segunda-feira, outubro 30, 2006

Yeda Governadora. Hora do PSDB solidificar-se no Estado


Yeda Crusius a partir de 1 de janeiro de 2007 passa a ser a primeira governadora do Estado do Rio Grande do Sul. E não foi fácil, a diferença entre Yeda e Olivio vinha caindo assustadoramente nas últimas semanas. A diferença, que no início do segundo turno era de 30 pontos percentuais, ficou apenas em 8 pontos na apuração.

Estes dados mostram que o PT continua vivo e forte no Estado. O segundo turno finalmente conseguiu mobilizar novamente a militância petista, que desapreceu no primeiro turno. Eles voltaram, e estão cada vez mais raivosos, utópicos e mentirosos. Basta olhar o nível da campanha de Olívio no segundo turno. Não espero que os candidatos sejam propositivos e a campanha seja mera divulgação de propostas, isso não existe. Disputa eleitoral também é o embate entre filosofias políticas antagônicas, e a melhor expressão disto foram os debates entre os vices Jussara Cony e Paulo Feijó. Mas a campanha de Olivio pegou pesado. Tão logo foram apuradas as urnas no primeiro turno e o PT reinicou sua campanha, espalhando calúnias sobre a candidata Yeda. Primeiro, foram as acusações levianas de que Yeda pretendia privatizar o Banrisul, escondendo covardemente da população a lei que impede este ato unilateral por parte do executivo. Depois vieram com as acusações de que Yeda era paulista, como se o fato de ser paulista fosse algum desagravo à moralidade gaúcha. E as respostas do PSDB não foram suficientes, o partido não tem a articulação política do PT aqui no Estado. Se não é verdade, onde estavam os militantes tucanos na feira do livro, na véspera da eleição. Ou mesmo na esquina democrática? Já os militantes petistas infestavam aos montes as ruas com suas legiões de seguidores da moral paulobetiana, e cultuavam o enfiarus a manus nas merdests, o novo dogma petista.

Apesar disso, a insatisfação dos eleitores gaúchos com o último governo da frente popular no Estado, principalmente no interior, levaram a candidata tucana ao Piratini, que aliás que não será a morada da governadora, conforme anunciou. Yeda agora iniciará a transição com o governador Rigotto, que deve ser tranquila e transparente, até pelo carácter de Rigotto.

Agora também vem a parte maquiavélica da coisa, a divisão dos cargos, das secretarias no Estado. A formação original, PSDB, PFL e PPS, foi reforçada com outra dezena de partidos. Mas vale lembrar que o PMDB opoiou oficialmente a candidatura de Yeda, mas não o fez com muito entusiasmo. Hermes Zanetti mostrou o quanto estava afinado com o partido ao apoiar Olivo Dutra. O que o PMDB teme é que o governo de Yeda fortaleça o PSDB gaúcho, que comparado a outros Estados, não possui a mesma força. O PMDB teme agora que a polarização PT x PMDB no Estado fique enfraquecida, pois o PSDB tem as condições de assumir este posto. Vale lembrar ainda que Germano Rigotto permaneceu neutro na disputa, o que é simplemente lamentável esta postura escolhida pelo governador. O PMDB de forma geral foi bastante tímido em seu apoio a Yeda Crusius, diferentemente do PTB, que realmente engajou-se na disputa com sua militância. Pouco votos migraram de Rigotto para Yeda no segundo turno, exceto aqueles qeu haviam migrado naturalmente no primeiro.

Desafios não faltarão para Yeda, o Estado tem sérios problemas orçamentários, problemas para honrar suas dívidas, na agricultura e no setor coureiro-calçadista. Além de promover o desenvolvimento econômico do Estado e sua atratividade para investimentos. E terá que negociar com a União a dívida do Estado. Por isso desejo aqui que Yeda consiga fazer o governo que este blog vem esperando, colocando o Rio grande do SUl novamente no topo do desenvolvimento econômico, em educação, ìndices de Desenvolvimento Humano, tornando o Estado própero para todos como almejamos.

A Derrota anunciada


A derrota já era esperada. Geraldo Alckmin perdeu para Lula a disputa presidencial, e perdeu por larga desvantagem, 61% a 39%. Creio não ser esta a melhor hora de se fazer terra arrasada, mas todos os críticos do PSDB apontavam os mesmos erros na campanha de Geraldo Alckmin, campanha esta que se mostrou insuficiente para reverter a vantagem que possuia o presidnete Lula, apesar de todos os escândalos do seu governo. Enganam-se aqueles que pensam que Alckmin perdeu eleitorado quando começou a criticar duramente o presidente Lula, ledo engano. O que Alckmin fez, principalmente no debate da bandeirantes, foi um dever ético e moral que todo o cidadão que não admite a ladroagem clamava em sua defesa.

Lula de novo, com a culpa do povo, esta foi a melhor frase que li nas análises sobre o segundo turno, o autor da mesma é o Reinaldo Azevedo, atualmente o melhor articulista político do país. E o povo escolheu Lula novamente, indiferente às denúncias de sua candidatura, e optaram em eleger um presidente sub judice. As perspectivas não são boas, o cenário econômico mundial, tão favorável ao presidente nos últimos quatro anos, não deve ter a mesma bonança nos próximos quatro anos, e a equipe econômica de Lula dificilmente suportará crises internacionais profundas, mesmo com as reservas brasileiras batendo recordes.

Resta para o PSDB a nível nacional tentar manter alguma unidade, para não lembrarmos a situação do início do ano, quando Alckmin quase causou um racha dentro do partido devido à sua teimosia em disputar com Serra a indicação do partido. Cabe lembrar que na época, Serra tinha empate técnico com Lula e Alckmin aparecia bem atrás. Algumas decisões simples, racionais não foram tomadas pela cúpula tucana, que escolheu Alckmin como seu candidato, que teve desempenho fraco no Sudeste e pífio no Nordeste. Apenas na região sul Alckmin venceu Lula. E, verdade seja dita, só houve segundo turno graças à pilantragem petista no caso do dossiê contra Serra. Alckmin conseguiu o feito de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro, creio que este fato é inédito.

Se faltou força política para Alckmin vencer Lula, deve-se qualificar este como uma pessoa honesta, digna e responsável, em suma, uma pessoa de bem. Mas foi insuficiente para vencer Lula e seu aparelhamento estatal. Lula e o Pt conseguirsam pautar toda a campanha eleitoral, seja como supostas vítimas do dossiê, na bobagem dos adesivos com quatro dedos, e principalmente nas acusações contra Alckmin de privatista, que infelizmente não foram respondidas á altura pelo tucano, que ao invés de fazer o lógico, ou seja, defender o partido nas questões das privatizações, Alckmin optou em afirmar que não venderia nenhuma estatal em seu governo, chegando a assinar termos públicos para isso. Não precisava assinar nada, era só defender a bem sucedida reforma do PSDB e lembrar que no seu governo elas não seriam necessárias no seu entendimento.

Cabe lembrar, urna não absolve ninguém, mesmo que o TSE venha a absolver Lula continuamos de olho, e qualquer deslize do partido deve ser punido severamente.

Repetindo, É Lula de novo, com a culpa do povo.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Xenofobia eleitoral de um partido desesperado


Causou espanto e até indignação entre transeuntes uma manifestação promovida por alguns militantes petistas na esquina democrática em Porto Alegre, ontem á noite, por volta das 19:45. O acontecimento me foi relatado por uma leitora deste blog ( um dos seis leitores, hehehe), que acompanhou estupefata as palavras de ordem do grupo, todos identificados com bandeiras e adesivos do Patido dos Trabalhadores e da candidatura de Olivio Dutra. Bradavam os mesmos palavras de motivação para seus militantes nesta reta final de campanha, salientando a importância de conquistar votos para o candidato petista. Até aqui não havia qualquer procedimento anormal, visto que esta prática é comum a qualquer partido. O que difere o PT dos demais e esta situação contribuiu para comprovar esta afirmação é a total falta de discernimento, bom senso, ética e moral do partido quando se trata de justificar suas ações. Tudo isto fica em segundo plano se as intenções do partido se sobrepõem a qualquer instuição legal que interfira nas vontades do mesmo. Inflado pelos manifestantes, o orador não se furtou em pedir aos militantes que conseguissem o maior número de votos para o candidato Olivio, viesse de onde fossem os votos. Por isso, a necessidade imperiosa de efetuar bandeiraço e e corpo a corpo nos becos, vielas, nas bocas de fumo, em frete ao presídio central, pedir votos aos traficantes, viciados, bandidos, que na visão maquiavélica do indivíduo não passavam de pobres excluídos sociais. Não bastasse isso ele ainda instigava a população contra a candidata Yeda, que por ser paulista, jamais poderia ser eleita governadora num estado "tradicionalista" como o Rio Grande do Sul.

O desespero do PT, que sabe que é muito difícl reverter a vantagem tucana em menos de uma semana, eleva à décima potência as práticas terroristas e suas críticas contra seus adversários. Chegam ao ponto de serem intrasigentes contra a candidata Yeda, como se ela fosse culpada por ter nascido em São Paulo. A xenofobia contra Yeda não é problema para os petistas, mas sentiram-se todos bastante ofendidos com os adesivos de 4 dedos com uma lista de proibido. Com a diferença de que através de pressão na mídia conseguiram que o TSE proibisse os adesivos. Que pessoal sem senso de humor. Mas as agressões contra Yeda continuam impunes. Verdade seja dita, nenhum partido tem a capacidade de ser oposição e de vestir a carapuça do coitadismo como o Pt, eles são imbatíveis neste quesito.

E vale tudo, até pedir apoio de traficantes. O PT mostra que tem lado e convoca sua base para ir à ruas. Muito instrutivo. Nenhum partido se associa com tamanha desfaçatez com a miséria. Não para combate-la, mas para interagir em seu meio. E é nesse meio que o PT se perpetua, como uma sanguessuga ( ops!) da mente dos mais humildes. Em sua visão política maniqueísta, o partido está do lado do bem, e os outros, obviamente, são o mal encarnado, e por isso não devem-se de furtar-se de qualquer ação para combater o inimigo, pois, logicamente, estão agindo em defesa do povo, e qualquer ato que cometam, por mais errado que seja ( dossiês? mensalão?), são justificados por sua "luta a favor do povo". Por isso que o PT jamais acabará com a miséria, com os favelados, com os humildes. Poderá lhe prestar alguma assistência, visando sempre algum retorno, mantendo sua base eleitoral, mas jamais usará de ações efetivas para combate-la. Encerro com um chavão:

O PT não combate a miséria, socializa a pobreza.

domingo, outubro 22, 2006

Privatizar sim, porque não?


O debate eleitoral no Brasil é tão fraco, mas tão fraco que por vezes desestimula. São tantos idiotas falando bobagens que às vezes é necessário tomar fôlego pra não acabar contaminado pela cretinice. E a patrulha anda solta, vejam vocês. O tema preferido para discussão são as privatizações. Como é possível que um país que postule uma liderança continental ainda esteja preso a questões tão patéticas? Porque Alckmin e o PSDB não assumem sua posição e defendam as privatizações e o governo FHC? Por isso que de cada dez pessoas ouvidas, em torno de sete são contra as privatizações e torcem o nariz para Fernando Henrique. Tivesse os líderes tucanos a coragem para debater e defender seu ex-presidente e talvez esta eleição não estivesse totalmente perdida como está hoje.

Vamos por partes. Se FHC teve problemas no governo, e é claro que os teve, porque deixar o PT pautar a discussão do antigo governo como herança maldita? Herança maldita era a inflação brasileira que FHC conseguiu controlar, primeiro como Ministro da Economia e depois como Presidente da República. E por favor, não me digam que quem criou o plano real foi Itamar, um pouco mais de bom senso. Itamar é um bobalhão, que tentou reativar a produção de, vejam vocês, fuscas. Sinistro, muito sinistro.

Parece-me que até hoje Fernando Henrique não recebeu os devidos créditos por sua realização. Este sim foi um presidente que entrou para a história, ao contrário de Lula que possui esta pretensão e realmente se julga um estadista. Vejam um pequeno exemplo, principalmente para as gerações mais jovens que não conviveram com hiperinflação e Mara Maravilha nos anos 80. Pegue um exemplo de um grande supermercado, que faz uma grande compra de determinado fornecedor, e coloca este produto em promoção nas gôndolas. Suponhamos que ele tenha comprado a 10 e venda-os a 8. Isto mesmo, perdendo hipoteticamente 2 por cada produto vendido. Suicidio? Talvez hoje, mas em tempos de hiperinflação era diferente. O pagamento, normalmente era negociado para 60 dias, mas o estoque era vendido em até 7 dias, até pelo seu preço abaixo de custo. Bastava então aplicar o montante recebido até a data de pagamento, que, através de seu excepcional rendimento devido à hiperinflação cobria o montante do fornecedor a ainda sobrava o lucro. Resumindo, a receita financeira era o grande pilar de sustentação do empreendimento. Então, porque se preocupar em enxugar custos, eficiência, concorrência, gestão profissional? Por isso o plano real desagradou a muito acostumados a ganhar dinheiro fácil. Hoje a concorrência é pautada pelo preço, e nós, consumidores, somos os grandes beneficiados.

Outra sandice é que FHC vendeu o patrimônio nacional aos exploradores estrangeiros do capital internacional e especulativo. Quanto chavão numa frase! Sugiro aqueles que criticam as privatizações que atirem agora mesmo seu celular contra a parede. Isto mesmo, não dá pra ser crítico de algo e ser beneficiário ao mesmo tempo. E outra, trate de fechar sua internet e nunca mais navegue no cyber espaço. O exemplo da privatização da Telebrás é o exemplo bem sucedido do quanto acertado foi a venda de estatais deficitarias que, no controle da inicativa privada, deram uma guinada em sua gestão e tornaram-se empresas saudáveis e lucrativas, gerando empregos e pagando impostos ao governo. Qual a dificuldade de aparecer num programa de Geraldo Alckmin uma pessoa humilde falando ao telefone? Até Lula lembrou que hoje o pobre tem celular. Ainda bem que tem, mas se dependesse dele e do seu partido, ainda teríamos filas de espera de até 2 anos por um celular ( analógico) e talvez alugar um telefone fixo. SI, isto mesmo, aluguel de telefone era um negócio rentável em tempos antigos. Precisava-se tão somente de ter um "peixe" dentro de alguma estatal telefônica para garantir o seu.

Podemos citar mais exemplos, como a Vale do Rio Doce, hoje uma das empresas mais rentáveis e eficientes do mundo, graças ao controle privado. Tivessem estas empresas ainda com controle do governo, a história seria bem diferente. Isto porque o Estado não tem vocação para ser empresário, suas empresas estatais são ineficientes o onerosas aos cofres públicos, e o que é pior, são a fonte de corrupção para os políticos. Bancos estaduais não passavam de caixa forte para suprir eventuais rombos em governos mal administrados. Talvez por isso mesmo muitos ainda defendam as estatais com unhas e dentes, pois perderiam gordas tetas para mamarem. Saliente-se que este processo foi efetuadoatravés de leilão público, de forma clara e transparente.

Com exceção de Luiz Carlos Mendonça de Barros, que desafiou o Ministro Tarso Genro para debater sobre as privatizações, é de uma raridade impressionante pessoas dispostas a defender esta bandeira. Onde estão as pessoas com discernimento e que não aceitam ser pautadas pela mídia petista e manipuladora, que trata da questão das privatizações um tema diabólico. Talvez por uma questão cultural, o brasileiro ainda espere tudo do governo, a exemplo do governo locomotiva da economia de JK e dos militares, os maiores criadores de estatais no Brasil. Desta forma, o governante torna-se, porque não, o "pai dos pobres" como Getulio Vargas, título que hoje Lula quer expropiá-lo.

O Estado arrecada muito e gasta mal. O Estado não me deu nada mais do que um ensino público sem qualidade e uma saúde indecente. Não espero e nem quero mais nada do governo. Tudo o que consigo, pago a muito custo domeu próprio esforço. Só espero que o governo não queira enfiar a mão no meu bolso novamente pra suprir suas ineficiências. Como já disse Diogo mainardi brilhantemente em uma coluna, a luta de classes no Brasil não se sá entre ricos e pobres e sim entre Estado e Sociedade.

Vice do Barulho


A grande novidade das eleições estaduais é a visibilidade que vem sendo conferida aos candidatos a vice governador na chapa de Yeda Crusius e Olivio Dutra. O terrorismo barato que vem sendo efetuado pelo PT desde o início do segundo turno, e só comento agora por absoluta falta de tempo, poderia ser considerado mero divertimento eleitoral, se não estivesse suas "acusações" respaldados em uma grande mentira. Este mesmo que vos escreve recebeu e-mail difamatório logo após o término da apuração do primeiro turno. Acusam os príncipes da ética do cuecão com dólar de que a candidata tucana retomará o processo de privatização no Estado, a exemplo do que ocorreu no governo Britto. Tudo isso porque Feijó, ao contrário da maioria dos políticos, e justamente por não ser originário deste meio, não faz restrições em sua linha de pensamento e não aceitou ser pautado pela campanha do PT em suas declarações. O terrorismo eleitoral promovido pelo PT, especialmente em relação ao Banrisul, é tão eficiente que o próprio PFL, partido de Feijó, foi acionado para tentar controlar seu candidato. E tudo porque o mesmo segue uma linha política coerente desde os seus tempo de presidente da Federasul. Se Feijó é favorável às privatizações, e não há nenhum crime em sê-lo, porque o PSDB permite que o PT paute o debate no Estado em torno das privatizações? Porque simplesmente o partido não toma a atitude mais coerente e DEFENDA as privatizações que realizou? Ao esquivar-se deste debate, principalmente em nível nacional, o PSDB fornece munição aos ataques covardes dos petistas.

E porque chamo de covarde? Primeiro, porque não há uma linha sequer no programa do PSDB que fale em privatizações de estatais e porque o PT sabe muito bem, que dentro da legislação estadual, há muito tempo fora criado uma lei de autoria do deputado Vieira da Cunha que proíbe a venda de estatais a não ser que a venda destas fosse submetida a um plebiscito com a população. A lei, por mais imbecil que seja na minha opinião, permite o direito de escolha restrito ao cidadão. Portanto, o Banrisul, a Corsan, a Procergs e outros órgãos públicos só seriam privatizados se o povo gaúcho assim escolhesse, o que me parece pouco provável, dado o nosso atrasado estágio de debate eleitoral.

Por outro lado o PSDB tentou explorar a polemista vice de Olívio, a comunista Jussara Cony. Mas o fez muito timidamente. O PSDB ainda não adquiriu a capacidade do PT de patrulhamento ideológico, e talvez jamais a tenha. No momento em que estivesse em questão as convicções de Feijó favorável ao estado mínimo, porque não questionar as convicções de Cony, maoísta convicta, partidária de uma ideologia que matou milhões em todo o mundo, e que só sobrevive em países latinos e periféricos. Em seu próprio berço, o comunismo está morto e enterrado. A Europa há muito tempo mudou seu foco de discussão política, mas aqui no Brasil eu tenho que aguentar a comunista Manuela eleita através de sólidos conceitos de marketing eleitoral.

Mas se for pra questionar ideologicamente o partido, vamso aplicar ao PT um pouco do seu método, o partido pode esclarecer muitas questões obscuras em seu governo. Tais como:

- Porque o partido teve uma posição neutra em relação à invasão de terras na Aracruz, promovido por movimentos ligados ao PT? ( A censura formal do partido não enganou ninguém).

- Aproveitando a deixa, qual a posição do partido em relação à invasão de propriedade privada?

- O PT costuma dizer que suas acusações ao PSDB são baseados em fatos de governos anteriores. Seguindo esta mesma linha de raciocínio, é possível afirmar então que o PT vai expulsar a GM e outras grandes empresas do Estado que usufruem de incentivos fiscais?

- O PT gosta de perguntar onde foram usados o dinheiro das privatizações de Antonio Britto, mas assumiu o governo com 1,7 bilhões no caixa único e entregou ao seu sucessor o caixa único com saldo negativo de 1 bilhão. Não seria o partido que deve explicações?

- Qual será o tratamento que o governo dispensará aos prováveis críticos de seu governo? Será a mesma enxurrada de processos de seu governo anterior?

- O que o PT entende por democracia e liberdade de expressão?

- Qual será a nova saudação telefônica do Palácio Piratini? Poderia ser " Governo Democrático, Popular e maoísta, Bom dia" ?

Até porque perguntar não ofende

segunda-feira, outubro 09, 2006

A antagônica disputa Estadual





Felizmente a política gaúcha, ao contrário da nacional, não tem o poder executivo envolvido em denúncias de corrupção e fabricação de falsos dossiês ( ainda não), o que permitiu um debate mais franco entre Yeda Crusius e Olivio Dutra. Gostei do debate, este sim posso chamar de debate, dois conflitos antagônicos de idéias e ideais, ao contrário das emulações de debate que aconteceram no primeiro turno, em que o número excessivo de debatedores desqualificou o evento. Sobre as regras do debate, acho ótimo a inexistência de temas pré estabelecidos, o que engessaria demais o debate. Com temas livres, os candidatos conseguiram questionar e responder de forma direta o adversário. Faço apenas uma observação, no que diz respeito ao tempo da tréplica, de apenas 30 segundos, que é muito pouco. Os candidatos sequer conseguiam desenvolver algum raciocínio antes de ver seu tempo esgotado, e a tréplica num debate é de extrema importância, principalmente num debate entre apenas dois candidatos.

Os candidatos já estavam preparados por sua assessoria para todas as possíveis perguntas de seus adversários, e acredito que por isso mesmo Olivio Dutra não titubeou em responder o saldo do Caixa único do Estado, e tampouco sua serventia. A mesma coisa vale para Yeda, que defendeu-se bem das tentativas do ex governador em desqualificar seu vice, Paulo Feijó. Yeda imediatamente lembrou que as declarações de Feijó não tiveram respaldo de seu partido ( PFL ) e trouxe à tona a vice de Olívio, Jussara Cony, segundo a qual também possui um histórico polêmico.

Yeda tentou da forma mais didática possível, lembrando seus tempo de professora da UFRGS, explicar suas inovadoras propostas de governo. Aliás, propostas de gestão, como costuma dizer, deixando claro que a plataforma de governo está ancorado em sua gestão, e não o contrário. Afirmou que não irá privatizar as estatais gaúchas, tampouco o Banrisul, defendeu as privatizações do governo FHC, quando a quebra do monopólio estatal de determinado setor produtivo o deixou mais eficiente ( vide telefonia ). Cobrou de Olivio a partidarização política dentro de órgãos públicos, principalmente na Segurança, que mais criou do que resolveu conflitos no governo petista. Discorreu diversas vezes sobre o tema das finanças do Estado, o qual domina plenamente, com um desempenho superior ao do adversário.

Olivio Dutra tentou de todas as formas vincular Yeda ao governo FHC, mesmo que ela tenha sido ministra do governo Itamar Franco, tentou impor-lhe o rótulo de privatista, colaboradora da dilapidação do patrimônio público, cobrou coerência da candidata com a questão do Banrisul, acusando-a de que privatizará o banco quando assumir o governo. Ainda pensa que o Orçamento Participativo é o programa mais democrático do Brasil, esquecendo de que o mesmo não decide investimentos importantes, mas apenas a distribuição de alguns trocados do Estado.

Foram postas, frente a frente, duas visôes antagônicas a respeito do desenvolvimento político e econômico do Estado. Foi possível verificar a grande distância que separa o pensamento gaudério bairrista de Olivio Dutra com o forte teor das propostas econômicas e estruturais de Yeda. Em determinada pergunta, discorrendo sobre o crescimento econômico do Estado, em sua administração, Olívio lembrou e que deve-se incentivar o empreendedorismo do gaúcho, em beneficiar com linhas de crédito o pequeno empreendedor. Já a candidata tucana lembrou que o crescimento econômido do estado no governo Olivio deu-se muito mais em função do câmbio favorável da época, que favoreceu a política de exportações do Estado. Olívio não consegue ter a visão macro de Yeda, e isso é um defeito grave para quem postula o cargo de Governador.

Para resumir a distância que separa os candidatos, questionado sobre a eficiência do Estado, Olívio preferiu valorizar as empresas públicas e o funcionário público, através da ISONOMIA de salários do funcionalismo. Já Yeda afirmou que irá implantar um programa de incentivo aos funcionários de órgãos superavitários, onde haverá um plano de gestão para cada estatal, com metas e indicadores de resultados, que, se atingidos, terão 50% deste valor de volta à origem geradora deste recurso. Vejam vocês, a grande diferença de propostas, a diferença de visões para um mesmo problema. Um fala em ISONOMIA SALARIAL, um veneno dentro dos órgaõs públicos que permite que vagabundos recebam o mesmo salário daquele que realmente dedica-se no trabalho. Outra fala em metas, indicadores, incentivo ao indivíduo. Para mim, ficou estabelecido aí a grande diferença entre a visão coletiva, que pune o indivíduo em detrenimento do coletivo e a visão MACRO, como já coloquei anteriormente, que VALORIZA efetivamente aquele que produz mais, que estuda mais, que dedica-se mais. Pense bem, qual dos dois modelos você acredita realmente ser o mais eficiente, e principalmente, o mais JUSTO????

Olivo Dutra contunuará batendo em Yeda, pois esta é a única forma de tentar reverter a grande vantagem da cadidata tucana. Terá de continuar a proferir seu palavrório, que não baseia-se em propostas concretas, mas em dogmas partidários. Todas as forças para tentar subtrair a iamgem de Yeda, que a cada debate mostra-se realmente como a candidata melhor preparada que surgiu nos últimos anos para postular o cargo de Governadora.

Lula foi nocauteado em debate na Bandeirantes


Voto em Geraldo Alckmin. Nunca escondi minha opinião pessoal favorável ao PSDB, tentando me passar por "isento". Este blog pode ser tudo, exceto imparcial. Creio que consegui separar, neste artigo, minha torcida de minha análise. Minha simpatia ao candidato tucano não obstrui minha visão crítica dos fatos, e não raro o PSDB recebeu e continuará recebendo críticas neste blog. Principalmente quando for governo, que é o que acabará ocorrendo se continuarmos tendo debates iguais aos de ontem. Finalmente, tivemos um Alckmin avassalador, destruidor, totalmente implacável com o candidato Lula. E era isso que Alckmin deveria ter feito desde o início de sua campanha, cobrar o Presidente Lula por todos os escândalos ocorridos em seu governo. Chamou as coisas pelo nome, simples. Ladroagem é ladroagem. Corrupto é corrupto, não existe meio termo.

Nem Lula esperava tanta agressividade logo de saída. Alckmin, numa atitude surpreendentemente acertada cobrou o presidente a apuração do escândalo do dossiê fajuto contra Serra, questionou incisivamente qual a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Cobrou do presidente atitudes contra o descaso do governo boliviano com a Petrobrás, o pífio crescimento econômico do Brasil em relação aos seus pares, os ínfimos gastos com as forças armadas, em contrapartida aos gastos com viagens, a transparência com os gastos com o cartão de crédito da Presidência da República. Cabe aqui um esclarecimento; Os gastos presidenciais NÃO ESTÃO DISPONÍVEIS no site transparencia.org.br como fazem crer alguns, pois os mesmos estão protegidos por motivos de segurança nacional. Agora por motivos de Segurança nacional, Lula pode usar e abusar do meu dinheiro sem ter de me dar satisfação. Todas estas perguntas, ditas de forma clara, direta e objetiva, proferidas por um geraldo Alckmin tranquilo e sereno.

Já Lula era o inverso. O Presidente, que possui um forte viés autoritário, odeia ser contrariado e muito menos cobrado. Era possível identificar em seu semblante o quanto estava contrariado. Cada vez que Alckmin golpeava, Lula acusava o golpe e tornava-se cada vez mais irritadiço, ruborizado, com os olhos injetados. Aliás, percebi diversas vezes que Lula tentava, em vão, manter contato visual com seu oponente, pensando que assim talvez pudesse intimidá-lo. Acreditem, por vezes achei que o presidente não iria aguentar e iria embora do debate, chorar no colo de Marisa Leticia. Infelizmente, ele aguentou firme e não cometeu este suicídio político. Lula tentou de várias formas ligar Alckmin às suas denúncias, como na tentativa de enquadrar Barjas Negri ( secretário de Alckmin), com as denúncias dos sanguessugas, com a falsa notícia de que 60% dos prefeitos da máfia dos saguessugas seriam do PSDB/PFL, com a arquivamento das CPIs no governo de São Paulo, com a utilização de valerioduto pelo PSDB mineiro com Eduardo Azeredo, tentou comparar números da sua gestão com a de FHC. O presidente, que LEU suas perguntas, encontrou em Geraldo Alckmin um oponente bem mais preparado e capaz do que ele supunha, que o mandou não medi-lo por sua régua, a frase da noite.

Ao final do debate, todos declaram-se vencedores. Eu não gosto desta pecha, de declarar um vencedor em debate. Debate é uma forma de verificar projetos, idéias, soluções , enfim, diferentes formas de pensamento e o simples fato da necessidade de haver um "vencedor", aquele que está, teoricamente com a razão, implicando com um perdedor, o malvado imcpoetente. Não gosto de simplificações.

Fica aqui registrado. Geraldo Alckmin se eleito venderá o Aerolula e construirá 5 hospitais ( Que bom!) e que não irá privatizar o Banco do Brasil, a Petrobrás e os Correios ( Que pena!). Ele será cobrado neste blog por estas promessas, podem ter certeza. Para Lula, ficou o desgaste de uma disputa contra um adversário comprovadamente superior, intelectual, ética e politicamente. Lula foi o grande perdedor do debate, sem dúvida. Parece-me que funciona melhor num palanque. Está comprovado a causa do Presidente ter fugido dos debates anteriores, ele não aguenta o desgaste e não suporta ter de dar explicações, e isto é que ele deve ao povo brasileiro. Espero que os eleitores estejam atentos aos debates, pois como disse hoje Diego Casagrande, O Rei está nu!!!

Cabe a nós agora destroná-lo.

terça-feira, outubro 03, 2006

Voto não é arma, mas também pode matar


Cezar Schirmer é advogado e professor universitário, natural de Santa Maria, tem 54 anos e é deputado federal pelo PMDB, até hoje seu único partido. Já ocupou diversos cargos públicos, entre eles Deputado Estadual, Secretário da fazenda, Secretário da Agricultura, Presidente da Assembléia Legislativa, presidente do PMDB /RS, entre outros. Foi eleito o mais jovem Deputado do Estado em 1974 com apenas 22 anos de idade. Em sua última legislatura na Câmara ganhou destaque com o excelente trabalho como relator do processo de cassação do ex-presidente da camara, João Paulo Cunha. O trabalho de Schirmer, segundo especialistas, foi uma peça tão bem fundamentada que há muito tempo não se via no Congresso. Este trabalho custou-lhe dias e noites de trabalho incessante, em Sábados e Domingos de envolvimento total com o seu trabalho. O resultado disto foi um relatório de 168 páginas devastador, em que Schirmer pediu a cassação do mandato de João Paulo, comprovadando seu envolvimento no esquema de Marcos Valério, com um saque rastreado no Banco Rural de R$ 50.000,00, efetuado por sua esposa.

Apesar de seus esforços, a Câmara absolveu João Paulo Cunha por 256 votos a favor contra 209 contra, assim como outros sete comprometidos com o esquema da SMPB. Você agora pode praguejar e chamá-los de corruptos corporativistas. Mas corruptos corporativistas eleitos com o seu voto. O que fez o eleitor em relação à isso? Reelege João Paulo Cunha em São Paulo, e Cezar Schirmer, como recompensa por sua brilhante legislatura, não obteve votos suficientes para voltar à Brasilia em 2007. E ainda tem gente que continua dizendo que o povo não é mais bobo.

Usei o exemplo de Schirmer porque ilustra bem parte do eleitorado brasileiro nestas eleições. E o fato de ambos serem de Estados diferentes não me parece mudar muita coisa, pelo menos não a idéia original, de que é falsa a afirmação de os eleitores promoveriam uma faxina dentro do Congresso. E São Paulo, convenhamos, não deixou barato. Elegeu de Frank Aguiar a Jair Bolsonaro, de Paulo Maluf ( mais de 700.000 votos!!!!!) a José Genoino. É o verdadeiro samba do crioulo doido, tem para todos os gostos. O mais notório candidato freak eleito, foi, sem sombra de dúvida Clodovil, que a esta altura já deve estar pensando no modelito que usará para o dia da posse. Sinceramente, o que leva uma pessoa a votar em CLodovil, senão o descrédito no sistema político brasileiro? E com atitudes assim, como esperam alguma mudança?

Já por estas plagas não foi muito diferente. O "povo mais politizado do Brasil" foi fiador de mandatos para Paulo Borges ( o homem do tempo da RBS) e a Mano Changes ( o sequelado vocalista da banda Comunidade Nin-Jitsu). Ambos estreantes em eleições, tiveram votação surpreendente, mais de 100.000 votos para Paulo Borges ( o mais votado para Estadual ) e mais de 40.000 para o "Grande Presença". E o Cururu, aquele candidato que aprecia pilchado no horário eleitoral, também quase chegou lá, teve mais de 20.000 votos.

Mas nada superou o feito da locomotiva Manuela Dávila, do PC do B. Mais de 270.000 inacreditáveis votos para a vereadora comunista, que teve uma campanha nada modesta, com a confecção de bonecos à sua semelhança e gingles de campanha, milhares de cartazes espalhados pelas ruas, o partido não poupou esforços e recursos para elegê-la. E acertou em cheio em sua estratégia de marketing, que apresentou a jovem e mulher Manuela como candidata, sem deter-se em alguma plataforma de campanha com alguma proposta concreta. Se ela mereceu tantos votos, eu não sei. Aliás, sei sim, que ficar em cima do muro não é comigo. É muito pra bolinha da pequena. Sozinha em Brasilia e com a cláusula de barreira no partido, vai ter que se escorar na bancada petista para ter algum respaldo e não ser jantada pelos tubarões de Brasilia. Sua plataforma, não pderia ser diferente, é voltado às questões da juventude, educação, luta contra o FMI, ao servilismo às grandes potências, ao neoliberalismo de FHC e dos tucanos e outras tantas bobagens típicas dos comunistas. O PT irá usar bastante a imagem de Manuela na campanha do segundo turno, como mulher e como jovem. Deve aproveitar sua ascendência política atual, em que parece ter chegado ao seu ponto mais alto. É uma trajetória bastante parecida com a de Maria do Rosário, que por sinal iniciou sua trajetória política no PC do B.

E assim vamos para mais uma legislatura, federal e estadual, com alguns bons nomes e outros muitos nem tanto. Mas qual o remédio, são os males que a Democracia proporciona. Ruim às vezes com ela, muito pior sem. Muitos dizem que a urna é uma espécie de arma do eleitor. Bem, parece que a arma muita vezes dispara contra o próprio dono.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Este Blog já sabia!


Segue abaixo em itálico texto de minha autoria postado neste blog em 23/08 referente às eleições estaduais, comentando o desempenho de Yeda logo após o debate dos candidatos na TVCOM:

"... Está ganhando muitos votos de Rigotto, mas dificilmente ganhará os de Olívio. Por isso, a briga PELO segundo turno se dá entre Yeda e Rigotto. Yeda precisa ainda destruir a imagem de arrogância que lhe foi injustamente atribuída, e revelar sua personalidade de administradora competente e diñâmica, capz de conduzir o Estado em um dos momentos mais difíceis de sua história".

Um dia antes das eleições, nas considerações finais:

" O grande problema para Rigotto é que Yeda, além de ganhar o "voto útil" dos eleitores na reta final das eleições, ganha também o voto das mulheres e dos apolíticos, exatamente os votos que elegeram o governador em 2002. Por isso o PMDB está nervoso, pois sabe onde está pisando. De qualquer forma, não deve-se subestimar o PT, que ainda tem chance na disputa e colocou sua militância engajada e paga também nas ruas."


O resto é o resto. E ainda tem gente que perde tempo com as análises "imparciais" dos analistas políticos.


Obs: Na primeira frase, está escrito "disputa PELO segundo turno", indicando que dois disputavam a mesma coisa. Diferentemente se fosse colocado "disputam O ou NO segundo turno", o que presumiria que ambos estariam no segundo turno. Disputa PELO segundo turno entre dois candidatos que disputavam a mesma base eleitoral, diferente de Olivo que teve sua votação praticamente estática durante a campanha, ou seja, apenas o voto ideológico. Já Yeda e Rigotto tiveram votos voláteis e por isso mesmo foram os protagonistas deste primeiro turno.

Apenas um esclarecimento que se fez necessário.