Não dá pra falar do Rio sem falar das favelas. Também pudera .A cidade é cercada de morros, por todos os lados. E praticamente em todos há favelas. A Secretaria de Segurança Pública do Rio estima que sejam superior a 600, com mais de um milhão de moradores. Só para efeito de comparação, Porto Alegre tem um pouco mais de 1,5 milhões de habitantes. A favela é uma (triste) realidade, mas já existem muitos que se dizem humanitários e usam a favela como alicerce para suas pretensões, sejam elas quais forem. Semelhante ao que Lula faz com os pobres e os Coronéis do Nordeste em relação a seca. Acredite se quiser, mas existem até mesmo uma Federação dos Favelados do Rio e a Central Única de favelas ( CUFA), esta última ficou conhecida nacionalmente devido à promoção do rapper MV Bill. Minha singela e modesta opinião é que um país, estado ou cidade que possua uma central ou federação de favelas deveria se envergonhar. Porque não dá pra fantasiar e fazer da favela um lugar mágico, é preciso sim criar condições de mudança naquele local, tornando-o digno aos seus moradores. Agora não venham dourar a pílula. E pra quem tem dificuldade em entender, não critico os favelados e sim a situação de um país que obriga sua população a morar em uma favela.
A mais recente novidade nas favelas foi a ocupação destas por milícias, grupos de policiais que assumem o controle da favela ao expulsarem os traficantes do lugar. Não é preciso dizer que a milícia é ilegal, operando à margem da lei. A milícia divide opiniões. Os favoráveis agradecem pelo fim do tráfico de drogas na região. Os contrários afirmam que só mudaram os donos do lugar, mas a usurpação continua. E quem afirma isso tem razão. A receita dos traficantes não se restringe ao comércio de drogas ( mesmo sendo esta ainda sua principal fonte de renda). O tráfico também executa todas as tarefas que caberiam ao estado ou à iniciativa privada dentro da favela. Entrega de gás, Instalação de TV a cabo ( gato ) , Instalação de Energia Elétrica ( gato), Transportes de passageiros através de Vans que sobem o morro ( lógico, pois são do próprio traficante). Todos estes serviços acrescido ainda da taxa de proteção que é cobrado do comércio local, geram uma considerável receita que já despertou interesse de outros setores da sociedade, como a milícia, que continua executando e cobrando pelos serviços que antes eram restritos ao tráfico.
Já há algum tempo existe um serviço digamos assim, um tanto quanto incomum destinado aos turistas. Censurável na minha opinião. Trata-se do Favela-Tour, que é oferecido como passeio turístico na favela da Rocinha. Por R$ 50,00 por pessoa, você entra em um jipe, tal como se fosse a um Safári na savana africana e efetua o passeio, com direito a parada na casa da D. Maria, passeio por entre as ruas do bairro, Parada no Largo Boiadeiro e Galpão da Escola de Samba. Salienta-se que para visitas à creches, escolas ou associações de moradores é obrigatório doações aos locais visitados. Suponho que tudo previamente acertado e autorizado com o tráfico local, que deve receber sua parte. E os gringos se fartam, não bastam apenas o Maracanã, O Corcovado, O Cristo, as praias, não mesmo. Imagine a sensação de mostrar aos amigos aquelas fotos emocionantes das favelas cariocas e aqueles pessoas que..coitadas!...moram naquelas condições! Ou então aquele típico turista riponga com o cartão de crédito dos pais que vai inclusive confeccionar um pôster do passeio para mostrar e chocar seus parentes burgueses e caretas das mazelas do neoliberalismo. Engraçado, se não fosse trágico. Sério, pessoal, existem limites para tanta canastrice. É o que eu falo quando digo que existem gigolôs de favelas.
Rio em números
12 pacotinhos de Spidufen 600mg
14 comprimidos de Cataflan
02 comprimidos de Cefalexina
01 tratamento de canal
01 batida policial
00 Assaltos
00 favela-tour
64 litros de cerveja/chopp ( estimativa)
25 águas de coco
314 fotos ( 150 apenas do Maracanã)
06 dias de chuva ( sem contar as esporádicas )
3,5 Kg areia trazidos da praia grudados no corpo
2 Kg a mais no peso
208 páginas lidas do Livro Neve de Orhan Pamuk
∞ Abraços de agradecimento pela hospitalidade carioca
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25 águas de coco
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06 dias de chuva ( sem contar as esporádicas )
3,5 Kg areia trazidos da praia grudados no corpo
2 Kg a mais no peso
208 páginas lidas do Livro Neve de Orhan Pamuk
∞ Abraços de agradecimento pela hospitalidade carioca
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