual em voltas com procesos nesta natureza. Mino Carta recentemente ganhou um processo contra Diogo Mainardi, mas tanto neste quanto no caso anterior, cabem recursos. Para demonstrar um pouco do carácter de Mino Carta, o mesmo faz referências nada sutiz ao fato do filho mais velho de Diogo Mainardi ter paralisia cerebral. E publicou em seu blog os comentários dos seus leitores a respeito deste assunto, comentários estes com o nível que compete aqueles que se prestam a ler Mino Carta.
No dia em que este blog sofrer algum processo desta natureza será o seu ápice, pois estarão conferindo importãncia que este blog definitivamente não tem. Quanto às indenizações, somente trabalho comunitário, ok? Em valores monetários, só entrando na fila.
segunda-feira, outubro 30, 2006
Yeda Governadora. Hora do PSDB solidificar-se no Estado
Yeda Crusius a partir de 1 de janeiro de 2007 passa a ser a primeira governadora do Estado do Rio Grande do Sul. E não foi fácil, a diferença entre Yeda e Olivio vinha caindo assustadoramente nas últimas semanas. A diferença, que no início do segundo turno era de 30 pontos percentuais, ficou apenas em 8 pontos na apuração.
Estes dados mostram que o PT continua vivo e forte no Estado. O segundo turno finalmente conseguiu mobilizar novamente a militância petista, que desapreceu no primeiro turno. Eles voltaram, e estão cada vez mais raivosos, utópicos e mentirosos. Basta olhar o nível da campanha de Olívio no segundo turno. Não espero que os candidatos sejam propositivos e a campanha seja mera divulgação de propostas, isso não existe. Disputa eleitoral também é o embate entre filosofias políticas antagônicas, e a melhor expressão disto foram os debates entre os vices Jussara Cony e Paulo Feijó. Mas a campanha de Olivio pegou pesado. Tão logo foram apuradas as urnas no primeiro turno e o PT reinicou sua campanha, espalhando calúnias sobre a candidata Yeda. Primeiro, foram as acusações levianas de que Yeda pretendia privatizar o Banrisul, escondendo covardemente da população a lei que impede este ato unilateral por parte do executivo. Depois vieram com as acusações de que Yeda era paulista, como se o fato de ser paulista fosse algum desagravo à moralidade gaúcha. E as respostas do PSDB não foram suficientes, o partido não tem a articulação política do PT aqui no Estado. Se não é verdade, onde estavam os militantes tucanos na feira do livro, na véspera da eleição. Ou mesmo na esquina democrática? Já os militantes petistas infestavam aos montes as ruas com suas legiões de seguidores da moral paulobetiana, e cultuavam o enfiarus a manus nas merdests, o novo dogma petista.
Apesar disso, a insatisfação dos eleitores gaúchos com o último governo da frente popular no Estado, principalmente no interior, levaram a candidata tucana ao Piratini, que aliás que não será a morada da governadora, conforme anunciou. Yeda agora iniciará a transição com o governador Rigotto, que deve ser tranquila e transparente, até pelo carácter de Rigotto.
Agora também vem a parte maquiavélica da coisa, a divisão dos cargos, das secretarias no Estado. A formação original, PSDB, PFL e PPS, foi reforçada com outra dezena de partidos. Mas vale lembrar que o PMDB opoiou oficialmente a candidatura de Yeda, mas não o fez com muito entusiasmo. Hermes Zanetti mostrou o quanto estava afinado com o partido ao apoiar Olivo Dutra. O que o PMDB teme é que o governo de Yeda fortaleça o PSDB gaúcho, que comparado a outros Estados, não possui a mesma força. O PMDB teme agora que a polarização PT x PMDB no Estado fique enfraquecida, pois o PSDB tem as condições de assumir este posto. Vale lembrar ainda que Germano Rigotto permaneceu neutro na disputa, o que é simplemente lamentável esta postura escolhida pelo governador. O PMDB de forma geral foi bastante tímido em seu apoio a Yeda Crusius, diferentemente do PTB, que realmente engajou-se na disputa com sua militância. Pouco votos migraram de Rigotto para Yeda no segundo turno, exceto aqueles qeu haviam migrado naturalmente no primeiro.
Desafios não faltarão para Yeda, o Estado tem sérios problemas orçamentários, problemas para honrar suas dívidas, na agricultura e no setor coureiro-calçadista. Além de promover o desenvolvimento econômico do Estado e sua atratividade para investimentos. E terá que negociar com a União a dívida do Estado. Por isso desejo aqui que Yeda consiga fazer o governo que este blog vem esperando, colocando o Rio grande do SUl novamente no topo do desenvolvimento econômico, em educação, ìndices de Desenvolvimento Humano, tornando o Estado própero para todos como almejamos.
A Derrota anunciada
A derrota já era esperada. Geraldo Alckmin perdeu para Lula a disputa presidencial, e perdeu por larga desvantagem, 61% a 39%. Creio não ser esta a melhor hora de se fazer terra arrasada, mas todos os críticos do PSDB apontavam os mesmos erros na campanha de Geraldo Alckmin, campanha esta que se mostrou insuficiente para reverter a vantagem que possuia o presidnete Lula, apesar de todos os escândalos do seu governo. Enganam-se aqueles que pensam que Alckmin perdeu eleitorado quando começou a criticar duramente o presidente Lula, ledo engano. O que Alckmin fez, principalmente no debate da bandeirantes, foi um dever ético e moral que todo o cidadão que não admite a ladroagem clamava em sua defesa.
Lula de novo, com a culpa do povo, esta foi a melhor frase que li nas análises sobre o segundo turno, o autor da mesma é o Reinaldo Azevedo, atualmente o melhor articulista político do país. E o povo escolheu Lula novamente, indiferente às denúncias de sua candidatura, e optaram em eleger um presidente sub judice. As perspectivas não são boas, o cenário econômico mundial, tão favorável ao presidente nos últimos quatro anos, não deve ter a mesma bonança nos próximos quatro anos, e a equipe econômica de Lula dificilmente suportará crises internacionais profundas, mesmo com as reservas brasileiras batendo recordes.
Resta para o PSDB a nível nacional tentar manter alguma unidade, para não lembrarmos a situação do início do ano, quando Alckmin quase causou um racha dentro do partido devido à sua teimosia em disputar com Serra a indicação do partido. Cabe lembrar que na época, Serra tinha empate técnico com Lula e Alckmin aparecia bem atrás. Algumas decisões simples, racionais não foram tomadas pela cúpula tucana, que escolheu Alckmin como seu candidato, que teve desempenho fraco no Sudeste e pífio no Nordeste. Apenas na região sul Alckmin venceu Lula. E, verdade seja dita, só houve segundo turno graças à pilantragem petista no caso do dossiê contra Serra. Alckmin conseguiu o feito de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro, creio que este fato é inédito.
Se faltou força política para Alckmin vencer Lula, deve-se qualificar este como uma pessoa honesta, digna e responsável, em suma, uma pessoa de bem. Mas foi insuficiente para vencer Lula e seu aparelhamento estatal. Lula e o Pt conseguirsam pautar toda a campanha eleitoral, seja como supostas vítimas do dossiê, na bobagem dos adesivos com quatro dedos, e principalmente nas acusações contra Alckmin de privatista, que infelizmente não foram respondidas á altura pelo tucano, que ao invés de fazer o lógico, ou seja, defender o partido nas questões das privatizações, Alckmin optou em afirmar que não venderia nenhuma estatal em seu governo, chegando a assinar termos públicos para isso. Não precisava assinar nada, era só defender a bem sucedida reforma do PSDB e lembrar que no seu governo elas não seriam necessárias no seu entendimento.
Cabe lembrar, urna não absolve ninguém, mesmo que o TSE venha a absolver Lula continuamos de olho, e qualquer deslize do partido deve ser punido severamente.
Repetindo, É Lula de novo, com a culpa do povo.
quarta-feira, outubro 25, 2006
Xenofobia eleitoral de um partido desesperado
Causou espanto e até indignação entre transeuntes uma manifestação promovida por alguns militantes petistas na esquina democrática em Porto Alegre, ontem á noite, por volta das 19:45. O acontecimento me foi relatado por uma leitora deste blog ( um dos seis leitores, hehehe), que acompanhou estupefata as palavras de ordem do grupo, todos identificados com bandeiras e adesivos do Patido dos Trabalhadores e da candidatura de Olivio Dutra. Bradavam os mesmos palavras de motivação para seus militantes nesta reta final de campanha, salientando a importância de conquistar votos para o candidato petista. Até aqui não havia qualquer procedimento anormal, visto que esta prática é comum a qualquer partido. O que difere o PT dos demais e esta situação contribuiu para comprovar esta afirmação é a total falta de discernimento, bom senso, ética e moral do partido quando se trata de justificar suas ações. Tudo isto fica em segundo plano se as intenções do partido se sobrepõem a qualquer instuição legal que interfira nas vontades do mesmo. Inflado pelos manifestantes, o orador não se furtou em pedir aos militantes que conseguissem o maior número de votos para o candidato Olivio, viesse de onde fossem os votos. Por isso, a necessidade imperiosa de efetuar bandeiraço e e corpo a corpo nos becos, vielas, nas bocas de fumo, em frete ao presídio central, pedir votos aos traficantes, viciados, bandidos, que na visão maquiavélica do indivíduo não passavam de pobres excluídos sociais. Não bastasse isso ele ainda instigava a população contra a candidata Yeda, que por ser paulista, jamais poderia ser eleita governadora num estado "tradicionalista" como o Rio Grande do Sul.
O desespero do PT, que sabe que é muito difícl reverter a vantagem tucana em menos de uma semana, eleva à décima potência as práticas terroristas e suas críticas contra seus adversários. Chegam ao ponto de serem intrasigentes contra a candidata Yeda, como se ela fosse culpada por ter nascido em São Paulo. A xenofobia contra Yeda não é problema para os petistas, mas sentiram-se todos bastante ofendidos com os adesivos de 4 dedos com uma lista de proibido. Com a diferença de que através de pressão na mídia conseguiram que o TSE proibisse os adesivos. Que pessoal sem senso de humor. Mas as agressões contra Yeda continuam impunes. Verdade seja dita, nenhum partido tem a capacidade de ser oposição e de vestir a carapuça do coitadismo como o Pt, eles são imbatíveis neste quesito.
E vale tudo, até pedir apoio de traficantes. O PT mostra que tem lado e convoca sua base para ir à ruas. Muito instrutivo. Nenhum partido se associa com tamanha desfaçatez com a miséria. Não para combate-la, mas para interagir em seu meio. E é nesse meio que o PT se perpetua, como uma sanguessuga ( ops!) da mente dos mais humildes. Em sua visão política maniqueísta, o partido está do lado do bem, e os outros, obviamente, são o mal encarnado, e por isso não devem-se de furtar-se de qualquer ação para combater o inimigo, pois, logicamente, estão agindo em defesa do povo, e qualquer ato que cometam, por mais errado que seja ( dossiês? mensalão?), são justificados por sua "luta a favor do povo". Por isso que o PT jamais acabará com a miséria, com os favelados, com os humildes. Poderá lhe prestar alguma assistência, visando sempre algum retorno, mantendo sua base eleitoral, mas jamais usará de ações efetivas para combate-la. Encerro com um chavão:
O PT não combate a miséria, socializa a pobreza.
domingo, outubro 22, 2006
Privatizar sim, porque não?
O debate eleitoral no Brasil é tão fraco, mas tão fraco que por vezes desestimula. São tantos idiotas falando bobagens que às vezes é necessário tomar fôlego pra não acabar contaminado pela cretinice. E a patrulha anda solta, vejam vocês. O tema preferido para discussão são as privatizações. Como é possível que um país que postule uma liderança continental ainda esteja preso a questões tão patéticas? Porque Alckmin e o PSDB não assumem sua posição e defendam as privatizações e o governo FHC? Por isso que de cada dez pessoas ouvidas, em torno de sete são contra as privatizações e torcem o nariz para Fernando Henrique. Tivesse os líderes tucanos a coragem para debater e defender seu ex-presidente e talvez esta eleição não estivesse totalmente perdida como está hoje.
Vamos por partes. Se FHC teve problemas no governo, e é claro que os teve, porque deixar o PT pautar a discussão do antigo governo como herança maldita? Herança maldita era a inflação brasileira que FHC conseguiu controlar, primeiro como Ministro da Economia e depois como Presidente da República. E por favor, não me digam que quem criou o plano real foi Itamar, um pouco mais de bom senso. Itamar é um bobalhão, que tentou reativar a produção de, vejam vocês, fuscas. Sinistro, muito sinistro.
Parece-me que até hoje Fernando Henrique não recebeu os devidos créditos por sua realização. Este sim foi um presidente que entrou para a história, ao contrário de Lula que possui esta pretensão e realmente se julga um estadista. Vejam um pequeno exemplo, principalmente para as gerações mais jovens que não conviveram com hiperinflação e Mara Maravilha nos anos 80. Pegue um exemplo de um grande supermercado, que faz uma grande compra de determinado fornecedor, e coloca este produto em promoção nas gôndolas. Suponhamos que ele tenha comprado a 10 e venda-os a 8. Isto mesmo, perdendo hipoteticamente 2 por cada produto vendido. Suicidio? Talvez hoje, mas em tempos de hiperinflação era diferente. O pagamento, normalmente era negociado para 60 dias, mas o estoque era vendido em até 7 dias, até pelo seu preço abaixo de custo. Bastava então aplicar o montante recebido até a data de pagamento, que, através de seu excepcional rendimento devido à hiperinflação cobria o montante do fornecedor a ainda sobrava o lucro. Resumindo, a receita financeira era o grande pilar de sustentação do empreendimento. Então, porque se preocupar em enxugar custos, eficiência, concorrência, gestão profissional? Por isso o plano real desagradou a muito acostumados a ganhar dinheiro fácil. Hoje a concorrência é pautada pelo preço, e nós, consumidores, somos os grandes beneficiados.
Outra sandice é que FHC vendeu o patrimônio nacional aos exploradores estrangeiros do capital internacional e especulativo. Quanto chavão numa frase! Sugiro aqueles que criticam as privatizações que atirem agora mesmo seu celular contra a parede. Isto mesmo, não dá pra ser crítico de algo e ser beneficiário ao mesmo tempo. E outra, trate de fechar sua internet e nunca mais navegue no cyber espaço. O exemplo da privatização da Telebrás é o exemplo bem sucedido do quanto acertado foi a venda de estatais deficitarias que, no controle da inicativa privada, deram uma guinada em sua gestão e tornaram-se empresas saudáveis e lucrativas, gerando empregos e pagando impostos ao governo. Qual a dificuldade de aparecer num programa de Geraldo Alckmin uma pessoa humilde falando ao telefone? Até Lula lembrou que hoje o pobre tem celular. Ainda bem que tem, mas se dependesse dele e do seu partido, ainda teríamos filas de espera de até 2 anos por um celular ( analógico) e talvez alugar um telefone fixo. SI, isto mesmo, aluguel de telefone era um negócio rentável em tempos antigos. Precisava-se tão somente de ter um "peixe" dentro de alguma estatal telefônica para garantir o seu.
Podemos citar mais exemplos, como a Vale do Rio Doce, hoje uma das empresas mais rentáveis e eficientes do mundo, graças ao controle privado. Tivessem estas empresas ainda com controle do governo, a história seria bem diferente. Isto porque o Estado não tem vocação para ser empresário, suas empresas estatais são ineficientes o onerosas aos cofres públicos, e o que é pior, são a fonte de corrupção para os políticos. Bancos estaduais não passavam de caixa forte para suprir eventuais rombos em governos mal administrados. Talvez por isso mesmo muitos ainda defendam as estatais com unhas e dentes, pois perderiam gordas tetas para mamarem. Saliente-se que este processo foi efetuadoatravés de leilão público, de forma clara e transparente.
Com exceção de Luiz Carlos Mendonça de Barros, que desafiou o Ministro Tarso Genro para debater sobre as privatizações, é de uma raridade impressionante pessoas dispostas a defender esta bandeira. Onde estão as pessoas com discernimento e que não aceitam ser pautadas pela mídia petista e manipuladora, que trata da questão das privatizações um tema diabólico. Talvez por uma questão cultural, o brasileiro ainda espere tudo do governo, a exemplo do governo locomotiva da economia de JK e dos militares, os maiores criadores de estatais no Brasil. Desta forma, o governante torna-se, porque não, o "pai dos pobres" como Getulio Vargas, título que hoje Lula quer expropiá-lo.
O Estado arrecada muito e gasta mal. O Estado não me deu nada mais do que um ensino público sem qualidade e uma saúde indecente. Não espero e nem quero mais nada do governo. Tudo o que consigo, pago a muito custo domeu próprio esforço. Só espero que o governo não queira enfiar a mão no meu bolso novamente pra suprir suas ineficiências. Como já disse Diogo mainardi brilhantemente em uma coluna, a luta de classes no Brasil não se sá entre ricos e pobres e sim entre Estado e Sociedade.
Vice do Barulho
A grande novidade das eleições estaduais é a visibilidade que vem sendo conferida aos candidatos a vice governador na chapa de Yeda Crusius e Olivio Dutra. O terrorismo barato que vem sendo efetuado pelo PT desde o início do segundo turno, e só comento agora por absoluta falta de tempo, poderia ser considerado mero divertimento eleitoral, se não estivesse suas "acusações" respaldados em uma grande mentira. Este mesmo que vos escreve recebeu e-mail difamatório logo após o término da apuração do primeiro turno. Acusam os príncipes da ética do cuecão com dólar de que a candidata tucana retomará o processo de privatização no Estado, a exemplo do que ocorreu no governo Britto. Tudo isso porque Feijó, ao contrário da maioria dos políticos, e justamente por não ser originário deste meio, não faz restrições em sua linha de pensamento e não aceitou ser pautado pela campanha do PT em suas declarações. O terrorismo eleitoral promovido pelo PT, especialmente em relação ao Banrisul, é tão eficiente que o próprio PFL, partido de Feijó, foi acionado para tentar controlar seu candidato. E tudo porque o mesmo segue uma linha política coerente desde os seus tempo de presidente da Federasul. Se Feijó é favorável às privatizações, e não há nenhum crime em sê-lo, porque o PSDB permite que o PT paute o debate no Estado em torno das privatizações? Porque simplesmente o partido não toma a atitude mais coerente e DEFENDA as privatizações que realizou? Ao esquivar-se deste debate, principalmente em nível nacional, o PSDB fornece munição aos ataques covardes dos petistas.
E porque chamo de covarde? Primeiro, porque não há uma linha sequer no programa do PSDB que fale em privatizações de estatais e porque o PT sabe muito bem, que dentro da legislação estadual, há muito tempo fora criado uma lei de autoria do deputado Vieira da Cunha que proíbe a venda de estatais a não ser que a venda destas fosse submetida a um plebiscito com a população. A lei, por mais imbecil que seja na minha opinião, permite o direito de escolha restrito ao cidadão. Portanto, o Banrisul, a Corsan, a Procergs e outros órgãos públicos só seriam privatizados se o povo gaúcho assim escolhesse, o que me parece pouco provável, dado o nosso atrasado estágio de debate eleitoral.
Por outro lado o PSDB tentou explorar a polemista vice de Olívio, a comunista Jussara Cony. Mas o fez muito timidamente. O PSDB ainda não adquiriu a capacidade do PT de patrulhamento ideológico, e talvez jamais a tenha. No momento em que estivesse em questão as convicções de Feijó favorável ao estado mínimo, porque não questionar as convicções de Cony, maoísta convicta, partidária de uma ideologia que matou milhões em todo o mundo, e que só sobrevive em países latinos e periféricos. Em seu próprio berço, o comunismo está morto e enterrado. A Europa há muito tempo mudou seu foco de discussão política, mas aqui no Brasil eu tenho que aguentar a comunista Manuela eleita através de sólidos conceitos de marketing eleitoral.
Mas se for pra questionar ideologicamente o partido, vamso aplicar ao PT um pouco do seu método, o partido pode esclarecer muitas questões obscuras em seu governo. Tais como:
- Porque o partido teve uma posição neutra em relação à invasão de terras na Aracruz, promovido por movimentos ligados ao PT? ( A censura formal do partido não enganou ninguém).
- Aproveitando a deixa, qual a posição do partido em relação à invasão de propriedade privada?
- O PT costuma dizer que suas acusações ao PSDB são baseados em fatos de governos anteriores. Seguindo esta mesma linha de raciocínio, é possível afirmar então que o PT vai expulsar a GM e outras grandes empresas do Estado que usufruem de incentivos fiscais?
- O PT gosta de perguntar onde foram usados o dinheiro das privatizações de Antonio Britto, mas assumiu o governo com 1,7 bilhões no caixa único e entregou ao seu sucessor o caixa único com saldo negativo de 1 bilhão. Não seria o partido que deve explicações?
- Qual será o tratamento que o governo dispensará aos prováveis críticos de seu governo? Será a mesma enxurrada de processos de seu governo anterior?
- O que o PT entende por democracia e liberdade de expressão?
- Qual será a nova saudação telefônica do Palácio Piratini? Poderia ser " Governo Democrático, Popular e maoísta, Bom dia" ?
Até porque perguntar não ofende
segunda-feira, outubro 09, 2006
A antagônica disputa Estadual
Felizmente a política gaúcha, ao contrário da nacional, não tem o poder executivo envolvido em denúncias de corrupção e fabricação de falsos dossiês ( ainda não), o que permitiu um debate mais franco entre Yeda Crusius e Olivio Dutra. Gostei do debate, este sim posso chamar de debate, dois conflitos antagônicos de idéias e ideais, ao contrário das emulações de debate que aconteceram no primeiro turno, em que o número excessivo de debatedores desqualificou o evento. Sobre as regras do debate, acho ótimo a inexistência de temas pré estabelecidos, o que engessaria demais o debate. Com temas livres, os candidatos conseguiram questionar e responder de forma direta o adversário. Faço apenas uma observação, no que diz respeito ao tempo da tréplica, de apenas 30 segundos, que é muito pouco. Os candidatos sequer conseguiam desenvolver algum raciocínio antes de ver seu tempo esgotado, e a tréplica num debate é de extrema importância, principalmente num debate entre apenas dois candidatos.
Os candidatos já estavam preparados por sua assessoria para todas as possíveis perguntas de seus adversários, e acredito que por isso mesmo Olivio Dutra não titubeou em responder o saldo do Caixa único do Estado, e tampouco sua serventia. A mesma coisa vale para Yeda, que defendeu-se bem das tentativas do ex governador em desqualificar seu vice, Paulo Feijó. Yeda imediatamente lembrou que as declarações de Feijó não tiveram respaldo de seu partido ( PFL ) e trouxe à tona a vice de Olívio, Jussara Cony, segundo a qual também possui um histórico polêmico.
Yeda tentou da forma mais didática possível, lembrando seus tempo de professora da UFRGS, explicar suas inovadoras propostas de governo. Aliás, propostas de gestão, como costuma dizer, deixando claro que a plataforma de governo está ancorado em sua gestão, e não o contrário. Afirmou que não irá privatizar as estatais gaúchas, tampouco o Banrisul, defendeu as privatizações do governo FHC, quando a quebra do monopólio estatal de determinado setor produtivo o deixou mais eficiente ( vide telefonia ). Cobrou de Olivio a partidarização política dentro de órgãos públicos, principalmente na Segurança, que mais criou do que resolveu conflitos no governo petista. Discorreu diversas vezes sobre o tema das finanças do Estado, o qual domina plenamente, com um desempenho superior ao do adversário.
Olivio Dutra tentou de todas as formas vincular Yeda ao governo FHC, mesmo que ela tenha sido ministra do governo Itamar Franco, tentou impor-lhe o rótulo de privatista, colaboradora da dilapidação do patrimônio público, cobrou coerência da candidata com a questão do Banrisul, acusando-a de que privatizará o banco quando assumir o governo. Ainda pensa que o Orçamento Participativo é o programa mais democrático do Brasil, esquecendo de que o mesmo não decide investimentos importantes, mas apenas a distribuição de alguns trocados do Estado.
Foram postas, frente a frente, duas visôes antagônicas a respeito do desenvolvimento político e econômico do Estado. Foi possível verificar a grande distância que separa o pensamento gaudério bairrista de Olivio Dutra com o forte teor das propostas econômicas e estruturais de Yeda. Em determinada pergunta, discorrendo sobre o crescimento econômico do Estado, em sua administração, Olívio lembrou e que deve-se incentivar o empreendedorismo do gaúcho, em beneficiar com linhas de crédito o pequeno empreendedor. Já a candidata tucana lembrou que o crescimento econômido do estado no governo Olivio deu-se muito mais em função do câmbio favorável da época, que favoreceu a política de exportações do Estado. Olívio não consegue ter a visão macro de Yeda, e isso é um defeito grave para quem postula o cargo de Governador.
Para resumir a distância que separa os candidatos, questionado sobre a eficiência do Estado, Olívio preferiu valorizar as empresas públicas e o funcionário público, através da ISONOMIA de salários do funcionalismo. Já Yeda afirmou que irá implantar um programa de incentivo aos funcionários de órgãos superavitários, onde haverá um plano de gestão para cada estatal, com metas e indicadores de resultados, que, se atingidos, terão 50% deste valor de volta à origem geradora deste recurso. Vejam vocês, a grande diferença de propostas, a diferença de visões para um mesmo problema. Um fala em ISONOMIA SALARIAL, um veneno dentro dos órgaõs públicos que permite que vagabundos recebam o mesmo salário daquele que realmente dedica-se no trabalho. Outra fala em metas, indicadores, incentivo ao indivíduo. Para mim, ficou estabelecido aí a grande diferença entre a visão coletiva, que pune o indivíduo em detrenimento do coletivo e a visão MACRO, como já coloquei anteriormente, que VALORIZA efetivamente aquele que produz mais, que estuda mais, que dedica-se mais. Pense bem, qual dos dois modelos você acredita realmente ser o mais eficiente, e principalmente, o mais JUSTO????
Olivo Dutra contunuará batendo em Yeda, pois esta é a única forma de tentar reverter a grande vantagem da cadidata tucana. Terá de continuar a proferir seu palavrório, que não baseia-se em propostas concretas, mas em dogmas partidários. Todas as forças para tentar subtrair a iamgem de Yeda, que a cada debate mostra-se realmente como a candidata melhor preparada que surgiu nos últimos anos para postular o cargo de Governadora.
Lula foi nocauteado em debate na Bandeirantes
Voto em Geraldo Alckmin. Nunca escondi minha opinião pessoal favorável ao PSDB, tentando me passar por "isento". Este blog pode ser tudo, exceto imparcial. Creio que consegui separar, neste artigo, minha torcida de minha análise. Minha simpatia ao candidato tucano não obstrui minha visão crítica dos fatos, e não raro o PSDB recebeu e continuará recebendo críticas neste blog. Principalmente quando for governo, que é o que acabará ocorrendo se continuarmos tendo debates iguais aos de ontem. Finalmente, tivemos um Alckmin avassalador, destruidor, totalmente implacável com o candidato Lula. E era isso que Alckmin deveria ter feito desde o início de sua campanha, cobrar o Presidente Lula por todos os escândalos ocorridos em seu governo. Chamou as coisas pelo nome, simples. Ladroagem é ladroagem. Corrupto é corrupto, não existe meio termo.
Nem Lula esperava tanta agressividade logo de saída. Alckmin, numa atitude surpreendentemente acertada cobrou o presidente a apuração do escândalo do dossiê fajuto contra Serra, questionou incisivamente qual a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Cobrou do presidente atitudes contra o descaso do governo boliviano com a Petrobrás, o pífio crescimento econômico do Brasil em relação aos seus pares, os ínfimos gastos com as forças armadas, em contrapartida aos gastos com viagens, a transparência com os gastos com o cartão de crédito da Presidência da República. Cabe aqui um esclarecimento; Os gastos presidenciais NÃO ESTÃO DISPONÍVEIS no site transparencia.org.br como fazem crer alguns, pois os mesmos estão protegidos por motivos de segurança nacional. Agora por motivos de Segurança nacional, Lula pode usar e abusar do meu dinheiro sem ter de me dar satisfação. Todas estas perguntas, ditas de forma clara, direta e objetiva, proferidas por um geraldo Alckmin tranquilo e sereno.
Já Lula era o inverso. O Presidente, que possui um forte viés autoritário, odeia ser contrariado e muito menos cobrado. Era possível identificar em seu semblante o quanto estava contrariado. Cada vez que Alckmin golpeava, Lula acusava o golpe e tornava-se cada vez mais irritadiço, ruborizado, com os olhos injetados. Aliás, percebi diversas vezes que Lula tentava, em vão, manter contato visual com seu oponente, pensando que assim talvez pudesse intimidá-lo. Acreditem, por vezes achei que o presidente não iria aguentar e iria embora do debate, chorar no colo de Marisa Leticia. Infelizmente, ele aguentou firme e não cometeu este suicídio político. Lula tentou de várias formas ligar Alckmin às suas denúncias, como na tentativa de enquadrar Barjas Negri ( secretário de Alckmin), com as denúncias dos sanguessugas, com a falsa notícia de que 60% dos prefeitos da máfia dos saguessugas seriam do PSDB/PFL, com a arquivamento das CPIs no governo de São Paulo, com a utilização de valerioduto pelo PSDB mineiro com Eduardo Azeredo, tentou comparar números da sua gestão com a de FHC. O presidente, que LEU suas perguntas, encontrou em Geraldo Alckmin um oponente bem mais preparado e capaz do que ele supunha, que o mandou não medi-lo por sua régua, a frase da noite.
Ao final do debate, todos declaram-se vencedores. Eu não gosto desta pecha, de declarar um vencedor em debate. Debate é uma forma de verificar projetos, idéias, soluções , enfim, diferentes formas de pensamento e o simples fato da necessidade de haver um "vencedor", aquele que está, teoricamente com a razão, implicando com um perdedor, o malvado imcpoetente. Não gosto de simplificações.
Fica aqui registrado. Geraldo Alckmin se eleito venderá o Aerolula e construirá 5 hospitais ( Que bom!) e que não irá privatizar o Banco do Brasil, a Petrobrás e os Correios ( Que pena!). Ele será cobrado neste blog por estas promessas, podem ter certeza. Para Lula, ficou o desgaste de uma disputa contra um adversário comprovadamente superior, intelectual, ética e politicamente. Lula foi o grande perdedor do debate, sem dúvida. Parece-me que funciona melhor num palanque. Está comprovado a causa do Presidente ter fugido dos debates anteriores, ele não aguenta o desgaste e não suporta ter de dar explicações, e isto é que ele deve ao povo brasileiro. Espero que os eleitores estejam atentos aos debates, pois como disse hoje Diego Casagrande, O Rei está nu!!!
Cabe a nós agora destroná-lo.
terça-feira, outubro 03, 2006
Voto não é arma, mas também pode matar
Cezar Schirmer é advogado e professor universitário, natural de Santa Maria, tem 54 anos e é deputado federal pelo PMDB, até hoje seu único partido. Já ocupou diversos cargos públicos, entre eles Deputado Estadual, Secretário da fazenda, Secretário da Agricultura, Presidente da Assembléia Legislativa, presidente do PMDB /RS, entre outros. Foi eleito o mais jovem Deputado do Estado em 1974 com apenas 22 anos de idade. Em sua última legislatura na Câmara ganhou destaque com o excelente trabalho como relator do processo de cassação do ex-presidente da camara, João Paulo Cunha. O trabalho de Schirmer, segundo especialistas, foi uma peça tão bem fundamentada que há muito tempo não se via no Congresso. Este trabalho custou-lhe dias e noites de trabalho incessante, em Sábados e Domingos de envolvimento total com o seu trabalho. O resultado disto foi um relatório de 168 páginas devastador, em que Schirmer pediu a cassação do mandato de João Paulo, comprovadando seu envolvimento no esquema de Marcos Valério, com um saque rastreado no Banco Rural de R$ 50.000,00, efetuado por sua esposa.
Apesar de seus esforços, a Câmara absolveu João Paulo Cunha por 256 votos a favor contra 209 contra, assim como outros sete comprometidos com o esquema da SMPB. Você agora pode praguejar e chamá-los de corruptos corporativistas. Mas corruptos corporativistas eleitos com o seu voto. O que fez o eleitor em relação à isso? Reelege João Paulo Cunha em São Paulo, e Cezar Schirmer, como recompensa por sua brilhante legislatura, não obteve votos suficientes para voltar à Brasilia em 2007. E ainda tem gente que continua dizendo que o povo não é mais bobo.
Usei o exemplo de Schirmer porque ilustra bem parte do eleitorado brasileiro nestas eleições. E o fato de ambos serem de Estados diferentes não me parece mudar muita coisa, pelo menos não a idéia original, de que é falsa a afirmação de os eleitores promoveriam uma faxina dentro do Congresso. E São Paulo, convenhamos, não deixou barato. Elegeu de Frank Aguiar a Jair Bolsonaro, de Paulo Maluf ( mais de 700.000 votos!!!!!) a José Genoino. É o verdadeiro samba do crioulo doido, tem para todos os gostos. O mais notório candidato freak eleito, foi, sem sombra de dúvida Clodovil, que a esta altura já deve estar pensando no modelito que usará para o dia da posse. Sinceramente, o que leva uma pessoa a votar em CLodovil, senão o descrédito no sistema político brasileiro? E com atitudes assim, como esperam alguma mudança?
Já por estas plagas não foi muito diferente. O "povo mais politizado do Brasil" foi fiador de mandatos para Paulo Borges ( o homem do tempo da RBS) e a Mano Changes ( o sequelado vocalista da banda Comunidade Nin-Jitsu). Ambos estreantes em eleições, tiveram votação surpreendente, mais de 100.000 votos para Paulo Borges ( o mais votado para Estadual ) e mais de 40.000 para o "Grande Presença". E o Cururu, aquele candidato que aprecia pilchado no horário eleitoral, também quase chegou lá, teve mais de 20.000 votos.
Mas nada superou o feito da locomotiva Manuela Dávila, do PC do B. Mais de 270.000 inacreditáveis votos para a vereadora comunista, que teve uma campanha nada modesta, com a confecção de bonecos à sua semelhança e gingles de campanha, milhares de cartazes espalhados pelas ruas, o partido não poupou esforços e recursos para elegê-la. E acertou em cheio em sua estratégia de marketing, que apresentou a jovem e mulher Manuela como candidata, sem deter-se em alguma plataforma de campanha com alguma proposta concreta. Se ela mereceu tantos votos, eu não sei. Aliás, sei sim, que ficar em cima do muro não é comigo. É muito pra bolinha da pequena. Sozinha em Brasilia e com a cláusula de barreira no partido, vai ter que se escorar na bancada petista para ter algum respaldo e não ser jantada pelos tubarões de Brasilia. Sua plataforma, não pderia ser diferente, é voltado às questões da juventude, educação, luta contra o FMI, ao servilismo às grandes potências, ao neoliberalismo de FHC e dos tucanos e outras tantas bobagens típicas dos comunistas. O PT irá usar bastante a imagem de Manuela na campanha do segundo turno, como mulher e como jovem. Deve aproveitar sua ascendência política atual, em que parece ter chegado ao seu ponto mais alto. É uma trajetória bastante parecida com a de Maria do Rosário, que por sinal iniciou sua trajetória política no PC do B.
E assim vamos para mais uma legislatura, federal e estadual, com alguns bons nomes e outros muitos nem tanto. Mas qual o remédio, são os males que a Democracia proporciona. Ruim às vezes com ela, muito pior sem. Muitos dizem que a urna é uma espécie de arma do eleitor. Bem, parece que a arma muita vezes dispara contra o próprio dono.
segunda-feira, outubro 02, 2006
Este Blog já sabia!
Segue abaixo em itálico texto de minha autoria postado neste blog em 23/08 referente às eleições estaduais, comentando o desempenho de Yeda logo após o debate dos candidatos na TVCOM:
"... Está ganhando muitos votos de Rigotto, mas dificilmente ganhará os de Olívio. Por isso, a briga PELO segundo turno se dá entre Yeda e Rigotto. Yeda precisa ainda destruir a imagem de arrogância que lhe foi injustamente atribuída, e revelar sua personalidade de administradora competente e diñâmica, capz de conduzir o Estado em um dos momentos mais difíceis de sua história".
Um dia antes das eleições, nas considerações finais:
" O grande problema para Rigotto é que Yeda, além de ganhar o "voto útil" dos eleitores na reta final das eleições, ganha também o voto das mulheres e dos apolíticos, exatamente os votos que elegeram o governador em 2002. Por isso o PMDB está nervoso, pois sabe onde está pisando. De qualquer forma, não deve-se subestimar o PT, que ainda tem chance na disputa e colocou sua militância engajada e paga também nas ruas."
O resto é o resto. E ainda tem gente que perde tempo com as análises "imparciais" dos analistas políticos.
Obs: Na primeira frase, está escrito "disputa PELO segundo turno", indicando que dois disputavam a mesma coisa. Diferentemente se fosse colocado "disputam O ou NO segundo turno", o que presumiria que ambos estariam no segundo turno. Disputa PELO segundo turno entre dois candidatos que disputavam a mesma base eleitoral, diferente de Olivo que teve sua votação praticamente estática durante a campanha, ou seja, apenas o voto ideológico. Já Yeda e Rigotto tiveram votos voláteis e por isso mesmo foram os protagonistas deste primeiro turno.
Apenas um esclarecimento que se fez necessário.
sábado, setembro 30, 2006
O Dia da Democracia
Gosto muito do dia de eleições. Acho fantático toda a movimentação em torno do processo democrático, em que podemos expressar livremente nossa opinião e fazer valer de fato nossa cidadania ( apesar de que cidadania não se resuma a isto). Pensei um bocado de tempo sobre como fazer um artigo especial para este dia tão importante. Existem algumas organizações apartidárias que optaram em fazer um protesto, como o site nariz de palhaço www.narizdepalhaco.com.br que incentiva os eleitores a irem votar usando um singelo nariz de palhaço, como forma de protesto pelas últimas palhaçadas dos políticos nos últimos anos. Outros preferem incentivar o uso de preto como indumentário para a votação, para expressar seu luto em protesto das mesmas falcatruas polítcas de nossos políticos.
O termo democracia vem do Grego demos = povo e de Kratos = poder, o que significa poder do povo. E é o poder do povo que estará decidindo hoje o seu futuro pelos próximos quatro anos. E pensando neste termo que tive a sensata idéia de não postar nada neste blog hoje. Exatamente, por hoje ficaremos livres de minhas idiossincrasias, porque hoje resolvi dar espaço a algo maior que minhas opiniões individuais. Hoje o coletivo se sobrepõe ao indivíduo. Por isso minhas opiniões são relevantes neste momento. Segue abaixo diversos depoimentos de pessoas, cidadãos comuns das mais diversas ocupações, classes sociais, pensamentos políticos, apolíticos, etc., sem qualquer censura prévia. E pessoas que de certa forma tem alguma ligação direta ou indireta com este que vos escreve, ao que lhes confiro meu agradecimento e a minha ternura, pois como já foi dito, sem perder a ternura, jamais, hehehe.
A todos foi feito a seguinte pergunta: "QUAL O SEU SENTIMENTO EM RELAÇÃO ÀS ELEIÇÕES DESTE DOMINGO? E O QUE VOCÊ ESPERA DOS NOVOS POLÍTICOS ELEITOS?
"Há uma briga partidária, o que não leva a nada. O que eu espero dos políticos eleitos é que cumpram com os projetos e façam com que o povo possa se sentir melhor".
Jair, 58 anos, aposentado.
"O meu sentimento em relação á eleição é que o povo demorou mas acordou para a importância que tem o voto e o valor de exercer a cidadania! Em relação aos políticos eleitos é que honrem com suas promessas, que pelo menos tenham vergonha na cara com as pessoas que confiaram seu voto".
Carlos, 21 anos, dançarino
"Estamos mais uma vez diante de uma importante tomada de decisão: Eleger os próximos governantes. Em quem credibilizar nosso voto? Quais os políticos mais bem "preprarados" segundo a linguagem falada a exercerem seus respectivos cargos das Assembléias?? Bem, neste momento me pergunto como é esse candidato "preparado"... Fica difícil avaliar diante de um governo que há 4 anos atrás se dizia capaz e norteador de mudanças e porque não "preparado" quando pouco ou quase nada aconteceu e mudou...O que fazer? Quem sabe, pensamos em pessoas ( candidatos) inicialmente que tenham antes de mais nada cultura e um horizonte de conhecimentos, que mostraram na sua trajetória profissional e política, ética e transparência, sendo assim, esperamos que neste Domingo cada eleitor pense no seu amanhã, e mais do que nunca nessa geração que vem por aí, pois se mantermos os atuais "governantes", ou de semelhança, poderemos não ter mais futuro, isso seria muito triste..."
Carla, 23 anos, Estudante
"Um político que me orgulho, acabe com os sanguessugas e faça o Brasil crescer, com propostas e segurança, saúde e educação, criando hospitais e mais escolas, que bote mais brigadianos na rua e escolas para ensino em braile."
Lucas, 10 anos, Estudante
" O meu sentimento em relação á Domingo é ansiedade e intranquilidade em relação aos petistas. Como pode haver tantas pessoas que acrteditam e apoiam um ser anormal e corrupto chamado Lula que pelas pesquisas ( que para mim não dizem nada) pode ir ao segundo turno. Sobre os políticos que forem eleitos, espero que cumpram o que prometeram, que tenham responsabilidade com o povo e que abram os olhos para as nossas necessidades."
Ana Marina, 18 anos, desempregada
O fenômeno Yeda
O Centro de Pesquisas do Correio do Povo, o instituto de pesquisas com maior credibilidade no Estado divulgou sua última pesquisa antes das eleições em que aponta a candidata do PSDB Yeda Crusius consolidada na segunda colocação, já fazendo sombra ao primeiro colocado, Germano Rigotto. Além de ser a grande novidade destas eleições, Yeda está fazendo com que o PT fique de fora do segundo turno no Estado, fato este que não acontecia há anos. Os gaúchos, que foram pioneiros em eleger governos petistas, também são os primeiros agora a repudia-los. Em 2004, o PT já perdeu a Prefeitura da capital depois de 16 anos e agora tem o risco real de ficarem de fora do segundo turno da disputa Estadual. Vão ter tempo para lamber as feridas e juntar os cacos.
Sobre o debate não vou comentar. Já o fiz aqui uma vez e não tenho mais interesse. Muitos candidatos e pouca praticidade, impossível de dar certo. Mas repito, a culpa não é da emissora de TV e sim da legislação eleitoral.
O PSDB é o único grande partido que ainda não administrou o Estado, apesar de compor governo anteriores. Resta saber se terá força no interior suficiente para encarar uma difícil disputa com o forte PMDB de Germano Rigotto, com uma invejável estrutura partidária do RS. O grande problema para Rigotto é que Yeda, além de ganhar o "voto útil" dos eleitores na reta final das eleições, ganha também o voto das mulheres e dos apolíticos, exatamente os votos que elegeram o governador em 2002. Por isso o PMDB está nervoso, pois sabe onde está pisando. De qualquer forma, não deve-se subestimar o PT, que ainda tem chance na disputa e colocou sua militância engajada e a paga também nas ruas. Amanhã saberemos. Minha aposta? Yeda, sem dúvida.
Nacional - O debate que gerou o segundo turno
E Lula não foi ao debate da Globo. A cúpula Petista calculou os riscos e optou por faltar ao debate promovido pela maior emissora do país. A alegação é de que a presidente seria posto a mercê do jogo sujo dos candidatos, que supostamente realizam uma campanha de baixo nível. É a velha tática de impor aos outros os seus erros. Quem desceu ao mais baixo nível da moralidade e da ética foi o próprio PT, com o mal sucedido processo de compra e divulgação de um faldo dossiê contra José Serra e Geraldo Alckmin.Enquanto o PT enganava e Rede Globo enviando seguranças para conferir as condições de segurança do Projac, um outro grupo já estava em São Bernardo para acompanhar os últimos detalhes do comício final do presidente. Ou seja, o PT já havia decidido por São Bernardo desde o dia anterior, mas esperou até o último momento para anunciar sua decisão.
O debate em geral foi uma chatice. O debate foi morno, aliás será sempre assim enquanto perdurar algumas regras eleitorais absurdas, que amordaçam a mídia e os candidatos em geral. Já falei aqui e repito, o que melhor se viu nestas eleições foram as entrevistas dos candidatos ao Jornal Nacional.
Geraldo Alckmin é de fato o candidato melhor preparado, e mostrou isso no debate. O problema de Alckmin é que lhe falta um pouco de feeling, de carisma, de convicção. Alckmin não consegue chegar na mente do cidadão comum. O exemplo de bom administrador só ganha votos da classe média, e esses votos ele já tem. Alckmin é contido inclusive para bater em Lula. E isto que motivos não lhe faltam para tanto. Mas a probabilidade de segundo turno é real, e ele possui todas as condições de enfrentar ( e vencer ) o presidente Lula.
Cristovam Buarque é um bom político. Jamais será Presidente é claro, mas é um cidadão exemplar. Descobri que ainda não havia falado de Cristovam neste blog, o que é até uma injustiça. Muitos analistas o comparam ao tio esquisito da família que você ignora, o que eu acho um desrespeito. Sua fala no debate discorrendo sobre corrupção, e seus desdobramentos na política, em que compara o fato de construir obras megalomanícas em detrenimento de investimentos básicos em saúde e educação é de uma sensibilidade exemplar. É realmente gratificante que ainda tenhamos políticos como Cristovam, eu precisava deixar aqui este registro.
Heloisa Helena é uma metralhadora giratória. Em poucos minutos a senadora faz o maior uso de verbetes e adjetivos por palavra. Mas consegue chegar no coração dos brasileiros. Joga pra platéia, faz a firula, mas jamais marca o gol. Se pegarmos palavra por palavra o discurso de Heloisa, é perceptível que vamos do nada ao lugar algum. Não há proposta, não há conteúdo, não há seriedade, não há comprometimento, são apenas palavras. E particularmente, perdeu para Alckmin o debate a respeito das centrais de energia, em que mostrou estar mal informada, ao contrário do candidato tucano.
APesar do debate morno, o presidente Lula jogou pelo ralo sua chance de vencer no primeiro turno, as pesquisas indicam sua queda vertiginosa. E isto é uma boa notícia.
Pequenas Considerações de um Grande Eleição
Posto aqui com o meu contumaz atraso minhas últimas observações sobre as eleições de Domingo. Tempo livre é um luxo que este escevinhador não dispõe, é necessário então ajeitar as melancias com o andar da carruagem. Mas vamos lá, segue abaixo minhas últimas considerações sobre a disputa, nacional e estadual.
sábado, setembro 23, 2006
A KGB de Dirceu
A neblina vai se dissolvendo e as práticas do Partido dos Trabalhadores ficam cada vez mais nítidas. Descobriu-se agora que José Dirceu, homem forte do governo Lula - que continua exercendo livremente seu poder - esteve à frente da criação de uma equipe tática para serviços de monitoramento e levantamento de dados de adversários políticos. Falando claramente, espionagem para fabricação de provas, sujeira política. Cid Benjamin, do PSOL relata em seu blog uma conversa que teve com Dirceu no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2002. Na época, Dirceu disse que estava montando um serviço secreto dentro do PT, subordinado a ele próprio. Essa conversa aconteceu em Fevereiro, um mês depois do assassinato político do prefeito Celso Daniel, também do PT. Fica claro agora de onde surgiu o "dossiê" contra Serra. Só não está ainda claro a origem dos dólares apreendidos pela Polica Federal para a compra do dossiê. Mas especialistas já afirmaram que trata-se de tubarão grande. Colarinho branco.
Felizmente neste caso a coisa teve efeito reverso. A última pesquisa do Ibope mostra o crescimento da Geraldo Alckmin e uma ligeira queda de Lula. Já se cogita a possibilidade de segundo turno.
E Lula, terá a coragem de ir ao debate da Globo na terça?
E vale novamente lembrar, onde está a indignação dos estudantes com todos estes fatos? Nenhuma palavr até agora. Tirando as bobagens que teorizam sobre golpe branco, a UNE cala e consente. Que vergonha!
Tenho que parar por aqui, isto é de uma nojeira tão grande que sinto-me enojado em ter que descer a um nível tão baixo quanto desta camarilha. Muito cuidado agora, na semana que vem teremos eleições, e as instituições democráticas podem e devem garantir o processo democrático de forma clara e transparente. As feras estão soltas, por muito menos Collor foi deposto. Eles não vão entregar de bandeja o que levaram vinte anos para conquistas. Esse pessoal é deveras perigoso, isto já está comprovado. Mas como já disse antes, resistamos.
Felizmente neste caso a coisa teve efeito reverso. A última pesquisa do Ibope mostra o crescimento da Geraldo Alckmin e uma ligeira queda de Lula. Já se cogita a possibilidade de segundo turno.
E Lula, terá a coragem de ir ao debate da Globo na terça?
E vale novamente lembrar, onde está a indignação dos estudantes com todos estes fatos? Nenhuma palavr até agora. Tirando as bobagens que teorizam sobre golpe branco, a UNE cala e consente. Que vergonha!
Tenho que parar por aqui, isto é de uma nojeira tão grande que sinto-me enojado em ter que descer a um nível tão baixo quanto desta camarilha. Muito cuidado agora, na semana que vem teremos eleições, e as instituições democráticas podem e devem garantir o processo democrático de forma clara e transparente. As feras estão soltas, por muito menos Collor foi deposto. Eles não vão entregar de bandeja o que levaram vinte anos para conquistas. Esse pessoal é deveras perigoso, isto já está comprovado. Mas como já disse antes, resistamos.
domingo, setembro 17, 2006
Jornalismo Marrom
Credibilidade é o maior patrimônio para aqueles que fazem jornalismo, seja ele em qualquer meio. A credibilidade é um valor que custa um tempo considerável para se solidificar, mas apenas em um momento pode ser abalada para sempre. A revista IstoE desta semana é um bom exemplo disso. Se a revista possuia alguma credibilidade, ela está seriamente abalada devido a sua reportagem de capa de sua última edição desta semana. Nela, a revista IstoE acusa de forma leviana e irresponsável o candidato favorito ao governo de São Paulo José Serra de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Não deu nem tempo para os primeiros paladinos da moral e da ética começarem a esculhambar o tucano e iniciar dua detração pública. A malhação de Judas foi abruptamente interrompida devido à descoberta de todo o jogo sujo que envolveu esta operação. O suposto dossiê dos Vendoin consistia em algumas fotos e filmagens em que Serra, na época Ministro da Saúde, aparecia em uma entrega de ambulâncias ao lado dos donos da Planan e de deputados envolvidos com o esquema. Nossa!!! Peguem as pedras!! Iniciemos o espancamento moral de Serra, que na verdade estava apenas cumprindo com sua função. Não havia exatamente NADA no dossiê que pudesse incriminar Serra. Então porque o PT resolveu pagar 2 milhões por ela? Porque precisava de algum catalizador para esquentar as eleições em São Paulo, em que Aloisio Mercadante está levando uma verdadeira lavada de Serra. E como o PT já dá como certa a reeleição do apedeuta, tenta agora conquistar o poder no principal estado da federação.
E para isto usou de procedimentos mais sujos de nossa política. Produz provas falsas e antes que o candidato pudesse nega-las e mostrar que não haviam provas que sustentassem as bobagens da reportagem, o estrago na reputação do coitado já estaria feito. Quem não lembra do caso Eduardo Jorge? E do caso Lunus, envolvendo Roseana Sarney no Maranhão em 2002, justo na época em que a filha de Sarney aparecia como favorita na disputa presidencial? O PT tentou de todas as formas pautar a mídia, inclusive com a tentativa de criar um tal de Conselho de Jornalismo que se encarregaria de policiar a mídia. Não obteve sucesso. Tenta agora, da mesma forma que comprou o congresso, comprar a opinião pública através de financimantos com dinheiro público em o que chamam de "Mídia Independente". Aliás, cada vez que você ouvir o termo indepente, imparcial, isento,saia correndo, pois esta gente é deveras perigosa. E é lógico que somente os amigos do rei seriam beneficiados por esta medida. A última revista que utilizava-se do slogan "Independente" acabou de vender uma matéria de pura pilantragem para o PT. Domingos Azulgaray, diretor da Editora Três responsável pela revista IstoE, desmentiu todos os boatos e informou que a reportagem era de cunho estritamente jornalístico. Bem, para quem leu a matéria e possui um mínimo nível de discernimento viu que jornalismo era a última coisa que se viu naquela reportagem. Ou jornalismo marrom, podre mesmo. Sacanagem pura. Na semana passada, a IstoE noticiava em sua capa a excelência da Policia Federal, como exemplo de administração pública nos últimos anos, ou seja, desde o início do governo Lula. Sópara lembrar, o que a PF tem feito é muito mais marketing do que ações concretas, e os escândalos de corrupção no congresso jamais tiveram sua denúncia pela PF, como os petistas querem fazer crer ( "nunca se investigou tanto a corrpção neste país" ), mas sim de denúncias de antigos aliados.
Já era possível ver que a IstoE estava se tornando um tentáculo petista na mídia. Já nem falo de Carta Capital e Caros amigos, recheadas de anúncios de empresas estatais em suas páginas. Na internet, a Brasil Telecom, dona doportal IG, tem o maior acervo de petistas da rede. Até José Dirceu tem um blog. Além dele, Paulo Henrique Amorim, Tão Gomes Pinto, Ricardo Noblat ( o "isento" da hora ). Curiosamente, estes foram os primeiros a noticiar a "reportagem" da IstoE, num tom falsamente imparcial. Vamos esperar a apuração dos fatos, não podemos incriminar ninguém agora. E não poderiam jamais, pois sabem que as denúncias são falsas. Entenderam a malandragem da rapeize? Até ficar provado a inocência de Serra, as eleições já terão acabado mas os "isentos" noticiarão que nada ficou provado contra Serra, mas ai será tarde demais. Fazem o jogo sujo do petismo. Só não acredito que sej gratuitamente. A IstoE mostra que não. E esperem ainda novas bobagens. Temos ainda as colunas de Luiz Fernando Veríssimo, Beatriz Fagundes, esta indiada aqui dos Pampas que não cansa de falar bobagem.
Foram longe demais, o que vimos neste final de semana foi um verdadeiro ataque à democracia, às instituições ( descobriram grampo nos juízes no STF). Estão se apropriando da mídia, queram a opinião pública de joelhos, estão criando a Novilíngua petista. ( Leiam George Orwell). Não devemos aceitar este procedimento vil em nosso meio. Não podemos concentir com a safadeza, a política salafrária, o jornalismo marrom, o denuncismo incriminatório. O que tivemos nestes dias foi a prova do relações de comprometimento da mídia com o petismo. E isto é grave, muito perigoso.
Resistamos.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Democracia atropelada
Completam-se hoje cinco anos dos atentados terroristas patrocinados pela Al Qaeda contra os Estados Unidos, culminando com a colisão de dois aviões contra as torres gêmeas doWord Trade Center, um contra o Pentágono e outro que supostamente direcionava-se para a Casa Branca.
O mundo nunca mais será o mesmo, profetizavam alguns. O mundo todo eu não sei, mas os aeroportos, com certeza nunca mais foram . Mas o que me chamou a atenção foi a reação de grande parte da esquerda brasileira e mundial. A reação deste pessoal beirou a canalhice pura e absoluta. Tão logo as torres começaram a arder em chamas, estes pseudo-especialistas, com espaço nobre na mídia "independente e imparcial" iniciavam sua s análises: "Realmente é um absurdo, mas..." e daí pra frente dava-se o maior acúmulo de bobagens já visto. O "mas" era a senha. Valia de tudo. Estava liberada toda e qualquer distorção dos fatos, desde que estes incriminassem o grande vilão da história, o império do mal, o lado negro da força, o imperialismo norte-americano. Palavras contra os terroristas? Quase nada. Eram tratados como moleques levados que haviam praticado alguma traquinagem.
Cinco anos depois, a situação é ainda pior. Sim, pois em 2001 ainda que mesmo forçadamente, transmitiam algum pudor, algum respeito pelas vítimas. Hoje, nem isso. Numa data que deveria ser lembrada como um dos piores ataques á democracia no mundo, muitos colunistas se furtaram inclusive de pautar o assunto em suas colunas. Beatriz Fagundes, militante ardorosamente petista que possui uma coluna no jornal O Sul, preferiu comentar a sua interpretação peculiar da carta aberta de FHC. Quanta bobagem. Ela realmente acredita que FHC quer voltar à mídia? Justo ele, um dos poucos intelectuais políticos brasileiros com respaldo suficiente para uma carreira no exterior? E referente ao tema,nada. Nenhuma palavra. Pior fez a MTV americana, que em um anúncio misturou alhos com bugalhos. Explico. Exibia-se um anúncio com as Torres pegando fogo ao fundo, e em primeiro plano revezavam-se um menino pobre, um pedinte aidético e um sem teto. Junto com a foto destes aparecia um explicativo com os dados mundiais referente a sua tragédia, efetuando um comparativo com os números de mortos no Word trade Center. Logicamente, o número dos primeiros era bem maior. E a conclusão do anúncio era o pior. O mundo declarou guerra ao terrorismo, porque não declara guerra também contra a ( nome da calamidade). Existe manipulação maior? Talvez. A comissãode direitos humanos americana distribuiu um folheto em que comparava a democracia americana com a islâmica. num surto psicótico violento, consegue por no mesmo patamar a NBC e a Al Jazhira. Gostaria de ve-los questionando a "democracia" nos países do oriente médio. Ah, mas a cultura é diferente, dizem alguns. Então, que não se façam mais comparações.
Não sou, como pode parecer, um ferrenho defensor da guerra, daqueles que acham que o mundo se divide entre o bem e o mal. Mas faz-se necessário postar aqui esta lembrança desta fatídica data, em que uma nação foi humilhada em dobro. Primeiro, pelos seus inimigos e depois por parte de seu próprio povo, que teve a liberdade de criticar sua pátria mãe e conseguiu faze-lo justamente pela cultura libertária e aos valores democráticos que seu país possui e defende.
E no Brasil, o PCC já está fazendo a festa, pautando inclusive a maior emissora do país.
Um minuto de silêncio para ambos.
quinta-feira, setembro 07, 2006
Lula - Uma decepção nacional
Eu pensava em escrever este artigo no dia das eleições. Mas com o resultado da última pesquisa do Datafolha que confere ao presidente Lula inacreditáveis 51% de intenções de votos na pesquisa induzida, e 41% na espontânea, significando que a imagem do presidente está fortemente presente na memória do eleitor, me senti na obrigação de fazer um mea culpa. Afinal, o máximo que posso fazer a respeito disto é expressar minha incredulidade e indignação nestas linhas mal escritas.
Muitos analistas e a mídia especializada em geral vem divulgando esta como uma das eleições mais monótonas e com fraca participação popular do Brasil desde a redemocratização. A apatia geral da população tem origem no desencantamento desta para com os dos políticos brasileiros. Discordo. O brasileiro realmente nunca se interessou muito por política, mas o resultados das pesquisas de opinião mostra que o brasileiro absolve o presidente Lula, pois lhe confere vitória esmagadora, Então, é necessário questionar-se porque o presidente merece tanto respaldo. Vamos tentar analisar os fatos.
Quando Lula venceu as eleições em 2002, criou-se um grande clima de expectativa em relação ao futuro governo. Aos que acreditavam nas promessas do ex-sindicalista, gerou-se grande apreensão. O mercado financeiro torcia o nariz e o dólar bateu perto de R$ 4,00 e o risco país atingiu 2.440 ( hoje em pouco mais de 200 pontos). Mas Lula tinha importantes aliados na mídia que encarregavam-se de escrever a fábula do “operário” ( alguém lembra a última vez em que Lula realmente trabalhou na vida?) que chegou ao poder. Na presidência Lula logo deu sinais de que jamais levaria adiante todas as promessas que fizera ao longo de 12 anos de campanhas presidenciais. E o mercado financeiro de opositor passou a aliado do governo, batendo recordes de lucratividade ano após ano no governo petista, que ao comando de Antonio Palloci na Ministério da Fazenda e de Henrique Meirelles no Banco Central ( filiado ao PSBD na época) e mais uma infinidade de técnicos do próprio PSDB que ajudaram a manter a economia nos moldes do governo anterior, o presidente conseguiu manter relativa estabilidade econômica no início do seu mandato.
O aparelhamento do Estado foi uma forte marca do governo Lula, e de todos os governos petistas em geral. O loteamento de cargos essencialmente técnicos eram preenchidos de forma totalmente corporativista. E a mídia amiga, como diria Rogério Mendelski, dava ampla e parcial cobertura ao presidente, e mais do que isso, ainda patrulhava qualquer tentativa de desestabilização do governo, por qualquer um que fosse, que logo seria acusado de reacionário, direitista, ditador e outros adjetivos menos qualificados, pois eram meros despeitados que não se conformavam com a “chegada do povo ao poder”. Somado a isto, deve-se levar em conta também que o PT mantém e sempre manteve relações carnais com movimentos ditos sociais ( MST, MLST, etc), sindicatos ( CUT ) e com os estudantes ( UNE ).
Este era o cenário no início do governo Lula, democracia consolidada, economia estabilizada, apoio dos principais movimentos sociais de trabalhadores e estudantes, ampla cobertura e apoio da mídia, cenário econômico internacional favorável e finalmente, maioria do congresso com a adesão do PMDB ao governo. Enfim, reuniam-se ali todas as condições para o governo Lula definitivamente entrar para a história como um governo de reformas e realizações. Infelizmente, não foi nada disto do que aconteceu
A destruição da Fábula
O Governo do PT passou incólume durante seu primeiro ano, o presidente Lula era só sorrisos, bravatas e metáforas futebolísticas. No início de 2004, começaram a respingar na virginal ética petista os primeiros escândalos de corrupção. Era o caso Waldomiro Diniz, assessor, braço direito e amigo pessoal do homem forte do governo, José Dirceu. Waldomiro fora flagrado com câmeras de vídeo achacando o bicheiro Carinhos Cachoeira, negociando o favorecimento em concorrências, em troca de propinas e contribuições para campanha eleitorais. Dirceu chutou Waldomiro pra escanteio e Lula apaziguou a situação. Mal sabia ele que muito mais estaria por vir. Junto a isso já era perceptível a farsa do Programa Fome Zero, o programa carro chefe da presidência, muito mais alicerçado em uma estratégia de marketing do que em realizações efetivas.
A esta altura o presidente Lula já tinha como aliados figuras de reconhecida idoniedade na história política do Brasil, tais como José Sarney, Renan Calheiros, Valdemar Costa Neto, Jader Barbalho, Roberto Jefferson, etc. Este último,como sabemos todos, foi o grande deflagrador do maior escândalo de corrupção da história moderna da nossa república. Era o mesmo deputado que pertencia a chamada “tropa de choque” do ex-presidente Fernando Collor de Mello, e que Lula afirmava que assinaria um cheque em branco. O fato é que Roberto Jefferson colocou o governo Lula de joelhos perante a opinião pública. Conhecedor de todos os mecanismos de Brasília, Roberto Jefferson desnudou o presidente, pautou o governo e mandou ; “Sai daí, Zé ( referindo-se a José Dirceu), que dias depois, pediu demissão, a contrário do que Lula mentiu no Jornal nacional ao afirmar que demitira Dirceu e Palocci.
O governo virou uma caricatura de si mesmo. Logo o governo que vomitava a palavra ética em todos os discursos se vê em voltas de escândalos do compra de deputados, com o marqueteiro oficial do partido Duda Mendonça confessando o caixa dois, as contas em paraísos fiscais. Milhões jorrando das contas do Valerioduto do Banco Rural, deputados petistas envolvidos até o pescoço com falcatruas, assesores flagrados com dinheiro escondido em roupas íntimas, a lista de crimes era interminável. E o presidente totalmente perdido no oceano de denúncias, nada sabia. Nunca o governo esteve tão fragilizado, mas a oposição foi covarde, achando que se deixasse Lula sangrando, desacreditado, as eleições de 2006 seriam favas contadas. E o PSDB errou sim ao não punir o senador Eduardo Azeredo comprovadamente envolvido com a caixa dois financiado por Marcos Valério.Não, não era a mesma coisa, mas o partido tinha a obrigação de dar o exemplo em um momento em que a estrutura política brasileira se encontrava tão fragilizada.
Claro que é muito fácil apontar hoje os erros cometidos um ano atrás. Mas a oposição teve todas as condições para pedir o impeachment do presidente, e não o fez por oportunismo exagerado e desnecessário. Por muito menos Collor foi deposto. PC Farias e Paulo Okamoto, que pagou dívidas do presidente com recursos sem origem comprovada, tem mórbida semelhança.
O resultado é o que temos hoje, com Lula superando o PT em credibilidade e se credenciando para mais quatro anos no poder. Lula é ignorante, não gosta de ler, tem pouco estudo e certa antipatia por intelectuais. Mas não é burro. Está a frente hoje de uma máquina de esmolas, distrubuídas indiscriminadamente entre diversos segmentos da sociedade. Aos mais pobres, o bolsa família, antigos programas sociais de FHC unificados em um só, com a desvantagem de este ser um programa de mera distribuição de recursos, sem uma perspectiva de crescimento. Aos estudantes o Prouni, programa que distribui bolsas a estudantes sem levar em consideração a qualidade da instituição de ensino, criando no futuro uma massa de encéfalos ( esperem pra ver ). O presidente jacta-se também de aumentar o número de empregos, manipulando descaradamente os números do CAGED, que teve sua base de cálculo modificada. Pois é, nem ao menos agora o presidente tenta ser ético. Na economia também vamos mal, o Brasil tem um crescimento econômico pífio, e isto sem enfrentar qualquer crise econômica com enfrentou FHC ( Tigres asiáticos, México e Rússia). E não para por aí, Podemos falar nos gastos absurdos para o avião presidencial, na mal sucedida missão do Brasil impor-se como líder da América Latina, sendo frustado por Chaves, no desrespeito boliviano roubando a Petrobrás, onde tivemos um presidente absurdamente passivo.
Então, eu pergunto, porque Lula será reeleito? Porque espertamente COMPROU nossas consciências, seja com bolsa-família, com Prouni, com o aumento no último ano do salário mínimo, com o aumento do funcionalismo público, fomos todos comprados e não estamos nem um pouco preocupados com isso. Tanto que vamos absolver o presidente nas urnas, com o argumento do velho “ rouba, mas eu ganho com isso”. Os que desiludiram-se agora cantam aos quatros ventos que todos são iguais. Não são não. É a hora de distinguir melhor as coisas, menos preguiça mental e menos comodismo. Teremos quatro anos de Lulismo pra pensar melhor nossos erros. Se o eleitor não aprender até lá, não aprende mais. Ou muda agora, mas não é o que o Datafolha indica.
quarta-feira, agosto 23, 2006
Yeda Crusius
Parece-me a mais preparada para o cargo que postula. Com postura séria mas incisiva, Yeda afirmou que promoverá mudanças estruturais para lidar com a crise do Estado. E isso é fundamental para o momento em que estamos vivendo, mas a candidata precisa expor com mais clareza quais seriam estas reformas. Teve embates com o governador Rigotto e não aceitou ser vinculada ao governo anterior, que tinha como vice Antonio Holfeld, que era de seu partido e agora está no PMDB. Teve ainda que debater com o inexpressivo Robaina que afirmou que a candidata jamais teve que conviver com o slário de 600, 700 reais que recebe um professor. Yeda afirmou que trabalha desde os 16 anos quando seu pai perdera todos os bens. Está ganhando muitos votos de Rigotto, mas dificilmente ganhará os de Olivio. Por isso a briga pelo segundo turno se dá entre Yeda e Rigotto. Yeda precisa ainda destruir a imagem de arrogância que lhe foi injustamente atribuída, e revelar sua personalidade de administradora competente e dinâmica, capaz de conduzir o Estado numa de suas etapas mais difíceis de sua história.
Roberto Robaina
Roberto Robaina ainda é um militante estudantil. Exibe o discurso fácil contra a globalização e o neoliberalismo como responsáveis pelos problemas da nação. Prometeu que se eleito irá criar uma nova empresa de transporte na região metropolitana. Afirma que o Estado terá maior arrecadação se fiscalizar mais e punir os empresários corruptos que financiam os grandes partidos. Esquece que os maiores escândalos de corrupção sempre envolveram empresas estatais. E alguém precisa avisá-lo que para expor uma idéia e ser convicente não é necessário falar em um tom alto. Soa desreipeitoso. Tenta sem sucesso vincular sua candidatura à de Heloisa Helena. Quando questionado sobre com que quadros o PSOL governaria o Estado, mudou de assunto e continuou o seu discurso vazio e que não cola mais, como bem lembrou Yeda.
Olivio Dutra
O candidato do PT ao governo agora é um homem tranquilo. Nada lembra do candidato que criticava o privatismo de Britto e que colocou a Ford para fora a pontapés do Estado. Terá sido a sua discreta participação no Minsitérios da Cidade? Ou os escândalos do seu partido? O fato é que Olivio criticou sim o atual governo Estadual, mas de forma branda. Disse estar preparado para o desafio de voltar a governar e que as interpéries da natureza que o governo Rigotto foi vítima fazem parte da vida pública e que ele não tem medo de administrar o Estado nestas circustâncias. Para vencer, Olivio terá que ganhar eleitores qie não são do PT. Ele já está no teto de eleitores petistas que votariam em qualquer candidato da sigla. O velho exemplo do galo missioneiro parece esgotado. Vai ter que criar novos factóides e não poderá usar a confortável situação de culpar o governo federal por tudo. E não deve cair na falácia de atrelar a imagem do presidente Lula à sua, o que funcionaria bem no Nordeste, mas aqui no Sul não lhe traria votos.
Germano Rigotto
Germano Rigotto foi o alvo preferido dos adversários, o desgaste de ser governo e liderar as pesquisas de opinião contribuiram para isso. Foi questionado sobre a crise financeira do Estado. Cavalheiro, novamente lembrou a estiagem que destruiu a agricultura gaúcha em 2005, mas vai precisar mais do que isso para manter-se na dianteira. Rigotto cometeu o pecado de não informar à população o rombo nas finaças públicas na época de sua posse. Tem ainda parte do empresariado que não aceitou o tarifaço promovido pelo seu governo no aumento da alíquota de ICMS. Tenta manter o estilo agregador característico de sua campanha, mas a crise do Estado vai acabar falando mais alto. Pode perder votos para Yeda, que está acesdente nas pesquisas eleitorais.
Francisco Turra
Edison Pereira
Outro que não faria falta se estivesse ausente. Não é preconceito, mas um debate deve primar pelo interesse do eleitor, e que interesse o eleitor tem na candidatura dele? Mas Edison Pereira veio armado pro debate. Provocou os adversários Rigotto, Olivio e Yeda. Desceu a pau no debate eleitoral "vazio" na sua opinião. Prometeu também rever todos os contratos das concessionários de pedágios e prometeu um calote nas mesmas. Não estava para brincadeira, não.
Beto Grill
Alceu Collares
Raposa velha, cancheiro, peleador, não faltam adjetivos à Collares. O candidato do PDT é dono das melhores tiradas no debate. Provocando risos na platéia e nos próprios candidatos, Collares discursou à vontade sobre o que quiz, "É o negão que fala agora, né?" teria dito mais ou menos desta forma para Roberto Robaina. Insistiu no PIB do Estado, que teria maior crescimento no seu governo . Não foi questionado profundamente sobre seu governo, pois é considerado fora da disputa pelos adversários em razão da sua fraca intenção de voto nas pesquisas.
Debate TVCOM
O debate promovido ontem à noite pela TV COM no Teatro da AMRIGS não teve qualquer situação que merecesse algum destaque, ou que se diferenciasse dos debates políticos já realizados em outras épocas. O politiquês continua dominando a pauta dos candidatos e é quase impossível arrancar alguma informação que possa ser útil ao eleitor. Existem candidatos que têm os números na ponta da língua, o que não quer dizer muita coisa. Primeiro porque o eleitor dificilmente nota a diferença entre afirmar que certo projeto custou 10 ou 100 milhões. E outra que números e estatísticas lançados ao ar podem e são facilmente manipuladas de acordo com o desejo do interlecutor. Já outros candidatos simplesmente usam o tempo que lhes é disponibilizado para fazer discurso em frente às câmeras, ignorando solenemente o que lhe foi perguntado. Respostas pragmáticas e objetivas então, nem pensar.
Por isso que a repercussão do Jornal Nacional tem sido positiva. Os jornalistas ao questionarem os candidatos à presidência o fizeram e exigiram respostas claras, diretas e objetivas. E selecionaram perfeitamente as perguntas para cada um dos candidatos, como a crise da segurança em São Paulo para Alckimin, os escândalos de corrupção no governo para Lula, o "conteúdo programático" do partido para Heloisa Helena, etc. Finalmente o brasileiro conseguiu assistir a um jornalismo sério e implacável com os políticos, como sempre deveria ocorrer. Os 10 minutos, que depois viraram 12 no Jornal Nacional custou bastante aos candidatos, que acharam que ganhariam um tempo privilegiado de exposição na mídia gratuitamente. O tempo eles ganharam, mas tiveram que pagar o preço.
Mas voltanto ao debate político dos candidatos ao Piratini, posso apostar que no horário político dos candidatos o partido os elevará a vencedor do debate. Nada de novo no front. De qualquer forma, vale destacar que a proposta de um debate político é sempre interessante e é preciso considerar os devidos méritos ao atual governador Germano Riggoto, que não se furtou de comparecer ao debate mesmo sabendo que seria o principal alvo de críticas dos adversários. Um exemplo para Lula, que não comparece ao debate alegando que em 98 Fernando Henrique fez o mesmo ( e foi criticado por este mesmo Lula), e ai Serra não comparece ao seu debate porque Lula não vai ao seu, e assim vão prejudicando o eleitor. É assim que querem ser democraticamente eleitos?
Mas é sempre interessante assistir a um debate político. Faço o comentário a seguir.
quarta-feira, agosto 09, 2006
A Propósito
Exerça sua Cidadania: Fiscalize!!!
Ao invés de você ficar praguejando contra os políticos brasileiros, chamando todo mundo de ladrão, corrupto e safado, enquanto você sequer lembra em quem votou nas últimas eleições. Prefira exerce rsua cidadania, fiscalize. A Internet cada vez mais nos oferece ferramentas para isso. E uma destas ferramentas é a bela iniciativa do site Transparência Brasil, que disponibilizou em seu site o link Excelências, que reúne o perfil de cada candidato a Deputado Federal, através de uma síntese da história do parlamentar através de bancos de dados públicos. Já há dados do Rio Grande do Sul para conferência. Entre os dados disponíveis, estão breve histórico político do candidato, declaração de bens à Justiça Eleitoral, Presença em Plenário, Uso de verbas de Gabinete, Emendas apresentadas e financiadores de campanha. Mas o melhor é a disponibilização dos processos que os parlamentares estejam envolvidos.
Vale a pena dar uma conferida. Não dói nada.
Obs: Bem que o site Transparência Brasil poderia dar a mesma publicidade ao fato de um de seus membros, Emerson Kapaz, presidente do Instituto Brasileiro de Ética, ter sido citado com envolvimento na Máfia dos sanguessugas.
Segue o link para consulta.
http://perfil.transparencia.org.br/
Assinar:
Postagens (Atom)