quinta-feira, junho 02, 2005

Diários Motocicleta

Assiti ao filme. Olha, cada vez que algo relacionado à cultura, seja filme, livro ou Cd que tenha alguma conotação política ou a participação de alguma figura política, corre o sério risco de ter deturpada a sua compreensão pela ideologia ou até a falta dela de cada pessoa. Isto corre claramente no filme. Apesar do diretor Fernando Meirelles advertir no início e no final que o filme apenas mostra a aventura de dois jovens, sem dar crédito à importância histórica que eles tiveram depois. E realmente o filme procura fazer isto, mas não é possível olhar o filme sem uma ótica do personagem principal, Che Guevara. E aí qualquer ato, por mais banal que seja, transforma-se num ato heróico de Che. Se ele atravessa um rio a nado para ficar junto aos leprosos então, só faltou o pianinho. E muitas vezes o filme insinua algumas situações de injustiça que acabariam tornando Che um revolucionário, portanto a alegação do filme não procede. É um filme apenas regular, mas com uma bela fotografia, é verdade. Mas o conteúdo do filme é fraco. Assim como o superestimado Encontros e Desencontros, o filme é como um Missin Miojo, não é gostoso, mas mata a fome.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns. Excelente crítica. Você é um gênio.